Capítulo 76: Nenhuma boa ação sairá impune

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Combinaram de se encontrar em um dos escritórios do Tabuleiro que não ficava no prédio principal. Para ser mais especifica no escritório de uma das investigadoras do time branco da organização.

Claudia aguardava Ellie em uma minúscula sala ocupada por um sofazinho, uma poltrona e uma mesa de centro, onde em cima havia uma caixa de lenços e uma jarra de água e alguns copos.

A menina chegou um pouco atrasada.

— Bem, depois da nossa última conversa, eu fiquei um tanto preocupada. Você falou sobre família, e... morte. E isso é um sinal de alerta né? por isso... lhe dei aquele cartão. – disse depois dos cumprimentos de praxe e um certo desconforto que Ellie demonstrava. Pelo visto ela não esperava encontrar Claudia literalmente. Achou que seria alguma outra pessoa.

— Você parece meio confusa...

— Ah é que... eu não achei que fosse encontrar você, literalmente, sabe? He... pensei que talvez fosse um... assistente social ou psicólogo...

Claudia virou a cabeça com uma expressão irônica.

— Você achou que um cartão daquele seria mesmo isso?

Ellie riu, ainda um pouco nervosa, mas ajudou a aliviar a tensão. Não, ela sabia que não seria apenas isso, pois se fosse teria algo escrito.

— Claro que se você achar que precisa de um assistente social ou psicólogo podemos arranjar, é o que quer?

Ellie negou com a cabeça encolhendo os ombros.

Claudia fez um breve silêncio ensaiado antes de falar.

— Nós... ajudamos pessoas com dificuldades em se proteger devidamente. Somos um grupo de pessoas com várias habilidades e acreditamos que se usarmos essas habilidades para ajudar umas às outras podemos suprir a maior parte das necessidades — deu de ombros — trocamos alguns favores entre nós, por enquanto... ah, não precisa fazer essa cara, não vou pedir nada de você e não somos nada escusas. – se apressou em explicar – é que, ainda estamos nos organizando no sentido, ahãm, legal e operacional... embora, algumas coisas devam ficar meio discretas como por exemplo... uma família que precisa ser realocada pra escapar de perseguidores, ou uma mulher que está fugindo de violência doméstica. Cada problema a gente analisa e encontra uma solução.

Ellie se interessou.

— Mas se vocês não cobram, como conseguem fazer tudo isso?

— Bem, parte de nossa organização é como uma ong, existem doações diversas, em especial, de serviços e mão de obra. Nós mesmas fazemos boa parte dos processos. Por outro lado, estamos criando uma empresa seguradora que irá custear outra parte do processo. Assim, pra explicar de uma forma geral ne?

A menina entendeu. Por um momento ela suspirou pensando que essa poderia ser a grande solução para sua vida. Mas no instante seguinte lembrou de quem ela se escondia e qualquer otimismo fugiu de sua expressão. E isso não passou despercebido por Claudia.

— Se você teme alguém na sua família, tenho certeza que podemos te ajudar.

Ellie balançou a cabeça.

— Ele tem mais influência do que qualquer um possa lidar...

Claudia a observou. Pensou direito e disse:

— Se essa pessoa tem tanta influência assim, porque você ainda anda livremente por ai? — A garota levantou os olhos, surpresa — das duas uma, ou não se importam o suficiente para te afetar, ou você tem feito um bom trabalho não chamando a atenção — Claudia se aproximou e colocou a mão quente no ombro da moça — acredite, eu te entendo e se o meu Lucca gosta de você, eu sei que é uma boa pessoa. Me fala como eu posso te ajudar.

Scrupulo - Vale Quanto Pesa [COMPLETO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora