Capítulo 75

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No dia seguinte ao parto, Bela já recebeu alta do hospital e pudemos voltar pra casa. Apesar de todo o sofrimento, a recuperação era mais rápida que uma cesariana.
A recepção da nossa família foi calorosa e todo mundo queria segurar o Guilherme um pouquinho, ele passava de colo em colo, mas não quis acordar pra festa. Desde que nasceu ele dormia praticamente o tempo todo, acordava quando sentia fome, e depois que era amamentado, ficava mais uma meia hora acordado e logo voltava a dormir. A médica havia dito que era normal nos primeiros dias, então eu não me preocupei.
A primeira semana passou voando, tirei uma licença do trabalho, pra ficar junto com Bela e não perder nada dessa nova fase. No hospital a enfermeira me ensinou a dar banho, trocar a frauda, como Bela ainda precisava de repouso pensei que seria eu a fazer tudo, mas estava enganado. Minha mãe, Candelária e Isabel estavam disposta a ajudar em tudo, em tudo mesmo. Dar banho, trocar frauda segurar no colo, só não amamentavam porque não tinham leite. Era bom receber ajuda, assim eu tinha mais tempo pra cuidar de Bela, mas disputar meu filho com as três era muito cansativo.
Tranco a porta do quarto, quando enfim consigo ficar sozinho com meus dois amores. Observo Bela amamentar, enquanto segura a pequena mãozinha de Guilherme brincando com os dedos. Deito na cama cansado e a mão de Bela acaricia meu cabelo, sorrio fechando os olhos.
— Elas estão acabando com você. — Bela sussurra. Eu suspiro e tomo uma decisão.
— Apartir de amanhã, vamos morar na nossa casa, só nos três. — Abro os olhos pra ver sua reação, Bela está sorrindo. — O que acha?
— Acho que é uma boa ideia. — Me sento na cama, pra explicar minha decisão, mas ela se antecipa. 
— Eu amo elas, fico feliz que amem tanto o nosso Guilherme, mas eu queria ter mais tempo sozinha com ele, poder cuidar dele, ser a mãe dele, sem toda a ajuda. — Ela sente o mesmo que eu, beijo seu rosto.
— Vou conversar com elas, vamos nos mudar amanhã.
— Boa sorte. — Sorrio, sei que vou precisar.
Nenhuma das três gostou da ideia, mas minha mãe foi quem menos aprovou. Expliquei que queríamos ficar sozinhos, para viver de verdade essa nova fase. No fim elas aceitaram a minha decisão. Depois que Bela com toda a sua doçura, falou que elas poderiam ir nos visitar sempre, afinal morávamos no mesmo condomínio.
Depois de meses morando com a minha mãe, essa era a primeira noite que iriamos passar sozinhos, na nossa casa. Logo que anoiteceu, Bela preparou tudo pra dar um banho em Guilherme. Com toda a "ajuda"  que recebemos logo após o nascimento, ela só conseguiu dar banho nele uma vez. Então preferi deixar ela fazer isso sozinha e deitei na cama esperando os dois. Algum tempo depois, ela surgiu com ele enrolado na toalha e o colocou na cama.
— Prontinho papai, já estou limpinho. — Ela falou com a voz doce, o desenrolando da toalha e o enxugando com todo cuidado. Guilherme a olhava hipnotizado,  ele a seguiu com o olhar quando ela se afastou da cama.
— Vai se acostumando filho, ela é linda assim sempre. — Sussurrei pra ele. Quando ela voltou, ele mexeu as perninhas e os bracinhos, demonstrando alegria. Bela nem percebeu, estava concentrada no que fazia, com carinho, sempre falando com ele, que a ouvia atentamente, Bela colocou a frauda e o vestiu. Alcançou ele pra mim e foi organizar a bagunça que estava na cama.
— Você não me olha assim, quanto eu te troco. — Falei pra ele, que me olhava com os olhinhos brilhando. — Mas, eu te entendo campeão, ela é perfeita demais, quando você crescer vai ter que me ajudar a cuidar dela, entendeu?
— O que voce ta falando pra ele?
— Nada, coisa de homem. — Sorri pra ela, que franziu aquele nariz lindo que ela tem.
— E será que esse homenzinho, está com fome? — Ela falou mexendo nos peitos.
— Ele eu não sei, mas eu to com muita fomee....
— Mas você acabou de jant... — Ela parou de falar, quando me olhou e entendeu o meu olhar malicioso aos seus peitos.
— Você não sabe a sorte que tem, meu campeão.  — Disse entregando ele para Bela. Ela sentou na minha frente, apoiando as costas no meu peito, enquanto dava de mamar, a abracei, vendo Guilherme ficar hipnotizado pela mãe novamente.
—  Vamos trazer o berço dele pro nosso quarto? Não consigo deixar ele dormir sozinho. Ainda é tão pequeno. 
— Sim, depois que ele tiver alguns meses deixamos ele dormir sozinho.
— Sim... — Bela sorriu me olhando. — É bom ficar assim... Só nois dois... decidindo o que é melhor pra ele...
— Sim... Mamãe e Isabel são maravilhosas, mas muita ajuda, as vezes atrapalha.
— Verdade...
Fui buscar o berço, enquanto Bela fazia ele arrotar, coloquei no canto do quarto, perto da cama.
— Ele dormiu. — Ela disse o colocando no berço e o cobrindo.
— Sorte dele... — Susssurei, perdido nela.
— Porque sorte?
— Porque eu não sei se vou conseguir dormir com você linda desse jeito do meu lado, sem eu poder fazer nada. — Ela sorriu.
— Só faltam mais 20 dias.
— Vinte longos dias... — A puxei pra mim, beijando sua testa e em seguida sua boca. Suspirei quando me afastei. — Vou tomar um banho. — Frio de preferência. Bela apenas afirma com a cabeça.
Vou para o banheiro, tiro a minha roupa e coloco o chuveiro no frio, tentando tirar da cabeça a imagem da camiseta de Bela molhada pelo leite, deixando seus mamilos pontudos amostra. A água gelada parece não ajudar, estou ardendo por ela, sinto tanta saudade, o sexo diminuiu bastante nos últimos meses da gravidez, mas nós sempre buscavamos um jeito de sentir prazer. Só que depois do parto, tudo mudou, ainda sinto desejo, sou louco por ela, pelo seu corpo, eu quero toca-la, mas tenho medo de machuca-la, ela sofreu tanto pra dar a luz, não quero que sinta dor novamente. 

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