Capítulo 26

4.6K 353 13
                                    


Estou tentando trabalhar mas o que ouvi da Maite falando com Camilla agora pouco me deixou inquieto e... orgulhoso. Saber que eu a deixo quente só com um beijo me deixou envaidecido. Mas todo o resto, toda a sintonia e como ela se sente ligada a mim me deixou inquieto. Porque as mulheres sempre precisam ligar tudo a sentimentos? Nós dois  apenas nos damos bem na cama e ponto. Nosso casamento tem prazo de validade e não quero ela alimentando coisas que não existem. Maite tem se tornado alguém muito especial pra mim, por quem comecei a ter um carinho muito grande, e não quero machuca-lá quando tudo isso acabar. Não sei se quando contar a verdade vamos ser amigos, eu gostaria que sim, apesar de que por mais que eu tente, não consigo imaginar nós dois apenas como amigos. Enfim, essa história tomou um rumo completamente diferente do que imaginei e não sei como tudo isso vai acabar.

— William? — Sua voz doce preenche meu ouvido. E eu a olho. Como ela consegue ser tão linda, apenas com uma camiseta e um shorts? Vou até ela e a beijo devagar.
De todas as opções que eu poderia ter escolhido, acho que essa foi a que mais me beneficiou. Mesmo não sendo a opção mais correta. Eu poderia ter respeitado a sua condição de dormir em camas separadas e hoje seríamos apenas amigos morando juntos. Mas não, eu tinha que tirar a virgindade dela. Eu sei que foi um erro, mas não consigo me arrepender dele. E bem no fundo sei que se tivesse a opção de voltar atrás, eu faria tudo de novo, porque sou um maldito pervertido. E ela... ela é gostosa demais pra eu resistir.
Ela sorri pra mim enquanto saímos do escritório para almoçar. Agarrei sua mão antes de irmos para fora, eu gosto desse contato.
Tudo estava indo bem até Camilla soltar uma frase sobre a mesa ser resistente, e Maite se afogou, eu não pude deixar de sorrir, Maite é tão tímida e ela faz isso. Eu ouvi muito bem quando ela gritou "em cima da mesa?" Foi isso que chamou minha atenção e me senti como um idiota, quando me aproximei da porta pra ouvir.
Quando eu pensei que iriamos terminar o almoço sem mais surpresa, Camilla me solta outra frase, sobre seu chefe. Que me deixou realmente irritado. Quem é esse maldito? Olho pra Maite, pra minha mulher, porra, ela tem dono. E sou eu. Ao menos por enquanto. Bem foda-se, ela é minha agora. Não quero nenhum empresário metido a besta perto dela.
Relembro de como ela estava gostosa aquele dia e sinto alívio ao lembrar que ela foi me ver depois da reunião. E com certeza não deu a mínima pra nenhum empresário idiota. Porque afinal, ela terminou na minha sala, no meu colo, me beijando.
— É muito linda, mas é casada. Diga isso ao seu chefe. — Respondo a Camilla, não querendo demonstrar muito interesse. Mas por dentro, estava querendo socar a cara do chefe dela.
— Já disse. — Camilla me responde sorrindo. Essa mulher é doida, mas gosto dela. Principalmente depois de ter falado pro seu chefe que Bela, tem dono.
— Ótimo. — Digo voltando a comer. Vejo Maite encarar Camilla apertando os olhos. Nunca a vi brava. E não é nenhuma surpresa que ela fica linda desse jeito também.

Depois que o almoço acabou, eu logo voltei pro escritório. O resto da tarde passou monótono, entre muito trabalho e problemas. Bela me trouxe um lanche perto das 16 horas da tarde. E só voltei a ver ela no jantar. Meu Deus, eu tenho trabalhado demais nesses últimos dias.

Depois do jantar eu fui deitar mais cedo, minha cabeça estava doendo. Resultado de tanto trabalho, de tanta coisas pra pensar e decidir. Estou estressado, mas quem me desestressa está na cozinha com a Candelária. Porque ela não vem pra cama logo? Será que terei que ir lá e arrasta-la?
Me viro mais uma vez, ajeitando o meu travesseiro e nada. Bufo, se soubesse disso não teria aceitado ela trazer a Candelária pra trabalhar aqui. Estou prestes a levantar e ir busca-lá quando a porta se abre e ela entra.
— Ainda não dormiu? — Pergunta toda doce. Claro que não dormi, estou esperando por você.
— To sem sono. — Minto. E ela sorri levemente indo para o banheiro. Sorte que ela já tomou banho. Então não vai demorar muito. Quando ela surge novamente eu já ergo a coberta pra mostrar que ela deve se deitar. Então ela se aproxima, finalmente.
— Eu pensei em fazer um curso de inglês. — Ela comenta enquanto amarra o cabelo num coque.
— Pensei que sabia falar em inglês.
— É eu também. — Ela diz rindo, me deixando confuso. E se senta na cama, aproveito e puxo seu travesseiro bem pertinho do meu. — É que na reunião eu senti dificuldade em entender o que eles falavam as vezes. E Camilla falou sobre um curso que ela fez, tem a duração de um mês e relembra o principal. E como eu estou de folga, pensei em fazer. — Concordo com a cabeça.
— É bom, assim você se distrai. Bem pelo tanto de trabalho que tenho, com certeza vamos ficar aqui por mais um ou dois meses. — Ela se deita bem próxima a mim e coloco a coberta sobre ela. — Eu posso pedir pra minha secretária te matricular, se quiser.
— Mas ela deve ter muito trabalho. — Sorrio por ela se preocupar com a minha secretária.
— Não se preocupe, ela vai achar um tempinho pra fazer isso, pode deixar.
— Ta bem. Camilla me deu o endereço e o telefone, está em cima da cômoda.
— Ta bem, amanhã eu pego. — Abraço ela trazendo para perto.
— Você está tão cheirosa. — Dou um cheiro em seu pescoço. E meu celular começa a tocar. Merda. Carlos não está no país, então disse que ligaria a noite. Mas eu não vou atender, eu nem falei com a Maite ainda.
— Não vai atender? — Maite pergunta, pois continuei beijando seu pescoço sem me importar com o celular.
— Não. É o Carlos, ele está me perturbando.
— Com o que? — Suspiro a soltando. Porque ela quer conversar? Eu só quero me perder nela e esquecer o resto.
— Ele está rejeitando as outras modelos pra campanha, porque ele quer você para as fotos. Como você disse que ia pensar, ele está esperando sua resposta.
— Meu Deus! Eu disse que iria pensar só pra não dizer não de cara, não queria ser mal educada com ele. — Ela coloca a mão na boca pensativa. Agora ela está se sentindo culpada. Escondo um sorriso, pois seu rosto está sério. — Você sabe que eu não sou modelo William.
— Não se preocupe com isso, Carlos só está fazendo birra. Logo encontramos uma modelo que ele goste e ele vai sossegar. — Ela continua com o rosto sério.
— Mas se não encontrarem você vai perder a campanha?
— Não sei, talvez.
— Que pena. Se eu não tivesse aparecido isso não teria acontecido. — Nego com a cabeça.
— Não é culpa sua. — A aperto contra mim. —  Você é linda, lógico que Carlos como trabalha nisso a muito tempo iria notar. E você tem o perfil que ele quer, o cabelo, o rosto, o olhar.
— Mas não sou modelo.
— Mas é linda. — Beijo sua testa. Eu estava nervoso e agitado, mas agora já estou relaxado e calmo. Ela é o meu calmante natural. Meu celular volta a tocar. — Carlos é muito insistente. — Digo rindo. — Mas não vou sair daqui pra falar com ele. — Mas Maite está séria e pensativa.
— Você que vai tirar as fotos?
— Sim.
— E essas fotos vão sair onde? — Ela está interessada demais, e isso me faz olha-lá.
— Bem, a marca vai publicar nas redes sociais, em outdoor, e em revistas. Porque?
— Olha, eu não sou nenhuma modelo, mas se for pra te ajudar e se for você quem tire as fotos, eu aceito. — Franzi a testa surpreso.
— Quer mesmo fazer isso? — Ela dá de ombros.
— Se você quizer sim. — Abraço ela me apoiando no cotovelo e beijo seu pescoço a apertando.
— Eu não sei se quero dividir sua imagem com o mundo. — Falo manhoso. E ela me abraça.
— Você decide. — Mordisco seu pescoço até chegar em sua boca e a beijo. Enfim, começando a fazer o que desejesava, desde o minuto que ela deitou nessa cama.

Migalhas De AmorWhere stories live. Discover now