Capítulo 28: O policial ferido

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                Claudia viu Maguire sair em uma maca. Correu até ele.

— Claudia! Eu não falei pra você não ficar aqui?

— O que aconteceu com você?

— Nah, tá tudo bem. Vou sobreviver – caçoou.

Claudia não riu. Mas não teve muito mais tempo de conversar. Os paramédicos precisavam ir embora.

— Eu te mando uma mensagem! – gritou enquanto era levado.

Depois daquela confusão toda, Maguire seguiu para o hospital com a ambulância e Batista recolheu Robbie Rizzo e Rebecca para depoimentos. Claudia foi junto para auxiliar a amiga. Passaram o resto da tarde envolvidas com as burocracias da policia. Foram liberadas antes do cair da noite. Rebecca não quis ir pra casa, não queria deixar os pais preocupados, então Claudia a convidou a ficar com ela enquanto precisasse.

Naquela mesma noite, recebeu uma ligação de Cunnings. Apesar de ser quase meia noite, ele dizia que precisava lhe falar com urgência e iria passar na casa dela. Rebecca dormia ao lado de Claudia, que assistia televisão na cama. Ela se levantou com cuidado para não acordar a amiga, o que era dispensável; depois de tudo aquilo o cansaço fazia Rebecca dormir como uma pedra. Colocou um roupão e foi esperar pelo chefe na sala.

Em menos de quinze minutos, ele estava lá dentro.

Seth não quis se sentar, seria rápido.

— Querida, talvez seja um pouco difícil de digerir, mas fará todo sentido quando eu terminar. Nossa amiga Stein se envolveu com um homem perigoso.

— Lembro que me avisou disso, mas minha memória deixou escapar o fato dele ter ligação com a máfia...

— He, claro que não deixou escapar nada, sabemos disso.

— Sabemos, não é mesmo?

— Me desculpe, mas eu não poderia sair por ai falando minhas suspeitas à esmo. Ele era suspeito, mas não havia comprovação, assim como é com tantos casos... o ponto é que ele foi o mandante daqueles tiros. Contratou um drogado qualquer pra atirar em você. Imagino que isso se deva à alguma interferência sua na relação deles... acertei?

Claudia concordou com a cabeça.

— Hunf, típico desse tipo de sujeito. Pois bem – Seth respirou fundo – o ponto agora é que, o homem está à beira da morte. E as pessoas ficaram agitadas com essa situação, então fomos convidados à jantar com Paolo Gambini.

— Esse não é o patriarca da família?

Era Rebecca. Seth e Claudia não haviam percebido que ela tinha se aproximado, com passos curtos e silenciosos. Ela estava enrolada em um roupão e tinha cara de sono, mas era perceptível que também estava preocupada.

— Boa noite senhorita Stein. Sinto muitíssimo por todo ocorrido. Sim, você está certa. É ele mesmo.

— E o que esse tipo de homem iria querer com isso tudo?

— Na verdade senhoria Stein, a pergunta seria, o que nós poderemos querer desse homem?

— Eu voto por distância, que tal? – Claudia se manifestou.

— De acordo. E para que a distância seja mantida, é bom acertarmos algumas coisas como, por exemplo, explicar que alguém ligado à ele fez um atentado contra uma mulher inocente, sequestrou uma outra e ainda atirou contra um policial. E que se há alguém nesse mundo com quem ele não deveria se preocupar, são duas jovens inocentes trabalhadoras. Então, o que custaria ele garantir que nenhum homem seu saia por ai atrapalhando a vida das pessoas de bem?

Scrupulo - Vale Quanto Pesa [COMPLETO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora