Migalhas De Amor

Capítulo 77

Bella não está sendo razoável, ela não se importou com a minha opinião ou pensou que por sermos casados certas coisas devem ser discutidas juntos e decidiu ir a um bar sozinha.
Eu entendo que ela está brava comigo, por causa daquela maldita carta, mas não deveria, eu estava protegendo ela de mais uma decepção, o pai sempre a machucou, porque ela acha que seria diferente agora? Ele não vai mudar nunca.
Bella tem que entender isso e aceitar o fato que ele nunca vai ser um bom pai pra ela. Não sei porque ela voltou a criar ilusões sobre ele, afinal tinha me dito que ele estava morto pra ela, que não queria voltar a saber nada dele.
Minha Bella amadureceu nos últimos meses, principalmente depois que o nosso filho nasceu. E agora está agindo dessa maneira... Indo a bares sozinha!
Deixei Guilherme com a minha mãe e fui para a varanda da casa, assim eu poderia ver quando Bella saísse com Camilla. O que pareceu demorar uma eternidade, mas enfim eu a vi!

A principio não reconheci a mulher que trancou a porta e olhou na minha direção, parecendo me ver. O vestido se é que posso chamar assim, era todo vermelho, colado ao seu corpo, curto e decotado. O salto alto a fez caminhar de uma forma mais sensual, causando um turbilhão de sensações em mim, desejo, raiva, ciúmes... Medo! Limpei meus olhos embaçados assim que ela entrou no taxi. A ideia de que outros homens a veriam vestida assim me fazia ferver de raiva, mas o choro preso em minha garganta, me fez ficar imóvel, olhando o taxi se afastar. Eu a amo tanto, que dói, dói imaginar outra pessoa vendo o que é meu, mesmo que eles não a toquem, que nem sequer cheguem perto, ainda assim dói.

Eu decidi aceitar a minha punição, confiar nela e esperar que ela voltasse para que então, ela recebesse a sua punição, porque dessa vez ela passou de todos os limites do quanto uma mulher pode ser gostosa.

Tudo estava indo bem, conversei com meus pais, brinquei com Guilherme tudo para me distrair enquanto ela não voltava, mas uma mensagem de Rafael colocou tudo a perder:

" Estou indo buscar a Camilla, um amigo acabou de me ligar dizendo que viu a minha namorada dançando no The secret bar como uma louca."

— Mamãe pode cuidar do Guilherme um pouco? Vou ir buscar a Bella.
— Claro meu filho, porque não deixa ele dormindo aqui com nós? Sim, se precisar eu ligo pra vocês. — Ela me acompanhou até a porta, sem tentar esconder a alegria de ter o neto por uma noite inteira.
Eu nem pensei em nada, peguei meu carro e fui reto para o maldito bar na Times square, eu conhecia e sabia que tipo de bar era, com música eletrônica mulheres dançando, se esfregando e os homens babando.
Minha mente se negava a acreditar que Bella estava fazendo isso, como ela foi parar lá? É um bar tão distante do nosso bairro. Vou matar Camilla por ter levado ela.

Estacionei na frente do bar, sem me importar se podia ou não. Que se dane se eu levar uma multa, o importante é encontrar a minha mulher. Entrei no bar, percorrendo tudo com o olhar, a sua procura. Caminhei por entre as mesas indo para mais perto da pista de dança, enfim a encontrando. Paro. Incapaz de me aproximar mais e a observo dançar. Rafael já estava ali, falando no ouvido de Camilla, enquando Bella continua sua dança hipnotizante de olhos fechados, suas mãos deslizam pelas laterais do seu corpo até os cabelos, rebolando... Não sei quanto tempo fiquei a obsevando dançar, mas quando me dei conta que não era o único a estar babando por ela, acabei com seu show rapidinho.

— Você vem comigo, Bella! — Falei ao seu ouvido, enquanto a agarrava por trás. Ela se afastou o suficiente para se virar, então sorriu.
— Oii amoorr. — Sua felicidade em me ver me surpreendeu. — Dança comigo... Esta tão bom aqui!! — Disse se agarrando no meu pescoço, seu corpo se precionando contra o meu.
— Não, vamos embora. — Disse sério.
— Mas...
— Vamos, embora agora! — A puxei pelo braço, desviando das pessoas e procurando caminho mais rápido até a saída, Bella se apoiou no meu ombro me seguindo até o carro.
Eu estava louco e queria tirar ela daquele lugar o mais rápido possível, nunca pensei na vida que veria Maite naquela cena, meu sangue fervia de ciúmes, ao lembrar daquele bando de idiotas, olhando para as curvas da minha mulher, curvas que só eu posso tocar, só eu posso dominar.