Capítulo 40

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Retiro toda minha roupa com calma e vou para o chuveiro. Demoro no banho, primeiro me depilando por completo. E depois, apenas sentindo a agua quente deslizar pelo meu corpo acariciando e relaxando meus músculos. Lembro de William e das vezes que fizemos amor aqui, contra a parede do banheiro. Ah!Sinto tanta sua falta, foram apenas três dias e me parece uma eternidade sem ele. Nunca pensei que eu pudesse sentir tanta saudade de alguém, e não é pelo sexo maravilhoso, mas sim pela sua simples presença, somente pelo fato de poder dormir abraçada com ele e durante o dia nutrir a expectativa de o ver a noite. É como ter um objetivo, um motivo pra viver e ele se tornou o meu. Sinto lágrimas em meus olhos, mas elas não são de tristeza, sou eu, que estou transbordando de amor, de saudade.
Não vejo a hora de o ter aqui comigo, sentir o calor do seu corpo, o gosto do seu beijo.
Saio do banho, me enrolo na toalha, e  demoro pra escolher uma camisola, hoje quero ficar o mais bonita possível pra ele. Acabo escolhendo uma branca, toda em cetim, que vai até o meio da minha coxa e uma calcinha da mesma cor.
Volto a deitar na cama e procuro algo na TV pra me distrair,  como estou ansiosa certamente as horas vão demorar muito a passar. Dito e feito, cada hora parece uma eternidade, e meus olhos vão se fechando...

Sinto alguém me agarrar por trás e num primeiro momento me assusto, indo pra frente,  somente quando ouço a sua voz rouca, lembro quem é, e me deixo ser puxada novamente pra ele.
— Sou eu... — Ele repete no meu ouvido. Sua voz me causando um turbilhão de sentimentos, me viro pra ele e encontro seu rosto bonito, os seus olhos amarelos
fixos nos meus, seus lábios carnudos sorrindo de lado, de um jeito que só ele consegue. Passo meus braços ao redor do seu pescoço e o beijo, seus lábios numa carícia suave sob os meus, até que ele me aperta tomando posse da minha boca, sua lingua vasculhando-a por dentro, numa dança sincronizada com a minha.
— Bela... — Fala com os lábios colados nos meus e eu agarro sua nuca, voltando a beija-lo. A saudade ainda é muita. E eu quero sentir o seu corpo todo, sentir que ele realmente voltou pra mim.
— Bela... eu... — Sussura em meus lábios e se afasta, os seus olhos voltando a ficar fixos nos meus. Acho estranho ele ter interrompido o beijo, talvez ainda esteja chateado pelo Arthur ter me ligado.
— Eu quero...
— Shhiii... — Coloco o dedo sob seus lábios. — Se ainda está chateado comigo pelo Arthur, saiba que nunca considerei realmente ir trabalhar com ele e até já  liguei dizendo que não aceito o seu convite. — William sorri beijando meu dedo que ainda está sobre a sua boca. — Não fica zangado comigo. — Murmuro manhosa. E ele me puxa para seu peito, me apertando, e até mesmo passando a sua perna por cima da minha cintura, me deixando completamente presa.
— Não estou chateado contigo. Só queria me desculpar pela forma com que eu sai daqui. — Sorrio no seu peito, aliviada e inspiro profundamente sentindo o seu cheiro.
— Tudo bem. — Eu digo, agora está tudo bem, ele está aqui. — Senti falta disso. — Sussuro.
— Eu também. — Fala aumentando meu sorriso. Quero me esticar e beijar a sua boca lentamente, mas William não me deixa se mover, ele me mantém presa em seus braços, então eu permaneço quieta, sentindo seu corpo colado ao meu.
Depois de alguns instante, eu estranho ele estar apenas me abraçando imaginei que chegaria cheio de desejo, tirando a minha roupa, louco pra estar dentro de mim. E por um segundo as palavras da Camilla ecoam em minha mente, tento reprimir o pensamento, mas elas voltam  em letras gritantes.   {"Você tem que enlouquecer ele na cama e não ficar sempre na mesma mesmice, ou ele vai acabar enjoando, e procurando na rua o que não tem em casa."}
O pensamento dele com outra mulher me repugna,  não consigo nem sequer imaginar e sei que morreria de ciúmes. O aperto mais forte com medo de que isso realmente aconteça, que ele enjoe de mim e me troque por outra. O meu coração dói, não suportaria perde-lo, não posso mais perder ninguém na minha vida.
Eu o amo, quero ser tudo que ele precisa e vou me esforçar muito pra isso. Ergo o meu rosto do seu peito e me estico para ficar na sua altura. Toco seu rosto com as mãos, sentindo a sua barba grossa e fecho meus olhos aproximando nossos lábios, beijando-o lentamente. William corresponde, mas ele apenas retribui com a boca, o seu corpo está parado, ele não me toca ou me aperta. Então, decepcionada termino o beijo, com um selinho e volto a colocar a cabeça sobre seu peito.
—  Porque parou? —  Sua voz rouca preenche o silêncio.
— Porque... Parece que você não queria.
— Bela... — Ele toca meu queixo, me obrigando a olhá-lo. — Eu sempre quero te beijar, eu só estava querendo te ver dominar um pouco. — Dominar, esta ai mais uma coisa que eu não sou boa. Ele tira a minha cabeça do seu peito e a deposita no travesseiro em cima do seu braço, com isso se apóia no cotovelo e fica de lado, tocando meu cabelo.
  — Eu queria que fosse do jeito que você quisesse e não só do meu jeito.
  —  Gosto do seu jeito. — Sussuro, e ele se inclina beijando meus lábios.
— Gosta? — Sussura com os lábios ainda encostados nos meus.
  — Sim...
  — E do que você gosta?
  — Como assim?
  —  Me explica o que você mais gosta. — Desvio o olhar.
— Eu tenho vergonha. — Ele sorri.
— Somos marido e mulher, cúmplices.  Você não presica ter vergonha de nada do que fazemos entre quatro paredes. — Corcordo com a cabeça, embora ainda esteja com vergonha.
— Então me fala... Do que você gosta? — Ele segura minha mão, beijando cada dedo. Respiro fundo, buscando coragem e penso em algo para falar.
— Gosto quando... Me beija, gosto tanto, eu queria que me beijasse toda hora. — William não oculta o sorriso de lado e larga minha mão.
— Posso fazer isso. — Se inclina sobre mim, beijando os meus lábios, primeiro com ternura, me deixando entregue e então, mordendo e chupando o lábio inferior.  — O que mais? — Sussurra.
— Quando me abraça... — Sinto seus braços ao redor do meu corpo, me apertando contra ele.
— Continua... — Diz beijando meu rosto.
— Quando beija meu pescoço. — A sua boca se direciona pra lá... beijando todo o meu pescoço, roçando sua barba, me deixando arrepiada.
— O que mais?... Bela? — Estou perdida sentindo sua boca e preciso forçar meu cérebro a lembrar do que eu estava falando...
— Quando fica em cima de mim, gosto de sentir o seu corpo, o calor dele... —
William me vira de barriga pra cima, se coloca em cima de mim, colando nossos corpos e   se inclina beijando os meus lábios, percorro minhas mãos por suas costas. Ele ainda está vestido, então eu pego a barra da sua camisa,  puxando-a e William ergue os braços me deixando retira-la. Volto a tocá-lo, agora sentindo a sua pele e seus músculos.
— O que mais?... — Fecho meus olhos pensando no que responder.
— Gosto de me sentir assim, pequena perto de você. É como se me protegesse de tudo.
— E eu protejo. — Ele sussura, o abraço forte. Eu amo quando ele cuida de mim, quando se torna meu protetor.
— Gosto disso... — Toco sua pele — Da sua pele, dos seus músculos, de como é bonito. — Ele me beija mais uma vez... Me entrego a sua carícia, querendo que o beijo não terminasse nunca, e que ele permanece comigo assim pra sempre.
— O que mais? — Pergunta, sem separar nossos lábios.
  — Da sua boca, gosto de sentir ela.
  — Onde? — Sorrio.
  — Em todos os lugares... — Digo com vergonha, e ele passa a sua barba sobre meu pescoço, me fazendo tremer.
  — Vai ter que ser mais específica amor... — Me falta fôlego quando ouço a palavra amor, sendo sussurrada pra mim. Queria ouvir isso mais vezes.

Migalhas De AmorWhere stories live. Discover now