Capítulo 11: Maguire na pista da chacina

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O som das sirenes estava cada vez mais alto.

Assim que virou a esquina, viu duas viaturas da policia estacionadas na parte traseira de um prédio comercial. O prédio era baixo, e a maior parte dele era de escritórios e garagens de transportadoras, todas bem suspeitas. Não por se tratar do Bronx, mas porque faz alguns meses que Maguire tem investigado algumas pessoas suspeitas que mantém relações com empresas situadas neste prédio. Maguire e Batista tinham sido chamados ali naquele distrito, embora a área deles fosse o Harlem, pois segundo os detetives que atenderam esse chamado, um dos mortos era fichado e estava na lista de investigação dos detetives do Harlem. Além disso, vários outros identificados eram conhecidos membros de gangues que agiam em ambos os bairros.

Após os cumprimentos de protocolo, Batista e Maguire entraram no que seria uma das garagens de uma transportadora, pelo portão da garagem. O local era grande e estava basicamente vazio, exceto por uma caminhonete um carro e um pequeno caminhão (embora o local pudesse tranquilamente abrigar uns cinco caminhões de porte pequeno), além disso um tipo de divisória fazia o que poderia ser o espaço usado para uma sala ou escritório. Ao fundo uma saída que daria para um beco. No chão, cinco homens mortos, e todos negros, sem nenhuma surpresa. Os detetives andavam entre eles, e foi Maguire a identificar o que lhes pertencia.

— É Black Tornado, dessa vez você se deu mal...

— Então Maguire, confirmado?

— Positivo. E a julgar pelos outros, parecem caras do Big Maze...

— Pffft... bem, pelo visual da cena, isso aqui é coisa pro pessoal do Crime Organizado então... briga por área de influencia, possivelmente...

— hum. É homicídio, até que se prove ligação com a máfia... Big Maze não é tão grande coisa assim pro departamento do Crime Organizado se interessar, é?

– Que merda de vida, hein... – suspirou Batista, pesadamente.

– É... fazer o que?

– Bem, vamos ver o que podemos descobrir daqui... Ah, o pessoal da perícia chegou, vou lá receber eles...

Maguire e Batista acompanharam os dois legistas que chegaram para verificar a cena. Andaram com eles durante todo o perímetro. O espaço que as divisórias criavam eram um escritório aparentemente ainda em uso, e um outro já sem uso há um tempo. Exceto por um detalhe: em cima das camadas de poeira da pequena sala havia marcas de pegadas e de algo arrastado no chão. A julgar pelas direções dos movimentos, três ou quatro pessoas estavam no chão da sala. Julgariam se tratar de uma possível briga, se não fossem os tiros que atravessavam as paredes, sugerindo então, que pessoas se jogaram no chão a fim de protegerem-se da saraivada.

— Curioso isso... – comentou o perito.

— O que? – perguntou Maguire, sentindo que perdeu algum detalhe.

— Pode se tratar de um sequestro...

— sequestro? – ele agora olha em volta, andando pela sala e procurando indícios.

— isso... olhem isso aqui perto dessa cadeira jogada: um pequeno pedaço de tecido rasgado.

— humm... pequeno demais pra se usar para amarrar mas... isso está úmido, parece... uma mordaça, talvez?

O perito concordou com Maguire. O pequeno tecido possivelmente era um retalho de uma camisa de malha antiga, de cor avermelhada. Em uma parte do tecido, via-se uma mancha mais escura. Possivelmente estava em contato com a boca, por isso ficou úmido.

Scrupulo - Vale Quanto Pesa [COMPLETO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora