Capítulo 70 - Dallas, Texas

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            Naquele meio de semana ela acabou optando por almoçar um sanduiche frio qualquer ao invés de sair do prédio. Abriu seu computador pessoal para escrever alguns e-mails para sua família e ir preparando o terreno para a novidade.

Como vai dondoca?

Eu escrevo pra você porque ando numa correria danada com o pós doc, o trabalho e as atividades extras em que eu vivo me metendo (mais trabalho). Quando consigo ter tempo ao chegar em casa, o fuso horário acaba com minha intenção de ligar, então já sabe, né? Mande beijos para todos e diga que estou com saudades!

Sobre o Lucca, você tem certeza de que eu não deveria insistir para ele continuar a morar lá em casa? Eu concordo com você sobre a independência dele (e a minha vida de solteira desregrada como você diz), você sabe, mas não me importaria dele ficar lá se você achar melhor. Se você me vir nem que seja de relance no Messenger, me chacoalha a tela, tá?

Tenho algo pra te contar, mas quero que seja em "real time" nem que seja pelo computador.

Beijos, te amo.

E clicou em enviar. Ela sabia que se falasse que precisava contar algo, a irmã iria dar um jeito de falar com ela rapidinho. Uns segundos depois de ter enviado o e-mail para a irmã, recebeu um de Seth em seu e-mail pessoal. Ele solicitava uns documentos da empresa e também a mandou um recado com algumas gracinhas melosas para avisa-la que iria se ausentar alguns dias por precisar fazer uma viagem à Rússia.

Segue em anexo os documentos solicitados. Quero um souvenir.

Ela respondeu, rindo. E deu continuidade a responder e verificar seus e-mails pessoais, afinal, estava ainda em horário de almoço.

Sem perceber, enquanto isso, começou a olhar sites aleatórios na internet. Foi quando seu celular tocou, causando-lhe sobressalto.

Na tela apenas um coração. Atendeu no susto.

— Pode falar?

— Ahm – fechou a tela de seu notebook que mostrava um belo vestido de noiva, como se Cyrenna pudesse ver algo através do telefone – claro, manda a ver!

— Manda a ver?

— É, quer dizer...

— Você tava fazendo alguma coisa suspeita, claudinha?

— Ah, nada de mais – tergiversou – vai, fala que eu já tô curiosa.

Cyrenna fez um leve silêncio de provocação do outro lado. como Cláudia não disse nada, ela resolveu retomar o motivo de seu contato.

— Preciso de uma coisa e você é a única pessoa em quem confio.

Cyrenna não estava na cidade devido ao trabalho e ao seu "reestabelecimento" da aliança com Seth e seus associados. E ela precisava de alguém que pudesse ir a um evento conferir a presença de uma curiosa figura: Dallas.

Cláudia riu.

— Qual é a graça?

— Me desculpe – retomou a postura – eu sempre acho engraçado quando alguém tem nome de lugar tipo... Chelsea ou Dakota – riu – Desculpe. Deve ser algum problema de cognição meu – pigarreou – continue.

Cláudia não viu, mas teve certeza de que Cyrenna virou os olhos e a condenou pelo péssimo senso de humor, que seria comparável ao de seu querido "noivo". E ela estava certa, tanto que Cyrenna demorou ao menos dois segundos antes de retomar a palavra, não sem antes bufar.

Scrupulo - Vale Quanto Pesa [COMPLETO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora