Capitulo 16

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O prazer ainda percorre lentamente meu corpo quando William se afasta e me olha.
— Eu esqueci da camisinha.
— Ah... Isso quer dizer que... eu vou ficar grávida?
— Não... — Ele sorri. — Bom, não necessariamente, pode acontecer, mas acho pouco provável. Podemos comprar a pílula do dia seguinte para prevenir.
— Pílula?
— Sim, é o remédio que você toma quando esquece a camisinha ou ela estoura, pra prevenir mesmo. — Antes que eu pudesse pensar e elaborar uma resposta, ele beija meus lábios, devagar, chupando no final.
— Eu vou tomar um banho, ainda tenho que trabalhar. — Se despede com um selinho longo e entra no banheiro, me deixando pensativa. E se eu estivesse grávida o que aconteceria? Não acho que ele quer filhos e eu também não me sinto pronta pra ser mãe, presico ser mais cuidadosa em relação a isso. Me cubro com o lençol percebendo que ele nem sequer tirou minha calcinha e ainda assim me deu tanto prazer.
William volta para a cama minutos depois, já vestido, com uma calça jeans azul e uma camiseta cinza, muito bonito. Desvio o olhar quando ele me pega o observando. Então ele senta na beirada da cama e pega sua carteira.
— Bela! Aqui seu cartão, é um adicional ao meu, pode usar a vontade é sem limites. — Diz me alcançando o cartão.
— Não, realmente não precisa, eu ainda tenho um pouco de dinheiro na minha conta.
— Bela, não é somente a cama que temos que dividir, enquanto estivermos casados, tudo que é meu, também é seu. — Ele entende o cartão novamente e desta vez eu o pego.
— Obrigada.
— A senha é 1624 consegue lembrar? — Aceno com a cabeça. — Você disse antes que estamos sem comida, você poderia ir comprar? Não sou bom nessas coisas.
— Claro.
— Vou pedir para o motorista te esperar na frente do prédio, o nome dele é Pedro.
— Não é necessário, Camilla me ligou e combinamos de sair juntas, ela adora dirigir.
— Ótimo, só não quero você saindo sozinha por ai, São Paulo é uma cidade perigosa. —Aceno com a cabeça. — Já que vão sair, poderiam aproveitar e comprar a pílula? Lógico Bela isso se realmente você quiser tomar.
— Quero, não me sinto preparada para ser mãe agora. — Digo olhando meus dedos. Estranho o silêncio do William e o olho.
— Ah, tudo bem. A sua vontade será sempre a minha também. — Sorri. —
Eu fui convidado para a festa de lançamento de novos modelos da marca  Armani, eu fiz as fotos. Gostaria que me acompanhasse.
— Claro. É uma festa muito chique?
— É. — Ele diz sorrindo.
— Ta bom, vou comprar um vestido então.
—  Eu tenho que ir, até a noite. — Se inclina e me beija, fecho os olhos absorvendo essa sensação e infiltro meus dedos no seu cabelo ainda molhado. Então ele se vai, me deixando sorridente e pensativa enquanto abraço o travesseiro.

Depois de ter tomado banho, visto um vestido e uma rasteirinha pra esperar Camilla, quando vejo a minha caixinha vermelha na bancada, resolvo ligar para Candinha e agradecer.
— Candi... — Digo emocionada, sentindo saudades ao ouvir sua voz.
— Minha menina?
— Sim, Candi to morrendo de saudades.
— Eu também menina.
— Obrigada por ter guardado a minha caixinha, eu havia chorado tanto.
— Eu sei como é importante pra você, jamais deixaria essas bruxas jogarem fora. — Sorrio.
— Obrigada, você é meu anjo da guarda.
— Oh menina. — Ouço sua voz embargada.
— Não chora Candi.
— Nós podemos nos ver hoje? Não quero ir embora sem ver você.
— Como assim embora? O que ouve?
— Rebecca me demitiu.
— Porque?
— Porque guardei a caixinha e dei ao William.
— Mas... Ela não pode fazer isso, eu vou falar com meu pai...
— Não minha menina, foi melhor assim, eu só estava naquela casa por você e agora você vai seguir sua vida.
— Não, eu não quero te perder também.
— Você pode me ligar sempre.
— Não é a mesma coisa. — Digo chorando. — Eu não posso perder minha segunda mãe, pela segunda vez.. — Então Candinha também começa a chorar e ninguém mais se entende.
Camilla chega nessa hora, pega o celular da minha mão, conversa com Cândi, combinando de nos encontrarmos no fim do dia. Depois ela me acalma e me alcança um copo de água.
— Chorona. — Ela chinga, mas me abraça.
— Não quero que a Candinha vá embora. — Resmungo triste, o choro querendo voltar.
— Vocês tem empregada aqui?
— Não temos.
— Então chama a Candinha pra trabalhar aqui. Pronto problema resolvido, agora lava o rosto e vamos as compras. — Diz pulando e batendo palmas.
— Não sei se William vai gostar disso.
— Liga pra ele e pergunta.
— Ele ta trabalhando, não quero incomodar.
— Só vai fazer uma pergunta e pronto, não vai passar o dia falando com ele. —Pego o celular com receio e procuro o número dele.

— Alô? — Falou grosso. Quase me arrependi de ter ligado.
— Oi William, é a Maite.
— Bela... — Suspiro aliviada quando sua voz se torna suave. — Tudo bem?
— Sim... é não... Eu posso te pedir uma coisa?
— Claro, do que se trata? — Respirei fundo antes de começar a falar, Camilla revirou os olhos na minha frente.
— Rebecca demitiu a Candinha, ela pode vir trabalhar aqui no seu apartamento? — Fecho os olhos esperando a resposta.
— Claro.
— Ah muito obrigada. — Faço sinal que sim pra Camilla.
— E bela...
— Sim?
— É nosso apartamento, pode fazer o que quiser.
— Ta bem. Obrigada.
— De nada.
— Então tchau, não quero te atrapalhar.
— Tchau, até mais tarde. — Desligo.
— Ele aceitou.
— Ótimo, problema resolvido, agora vamos as compras. — Cami diz me abraçando.
— Vamos.

— Eu ainda não acredito que a toda santinha Maite Isabela Perroni esqueceu a camisinha e precisou comprar a famosa pílula do dia seguinte. — Camilla continua me zoando enquanto abro a porta do apartamento. Sorrio ao lembrar que fiz ela entrar na farmácia e comprar a bendita pílula, pois fiquei com vergonha.
— Já chega né Camilla. — Faço sinal pra ela entrar logo.
— Esse dia vai ficar marcado na memória deste país. — Reviro os olhos e levo as sacolas com comida para a cozinha. Enquanto guardo tudo na geladeira vejo Camilla levando as sacolas de roupas para o quarto. Termino e vou lá com ela.

— Bonito quarto. — Ela diz se jogando na cama.
— Obrigada. — Digo deitando ao seu lado.
— Agora não vai ter mais como desviar o assunto. Pode falar, como foi fazer sexo?
— Foi legal.
— Nada disso, eu quero saber os detalhes Bel, anda fala logo.
— Aii, ta bom Camilla.  Foi... Não consigo encontrar palavras para explicar como foi maravilhoso, as coisas que ele fez comigo, foi surreal.
— Doeu muito?
— Sim, mas ele foi tão carinhoso, que eu não consegui me concentrar na dor e ela sumiu.
— E o que mais?
— Não tem mais, foi só isso.
— Ele tem o pinto grande?
— O que? CAMILLA.
— Oras, é só uma pergunta, como ele é muito alto e músculoso eu fiquei curiosa, pra saber se o pinto também se equipara ao tamanho do corpo.
— Eu as vezes custo a acreditar nas coisas que você fala Camilla.
— Deixa de besteira e fala logo. É grande?
— Olha, eu não fiquei cuidando isso, ta legal?
— Tá, mas quando pegou na mão, não sentiu mais ou menos o tamanho?
— Mas eu não... não peguei na mão. — Digo espantada.
— Como assim não pegou?
— Oras, essa parte é com ele.
— Imagino que também não fez um oral nele.
— Claro que não.
— Mas e ele? Fez em você?
— Fez. — Digo envergonhada, lembrando da cena.
— Então, você tem que retribuir. — Nego com a cabeça.
— Eu não pedi pra ele fazer, então não tenho que retribuir nada. — Me sento na cama irritada com esse assunto.
— É uma pista de mão dupla Bel. William é um cara experiente, com certeza já teve varias mulheres na vida, você também tem que fazer sua parte.

— Como assim? —Pergunto voltando a me deitar.

— Não pode simplismente deitar na cama e esperar que ele faça tudo, tem que participar, surpreende-lo, derruba-lo na cama e ir por cima dele, beijá-lo, chupa-lo.
— Mas se eu não sei fazer isso, e se eu fizer errado?
— Ele não vai se importar, ele sabe que você é inexperiente nisso. Mas ele vai ver que você está tentando e no fim é só isso que importa.
— Ai... — Suspiro colocando a mão no rosto. — Quando eu achei que estava fazendo sexo bem, você vem e surge com tudo isso Camilla.
— Não disse que você estava fazendo mal, não a um manual pra fazer sexo, vocês vão descobrir qual o melhor jeito juntos. — Aceno com a cabeça, para mim, esse jeito está ótimo. — Eita porra, eu podia ser uma sexóloga e tanto. — Ela diz rindo e me fazendo rir também.

Depois que Camilla foi embora, eu fiquei o resto da tarde sozinha, era umas  seis horas quando Candinha chegou, eu a abracei por um longo tempo e lhe mostrei o quarto que ela ficaria. Era pequeno, perto da cozinha, mas bonito e bem arrumado. Ela adorou.
Como Candinha se prontificou em fazer o jantar, resolvi desfazer as malas e colocar no closet. As coisas do William estavam uma bagunça, para não amassar mais, arrumei a dele primeiro. Estava sentada no chão colocando seus sapatos na prateleira debaixo quando sinto alguém atrás de mim, nem precisei olhar, pois senti o seu perfume.
— Bela. — Me viro para ele e sorrio.
— Oi, estou guardando suas roupas, na mala esta amassando tudo.
— Ah, obrigada.  Candelária disse que o jantar já esta pronto, então vem pode terminar isso depois. — Ele me estende a mão e me ajuda a levantar. Quando já estou de pé, passa as mãos por minha cintura e me beija.
— Obrigada. — sussuro quando se afastamos.
— Pelo que?
— Por concordar que Candinha viesse para cá.
— Tudo pra minha linda esposa. — Sorrio envergonhada e ele me abraça. Depois segura minha mão e me guia para fora do quarto.

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