Capítulo 11

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Eu senti algo se formando dentro de mim, uma sensação de calor e vibração que percorreu meu corpo todo, indo e voltando, se intensificando a cada nova investida de William. Doía, latejava e ao mesmo tempo instigava por mais. Tive medo de não conseguir suportar essa sensação, mas eu não queria que acabasse, nunca.
Jamais tinha sentido algo assim, parecia que meu corpo estava se quebrando em milhões de pedacinhos e se refazendo novamente. E quando chegou ao fim, uma sensação de plenitude e leveza inexplicáveis tomaram conta de mim. Eu estava no céu, ou como eu imaginava que irria me sentir no céu. Talvez não tão quente, molhada e ofegante.

A boca de William estava sobre a minha, mas ele não estava me beijando, seus lábios apenas encostavam nos meus, ele estava tentando respirar, assim como eu. Nossos corpos estavam colados, seus cotovelos apoiados na cama ao lado da minha cabeça, os meus seios contra seu torax e minhas mãos em volta do seu pescoço. Ele se inclinou um pouquinho mais e me beijou.

— Uau... — Ele sussurra. Gemo quando sai de dentro de mim e deita ao meu lado, posso ouvir sua sua respiração descompassada. Minha boca esta aberta a procura de ar. Sinto todo meu corpo mole e o sono esta quase me vencendo. É quando sinto a mão de William se infiltrar por debaixo da minha nuca e me puxar para seu peito.

— Tá tudo bem? — Eu queria ter forças para responder. — Bela? — Sorrio com o apelido. — Só me diz se ta bem.
— Hurum. — Resmungo. Me sinto completamente dopada, exausta de verdade. Incapaz até mesmo de sentir medo, eu sabia que o escuro ainda estaria ali se eu abrisse meus olhos, mas ele parecia muito insignificante agora. O cansaço me vence e durmo quase que instantaneamente.

Acordo com o barulho de algo caindo no chão, empurro a coberta e me sento na cama um tanto assustada, a claridade me cega e preciso esfregar meus olhos para conseguir enxergar. Demorei alguns segundos para lembrar onde eu estava e o que tinha acontecido comigo. Quando tudo finalmente voltou a minha mente, eu olhei meu corpo, certificando-me que tudo estava no lugar.
O espaço ao meu lado está vazio, então William provavelmente está na cozinha, ao menos o barulho parecia ter vindo de lá.
Abraço a mim mesma e fecho os olhos, meu corpo está cansado. Mas eu preciso fazer xixi e tomar um banho, bem longo de preferência.
Empurro o edredom, levanto, pego uma toalha que estava nos pés da cama e me enrolo nela. Ao me virar, algo chama minha atenção, uma pequena mancha vermelha no lençol. Bom, se a ficha ainda não tinha caido, ela acabou de cair agora. Ali estava a prova que William havia tirado a minha virgindade. E me sinto aliviada, porque eu tinha tanto medo desse momento, medo da dor, medo de errar, de escolher o cara errado. E agora é como se um peso enorme fosse tirado das minhas costas.
— Maite... — A voz rouca de William me faz arregalar os olhos e me virar pra ele num pulo. Ele franze a testa, seus olhos me analisam de cima em baixo e depois se dirigem a cama. Merda. Isso não pode estar acontecendo. — Eu vim te chamar pra jantar, esquentei o risoto de meio dia. — Não consigo sequer olhá-lo nos olhos. — Está com fome?
— Ah... Sim, eu... eu só... é... vou tomar um banho. —Falo olhando pra qualquer lugar no quarto, menos pra ele. Me viro pra ir para o banheiro.
— Maite. — Paro, respiro fundo.
— O que? — Ouço seus passos se aproximando. Contra minha vontade, me viro de frente para ele.
— Não se preocupe tanto com isso, é algo normal. — Aceno com a cabeça. Finalmente o olhando. William sorri.
— Eu... não estou acostumada com isso.
— Eu sei, você ainda é tão menina. — Ele ergue a mão e coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. — Bem... — Sorri de lado. — Talvez não tão menina agora. — Abaixo o olhar, sem saber o que dizer. Ele dá mais um passo e beija minha testa. Aperto a toalha no meu corpo.
— Eu tenho que ir tomar banho. — Sussuro.
— Ta bem. — Ele se afasta. — Te espero na cozinha, não demore ou a comida vai esfriar. — Então ele vira de costas e sai. Eu corro para banheiro, ligo o chuveiro  e deixo a água cair na minha cabeça. Não quero pensar no que acabou de acontecer.

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