Capítulo 29

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Acordo com o barulho da campainha tocando insistentemente e escondo meu rosto no peito do William, seus braços estão ao meu redor e ele me aperta mais forte. Eu me sinto cansada demais para levantar, fiquei a tarde toda sentada e depois que cheguei em casa William me tomou daquela forma, tão... Intenso e másculo. Foi diferente de todas as outras vezes que ele me fez sua, foi selvagem e eu gostei. Escondo mais meu rosto, sentindo vergonha dos meus próprios pensamentos.
— Você está esperando alguém? — Ele pergunta. A voz rouca de sono.
— Não. — Murmuro. Ele respira fundo.
— Eu vou ver quem é. — Ele se mexe me colocando no meu travesseiro e quase gemo em frustração por sair dos seus braços. Observo ele sair da cama apenas de cueca box e ir para o closet. Me cubro até a cabeça tentando dormir, consigo cochilar um pouco, mas acordo quando escuto alguém dar risada, uma risada bem familiar.
Retiro a coberta da minha cabeça e me sento na cama, tentando ouvir melhor. Droga. Pulo da cama indo para o closet. Escolho um vestido branco, por ser mais rápido para vestir e dou uma penteada no cabelo.
Quando abro a porta e saio do quarto, vejo Amanda com a mão sobre o ombro do William falando algo pra ele e rindo em seguida. Senti um nó se formando em minha garganta e um aperto subir em meu peito fazendo meu coração bater mais rápido.
Eu dei um passo atrás, para voltar ao quarto e fechar a porta. Porque me senti impotente diante dela, Amanda sempre foi a mais bonita, ela sempre teve tudo que quis. Ela ganhou até o amor do meu pai, me tirar William seria fichinha.
Fecho a porta e me encosto nela, respiro fundo lutando contra a vontade de chorar. E me deparo com a nossa cama, desarrumada, é incrível como ela nunca está arrumada. Relembro que a pouco estávamos nela, abraçados e antes disso fazendo sexo, intensamente. Eu quase consigo ouvir sua voz dizendo "Você. É. Minha." olhando profundamente em meus olhos. Mas se eu sou dele, então ele também é meu.
Esfrego meus olhos e com uma coragem que não tenho, eu abro a porta. Respiro fundo antes de sair do quarto, caminho até a sala chegando perto do sofá.
— Maite, como vai irmãzinha? — Amanda fala me olhando de cima embaixo, sempre com desdém no olhar. Estou acostumada com isso.
— Oi. — Minha voz está embargada e só consigo falar isso. William franze a testa me olhando. O sofá que eles estão só tem dois lugares, e ao olhar o outro perbebo a bolsa dela, obviamente trocou de lugar pra ficar perto dele.
Engulo seco e caminho até eles, Amanda ergue a sombrancelha quando me sento no colo do William. Eu respiro aliviada quando ele passa os braços envolta de mim, ele me quer aqui.
— Tudo bem? — Pergunta e eu só aceno com a cabeça, lhe dando um sorriso fraco. Fecho os olhos quando ele beija meu rosto.
— Deveria voltar a dormir. — Encaro Amanda. Como ela se atreve? Já não foi suficiente o tempo que passou sozinha com William? — Digo isso porque você está parecendo cansada. — Ela dá de ombros. — Realmente está acabada Irmãzinha, deveria ir a um salão de beleza.  — Seu sorrisinho falso quando terminou a frase me encheu de raiva. Ela adora fazer comentários maldoso em relação a minha aparência. E eu sempre ouvi todos eles calada. Não
adiantava brigar, o meu pai sempre ficava do lado dela e eu sempre ficava como a vilã da história, recebendo até castigos por isso.
Mas agora ela está na minha casa, na frente do meu marido, tentando me humilhar mais uma vez. E eu não posso  permitir isso. Eu aprendi o que é ser valorizada, cuidada e protegida, William me mostrou. Então não posso deixar ela continuar a fazer isso comigo.
— Eu não acho, ela está linda assim. — William fala, me mostrando que agora tenho um defensor. Mas não consigo sorrir pra ele em agradecimento, estou encarando Amanda, com muita raiva.
— É eu estou cansada Amanda, William e eu estávamos bem ocupados lá no quarto quando você chegou e nos  atrapalhou, por isso eu estou cansada. — Percebo que consegui deixar ela chocada. E continuo enquanto tenho coragem. — Então... O que veio fazer aqui? — Ela abre a boca colocando a mão no peito.
— Não posso mais fazer uma visita pra minha irmã? Depois que se casou você esqueceu que tem família.
— Minha família já esqueceu de mim a muito tempo atrás. E só pra deixar bem claro, minha família é apenas o meu pai. — Quase me dou os parabéns por ter conseguido falar sem gaguegar ou tremer.
— Quanta consideração por mim e pela minha mãe, que lhe criou desde os oito anos. Não acho que o William concorde com sua atitude grosseira e intraga. —  Ela tinha que meter o William no meio, mas eu me sentiria menos que um lixo se ele concordasse com ela. E sinto meu coração apertar quando ele começa a falar.
— Esse não é um assunto, qual eu deva opinar, Maite tem sua opinião e eu a respeito, só ela sabe sobre seu passado e sua família. — Dessa vez consigo sorrir em agradecimento.

Migalhas De AmorWhere stories live. Discover now