Capítulo 7

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Estou numa sala branca, um espelho enorme cobre toda a parede, eu estou refletida nele, mas não consigo me ver, minha visão está embaçada por lágrimas.
Não porque eu esteja emocionada por me casar ou que esteja com medo, mas porque a saudade que sinto da minha mãe nunca esteve tão presente como hoje, eu queria que ela me visse agora, que ela estivesse ao lado do meu pai me vendo casar.
- A floricultura entregou o buque, adorei rosas brancas combinam com você. Ainda não conseguiu fechar o vestido sozinha? Deixa eu te ajudar... Pronto, você está linda. Mas... ai me desculpa, mas é seu vestido de noiva, eu queria mais sabe? Deveria ser o vestido mais lindo que você já usou na vida, está simples demais.
- É somente para o casamento civil. - Tento engolir o choro.
- Bel?... Hey... - Ela surge em minha frente e me abraça. - Não chora minha pequena...
- Eu queria tanto que minha mãe estivesse aqui, eu nunca imaginei meu casamento, porque eu não queria imaginar sem ela.
- Shhii... eu sei que de algum lugar, em algum outro plano, sei lá... ela está te olhando, te achando linda e pensando, caralho esse vestido está muito simples. - Sorrio negando com a cabeça, Camilla tem esse jeito simples de me fazer sorrir. Seco as lágrimas e me olho de verdade no espelho. O vestido é longo, a parte de cima possui renda, uma fita branca separa da parte de baixo, onde o tecido de seda desde até meus pés.
- Eu gostei desse Camilla. Combina comigo.
- Tudo bem, você está linda. Agora vamos, não vai querer deixar seu noivo esperando não é?
- Não.
- Pena que ele aceitou a sua condição de dormir em camas separadas, porque senão você iria ver estrelas essa noite.
- CAMILLA.
- O que? Só to falando a verdade. Agora vamos. - Ela me entrega o buque. E abre a porta, na saída encontro meu pai, havia esquecido que é ele quem vai me acompanhar até o salão de festas que William alugou. Paro e espero um elogio do tipo "você está linda filha" mas recebo um duro "Vamos logo". Estou fazendo tudo que ele pediu, me casando com um estranho pra ele conseguir realizar negócios com a família do William e ainda assim, ele me trata tão friamente. A ideia de desistir de tudo surge em minha mente, mas William não merece isso, ele sempre se comportou bem comigo.
- Então vamos Jorge. - Ele me encara, acho que estranhou o fato de não chamá - lo de pai, mas é ele que não me trata como uma filha. O sigo até o carro e seguimos em silêncio até o local da cerimônia.
Espero meu pai descer, talvez ele tenha a decência de abrir a porta pra mim. Salvo engano, o vejo ir para o lado de Rebecca e Amanda que estão esperando na porta, definitivamente ele não se importa comigo.
Alguém abre a porta do carro e estende a mão pra mim, só percebo que é William quando estou de pé na sua frente. Sim William, combinamos de entrar juntos, já que o casamento é civil.
- Olá Maite. - Ele beija meu rosto, coloco minhas mãos em sua cintura, eu quero um abraço, acho que ele entendeu pois me abraçou.
- Você está linda. - sussurra.
- Obrigada.
- Bem se estiver pronta, eu vou pedir para os convidados entrarem.
- Sim, estou pronta. - Ele assente e sai. Camilla surge e me ajuda a ajeitar o vestido.
- Pronto, esta linda. Agora eu vou entrar.
- Ta bem. - Quando ela sai, William volta.
- Entramos em 5 minutos. - Aceno com a cabeça. - Esta nervosa?
- Sim, não sou acostumada a ser o centro das atenções. E você?
- Um pouco. - Sorri e desviei o olhar para os convidados que estavam entrando.
- Sabe eu acho que já conheço muito bem, porque quando eu te imaginei vestida de noiva, eu só conseguia te ver num vestido comportado, simples, que te deixasse como uma linda menina. E você veio exatamente dessa forma. - Abaixo o olhar para o vestido.
- Bem... Camilla me disse que era simples demais, mas eu...
- É perfeito, se não fosse assim, não seria você.
- É... eu pensei isso também. Eu não me sentiria bem com algo mais decotado ou brilhante demais.
- Eu gostei desse.
- Que bom.
- Bem acho melhor entrarmos. - Ele me estende seu braço e me guia até a porta, alguns segundos depois o violinista começa a tocar a marcha nupcial e as portas se abrem. A um total de mais ou menos 30 convidados, amigos do meu pai e conhecidos do William.
Caminhamos lentamente até o juiz de paz. A nossa frente a uma pequena mesa com alguns papéis e o juiz logo atrás dela. Ele espera a música cessar para começar a falar.
- Estamos aqui reunidos para oficializar a união desse jovem casal, William Guilherme Santiago e Maite Isabella Perroni. Que veio por meio desde cartório concluir matrimônio. William Guilherme Santiago é por livre e espontânea vontade que aceita receber como sua legítima esposa Maite Isabella Perroni?
- Sim - Ele diz me olhando.
- Maite Isabella Perroni é por livre e espontânea vontade que aceita receber como seu legítimo esposo William Guilherme Santiago?
- Sim.
O juiz pegou uma folha onde leu nossos dados e das testemunhas, depois de termos todos assinados. Foi o momento da troca de alianças. William tira uma caixinha vermelha do bolso, o juiz a segura e ele pega uma aliança, dourada. Ficamos de frente um para o outro.
- William repita comigo...
- .... Maite receba está aliança em sinal do meu amor e da minha fidelidade. - Ao terminar ele coloca a aliança no meu dedo e beija minha mão, seu hálito quente contrasta com o áspero de sua barba, isso me faz respirar fundo. Quando ele solta minha mão, eu pego a outra aliança da caixinha e repito as mesmas palavras.
- Em nome da lei eu vos declaro marido e mulher, pode beijar a noiva. - Eu não sei como não passou pela minha cabeça que eu teria que beija-lo no fim do casamento. Quando ele segurou meus rosto com as duas mãos, eu sabia que não tinha mais como fugir, então eu apenas fechei os olhos e deixei que me beija-se.Seus lábios tocaram os meus numa caricia suave, então ele se afastou me deixando com um gostinho de quero mais. Os poucos convidados aplaudiram e ele enlaçou seus dedos nos meus, eu era uma mulher casada apartir de agora.

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