Capítulo 69

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Passei um dia infernal no trabalho, sem conseguir prestar atenção em nada, minha mente estava longe, precisamente em Bela com aquele maldito Arthur. O que ele poderia querer falar com ela sobre o pai? É tão obvio que é só uma desculpa pra conseguir ela de volta, será que Bela não percebe isso?
Bato sobre a mesa, não sei como pude deixar ela ir, estava com tanta raiva que não raciocinei direito. E agora estou aqui, imaginando o que ela ta fazendo, morrendo de ciúmes.
Queria demorar a voltar pra casa, pra Bela ver que eu não vou estar sempre correndo atrás dela, mas quando foi seis horas da tarde, não aguentei e larguei tudo na agência. Quando cheguei ela estava deitada, chorando, me deixando mais irritado, eu sabia que ela voltaria assim, sempre volta com o assunto é o pai dela.
Pedi o que ouve e como ela não me disse, fui tomar banho. Então ela veio atrás de mim, totalmente nua, desse jeito era impossível continuar bravo com ela, eu até tentei ignora-la, mas quando ela caiu, molhada em meus braços, o olhar suplicando para que a cuidasse, não resisti. A beijei, esquecendo todo o resto, pedindo que fizesse amor comigo, louco pra estar com ela novamente, a saudade ainda era tanta.
Mas então ela disse que tinha que me contar uma coisa, estava séria, quase chorando. Eu já pensei o pior, que ela ia me deixar de novo, que escolheu acreditar no pai dela, ou que decidiu voltar com o Arthur. Tive medo e permaneci quieto, esperando que ela falasse de uma vez. Meu peito estava apertado e não entendi porque ela segurava minhas mãos em cima da sua barriga.
— Quando estávamos separados, você me ligou e disse que queria formar uma família comigo... É verdade? — Por um instante me senti aliviado, era sobre nós que ela queria falar e isso é bom.
— Você tem alguma duvida disso? Eu quero tudo com você, meu amor.
— Então...
— Quero te dar tudo que você nunca teve...
— Você já me deu... Está aqui dentro... — Ela aperta mais forte minha mão contra a sua barriga. Encaro nossas mãos ali unidas. O que poderia estar ai dentro? E de pronto, eu entendo tudo. A única coisa que poderia estar dentro da sua barriga, seria um filho... Nosso! Sorrio a olhando, imaginando se o que estou pensando é verdade.
— Eu to grávida. — Olho pro seu rosto e depois sua barriga, sem acreditar.
— Verdade? Está falando sério? — Ela afirma, chorando.
— Fui ao médico e deu positivo.
— Meu Deus. — Sinto meu coração bater acelerado, em um turbilhão de emoções dentro de mim que eu não consigo descrever. A puxo para meus braços, e Bela chora em meu peito, soluçando baixinho.
— Meu amor... — Me afasto dela, querendo dizer o quanto a amo, o quanto ela me faz feliz.
— Desculpa... — Ela sussurra.
— Pelo que? — Toco seu cabelo, querendo que ela me olhe.
— Eu sei que é cedo, que nosso casamento ainda é recente. E vou entender se não gostar da ideia de ter um filho agora...
— Você não gostou? — Ela nega.
— Eu gostei, muito... Muito. — Ela sorri em meio as lágrimas, tocando a barriga.
— Então?
— Eu não quero ser um estorvo em sua vida, você tem seu trabalho, nos mal começamos nossas vida juntos e eu... — Entendo que é a sua insegurança falando mais uma vez.
— Bela... — Faço ela me olhar. — Você é o mais importante em minha vida, é a minha prioridade,  a melhor coisa que me aconteceu e estar gravida é o melhor presente que você poderia ter me dado, eu te amo. — Ela chora.
— De verdade você gostou? — Pede entre soluços.
— É a melhor notícia que eu recebi na vida. — Desço minhas mãos até a sua barriga, emocionado e me ajoelho. Beijando suavemente o lugar que guarda nosso maior tesouro. Bela acaricia o meu cabelo, enquanto o seu corpo treme com os soluços. Eu também não consigo evitar as lágrimas, me sinto extasiado, emocionado ao limite.
Quando me levando, a abraço com força, seus seios se precionando contra meu peito. Acaricio seu cabelo, curtindo a sensação de a ter em meus braços.
— Você está chorando? — Me Afasto secando as lágrimas. Não gosto que ela me veja chorando, mas dessa vez vale a pena.
— Acho que eu nunca estive tão feliz na minha vida. — Ela sorri me olhando daquele jeito, com amor.
— Eu amo tanto você... — Sussura. — Obrigada por me dar uma família, por estar sempre comigo, me protegendo, cuidando de mim.
— Obrigada você, por existir... — Toco seu cabelo, limpando suas lágrimas e por fim a beijo, o gosto salgado se misturando com nosso amor doce. A trago pra mim, apertando-a, sentindo seu corpo sensual, com razão suas curvas estão mais marcadas, agora ela carrega um filho meu. O pensamento me faz sentir tão orgulhoso. A levo para cama, deitando-a e indo por cima dela, abro suas pernas... Mas paro, a olhando.
— Bela... agora que está grávida, será que podemos fazer? Talvez machuque o bebê.
— Não sei. — Ela toca a barriga preocupada.
— O que o médico disse?
— Não perguntei a ele sobre isso. — Ela me olha séria.
— É melhor não arriscarmos, eu não sei nada sobre gravidez. — Eu digo, e é verdade, nunca me interessei pelo assunto, vou ter que aprender tudo agora.
— Vou pegar uma roupa pra nós. — Visto um calção, e trago um vestido leve pra ela. Se ela continuar nua, sou capaz de não responder pelos meus atos. A olho apaixonado, enquanto ela se veste, tão linda quanto o possível.
— Vem aqui. — A chamo pra deitar em meus braços, e ela vem sorrindo, se aninhando em mim.
— Porque não me disse que desconfiava que estava grávida? — Bela se ajeita sobre meu peito, pra me olhar.
— Eu não desconfiava, foi uma surpresa pra mim também... Eu fui tão irresponsável, nem me dei conta que a minha menstruação tava atrasada, não notei que os sintomas, enjôos e desmaios poderiam ser uma gravidez.
— Você desmaiou?
— Sim. — Sua voz sai em um sussurro.
— Quando?
— Ontem, mas já estou bem.
— Mesmo?
— Sim, o médico disse que estou entrando na oitava semana da gravidez. Que tudo está bem, mas que eu tenho que começar logo pré-natal com uma obstetra da minha confiança. — Ela fala animada e ao mesmo tempo de um jeito sério, preocupada.
— Oito semanas, isso quer dizer dois meses já? — Ela afirma.
— Sim, falta terminar essa semana pra completar dois meses certinho. — Sorri a olhando.
— Por isso seus seios estão maiores. — Ela sorri com vergonha e eu beijo seu rosto. — Ah Bela... Estou tão feliz! Que quero gritar pro mundo inteiro ouvir que vamos ter um filho. Te amo tanto. — Ela me abraça forte, se aninhando em meu peito, seu corpo treme, quando ela tenta esconder um soluço. Sinto que tem algo errado, ela não está feliz como eu estou!
— Meu amor... Tudo bem se você não gostou... Sei que isso é tudo novo pra você, mas imagina um bebê só nosso, pra gente brincar e cuidar... —  Ela nega com a cabeça.
— Não... Eu amei tanto saber que vamos ter um bebê.
— Então porque está assim? Me diz Bela... — Ela foge do meu abraço, se escostando na cabeceira da cama, limpando as lágrimas. Me ergo ficando ao seu lado.  — Está com medo? — Seus lábios tremem e ela apenas mexe a cabeça em confirmação. —  Eu vou estar com você sempre.
— Verdade? Então me promete que nunca vai deixar ninguém fazer nenhum mal com o nosso bebê.
— Eu prometo, nada vai acontecer a ele, não vou deixar. — Digo olhando em seus olhos, tocando seu cabelo.
— Então... Vamos embora daqui? Pra Nova York, como você queria antes...  — Concordo com a cabeça. E sinto todo o corpo dela relaxar, como se estivesse nervosa pra me pedir isso. O que é muito estranho. 
— Ou nos podemos. ficar, pra mim não faz diferença, só quero estar ao seu lado. — Ela volta a ficar séria, me olhando.
— Mas... você tem uma vida lá.
— Minha vida é você. — Bela sorri, mas não parece satisfeita. — Pensei que gostaria de ficar...
— Eu quero ir... — Fala com convicção.
— Porque? — Ela dá de ombros, os olhos se enchendo de lágrimas. Depois esconde o rosto no meu pescoço, me abraçando.
— Bela... O que aconteceu? Porque está assim? Do que tem medo?
— Por favor só me abraça...
— Eu abraço, mas quero saber o que está acontecendo. — A puxo para meu colo, aninhando em meu peito. — Me fala, eu sei que tem algo errado, eu te conheço.
— Não é nada...
— Foi aquele Arthur não foi? Porque ele te ligou de manhã? O que ele queria?
— William... Por favor.
— Bela, se não me contar juro que vou atrás dele e faço ele mesmo me dizer. 
— Não... Não tem nada haver com ele.
— Então com quem? Seu pai? — Ela chora mais forte, sabia que o desgraçado estava metido no meio. — O que ele fez Bela? — Ela se desespera, chorando quase sem ar. Então trato de acalma-lá, beijando seu rosto, acariciando o seu cabelo, dizendo que está tudo bem. Aos poucos ela se acalma, quase dormindo em meu colo.
— Por favor... Me conta Bela. — Ela ergue o olhar pra mjmo.
— Me promete que não vai fazer nada contra ele...
— Não posso prometer nada.
— William...
— O que ele fez? — Ela fica quieta por uns instantes, mas então respira fundo, começando a falar:
— Ontem fui falar com ele e desmaiei... Acordei já no hospital, Jorge disse que eu não tinha nada e que  deveria comprar um remédio pra enjôo... — Ela volta a chorar, e eu estou tentando entender o que ela me disse.
— O que isso... Eu não não entendi, Bela.
— Ele mentiu... Falou pro médico que eu era louca e ficou com o resultado do exame, sabia que eu estava gravida e me mandou comprar remédio pra enjôos, um remédio que poderia ter provocado um aborto se eu tivesse tomado. Ele tentou matar nosso filho... — Bela se desesperada novamente. Algo em mim, me mantém quieto, inexpressivo, sinto o sangue correr por minhas veias e ouvir os soluços da minha mulher frágil em meus braços,  contribui para a raiva dominar todo meu ser.
—William?... — Sinto sua mão em meu rosto. — Você  está tremendo... E me apertando forte demais... — Ela sussurra, quase sem fôlego. Eu a solto imediatamente, deixando-a na cama com medo de machuca-la. Fico em pé, a olhando, me certificando que ela está bem. Seu olhar assustado não me demonstra nada, só medo.Tento babucear um pedido de desculpa, mas tem um nó em minha garganta.
Então respirei fundo, passando as mãos pela minha  nuca, querendo arrancar essa angústia do meu peito, sinto a raiva me dominando, e muita coisa começa a  passar na minha cabeça, pensamentos assassinos e cruéis, as milhares formas de matar aquele maldito velho, todo o tipo de dor que eu poderia causar a ele. A dor que ele está me causando agora, me fazendo sentir tão impotente, diante da minha mulher, do meu filho, eu os deixei a sua mercê.
Explodi de raiva acertando a parede, com toda a força que eu tinha, uma fúria ardente, cruzando pela  minha pele, dilacerando meu coração. O choro de Bela parecia entrar dentro de mim, aumentando meu ódio. Esmurrei a parede mais duas vezes, até sentir a mão dela sobre minhas costas, tocando com carinho, a sua voz chamando meu nome, e por fim os seus braços rodeiam minha cintura, sua testa colada em minha pele, soluçando, chorando baixinho, junto comigo.
— Eu vou matá-lo... os socos não foram nada perto do que vou fazer com ele agora.
— NÃO. — Bela se enfia entre mim e a parede, puxa meu rosto com as mãos, me forçando a olha-la.
— Por favor, eu imploro, por mim, não faz nada.
— Como... Como pode me pedir isso? — Digo raivoso. — Ele passou de todos os limites...
— Eu sei...
— Colocou em risco a sua vida... Do nosso filho... Eu... Meu Deus! Juro que vou espancá-lo até a morte...
— Não... Não... não... Por favor...  — Ela tenta falar, mas se engasga com o choro, tossindo. Lembro que está grávida e ficar nervosa assim com certeza não é bom no seu estado.
— Hey... Hey... Não vou fazer nada, fica calma. — A abraço, alisando suas costas. — Ficar assim não faz bem pro bebê. — A trago para cama, ficando como estávamos antes, ela em meu colo... Seu choro vai sumindo, ficando apenas soluços dispersos.
— Verdade? Que não vai fazer nada... — A olho de lado, sem saber o que responder. Não posso deixar isso passar em branco.  — William... Por favor...
— Como pode defender ele? Depois de tudo que ele te fez? — Tento disfarçar a minha raiva, mas é impossível.
— Como acha que eu me senti? Sou filha dele... Ele não se importou em me chamar de louca, em por a minha vida em risco... Me sinto um nada, um lixo... — Sua voz angustiada, corta meu coração.
— Não, você é o meu maior tesouro... — Toco sua pele sentindo o quanto é perfeita.
— Então faça por mim, não machuque ele.
— Bela...
— Por favor... Não estou pedindo por ele, minha vontade é machuca-lo também... Mas eu preciso de você mais do que nunca, não vou conseguir sozinha se for preso, eu não sei o que eu faria...  — Ela soluça, querendo chorar novamente...
— Shiiii.. — Tento acalma-la, aninhando em meus braços.  Eu volto a racionar, vendo que ela esta certa, preciso machuca-lo, mas sem correr o rosto de ficar longe da minha família.
— Não vou fazer que nada que me tire do seu lado.
— Promete?
— Prometo...
— Então vamos embora... Vamos ser felizes longe dele... — Concordo sorrindo.
— Sim, meu amor... Vamos formar a familia que você tanto sonhou, juntos. — Vejo seus olhos brilharem, cheios de esperanças, de sonhos. E beijo sua testa, prometendo a mim mesmo, realizar cada um deles.

É tanto amor que eu nem sei o que falar ❤ A felicidade pela gravidez, e mesmo diante da tristeza pela quase perda do filho, os dois não deixam de se  importar e amar um ao outro

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É tanto amor que eu nem sei o que falar ❤ A felicidade pela gravidez, e mesmo diante da tristeza pela quase perda do filho, os dois não deixam de se  importar e amar um ao outro.
*  Estou abertas a idéias, do que o William poderia fazer pra se vingar do velho, sem ficar longe da Bela, óbvio. Comentem ;)

* O próximo Capitulo vai ser do casal mais marrento da fic 👫

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