Capítulo 9: Onde estou?

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Tentou abrir os olhos, mas sentia a cabeça rodar e pulsar. Seu corpo estava tremendo, e a sensação do tato começou a despertar novamente. Sentia que estava deitada em algum chão frio. Levou as mãos ao rosto, tentando colocar as ideias em ordem.

O que está acontecendo?

Claudia estava confusa. Começou a sentar-se, ainda de olhos fechados por causa da dor de cabeça. Tinha a sensação de ter bebido horrores, mas não se lembrava disso.

É claro que eu não bebi, eu fui sequestrada! Me bateram na cabeça? Me drogaram? Mas que merda, filhos da puta desgraçados! Malditos!

Ela lembrava agora o que tinha acontecido. Abriu os olhos assustada e olhou à sua volta. Rebecca estava ali ao lado, estava olhando para ela e falava algo, mas Claudia não conseguiu identificar o som, será que estava surda?

Rebecca se aproximou da amiga e elas se abraçaram, ainda confusas e tremendo de medo.

Elas estavam uma sala feita de madeira e com alguns poucos moveis em más condições: mesa de escritório, algumas cadeiras e prateleiras. Tudo empoeirado. Mas era perceptível que esta sala estava dentro de algum tipo de depósito. Uma vez Claudia visitou um cliente da empresa de Vitti que tinha uma transportadora, e o deposito dele parecia com esse. Era uma grande estrutura, como uma garagem grande e que dentro haviam algumas salas separadas no intuito de funcionar como escritório, deixando o maior espaço para o estoque de materiais e carros ou caminhões de transporte. Basicamente, este lugar em especifico poderia ser em qualquer lugar da cidade. Isso, se ainda estiverem na cidade.

— Você viu onde estamos Rebecca? Quando eles te trouxeram...

Dizia Claudia enquanto se desfazia do abraço, depois de recuperar melhor os sentidos. Queria levantar e explorar a pequena sala.

— E-eu não consegui ver nada Claudia... me sedaram com um pano fedido... acho que era clorofórmio. Fiquei tão zonza...

— Fizeram o mesmo comigo. Só não consigo entender... eu e você... ah meu deus! Será...

— Sim, eu pensei isso também! O homem da noticia no jornal, Jagger, mafiosos, policia, FBI, vamos morrer Claudia! — Rebecca se descontrolava e alterava sua voz gradativamente. Claudia foi até ela, tentando evitar que chamasse a atenção de alguém. Foi quando ouviu uma gritaria do lado de fora da porta, vozes masculinas e uma feminina. Som de passos pesados e de repente a porta abriu.

— Aaai! Não ousem me jogar nesse buraaaa... – a garota mal pode terminar a frase e foi empurrada com força para dentro da sala, por alguns homens mal encarados.

Os homens gritaram algumas ofensas pra ela, que se fundiram com os xingamentos que ela direcionava a eles. Mas antes que ela avançasse contra eles, a porta foi fechada. A garota ainda esperneou contra a porta por alguns segundos. Depois soltou um grito de ódio e desabafo. Respirou fundo e então percebeu a presença de Claudia e Rebecca ali, que a olhavam em silêncio, espantadas com a cena.

— Quem são vocês?

Claudia e Rebecca ainda ficaram em silêncio. Estupefatas demais pra responder imediatamente. A garota continuou olhando pra elas, e levantou uma sobrancelha.

— Ãhn... eu... eu sou Claudia Cazarotto e essa... é... minha amiga, Rebecca Stein.

— Acho que lembro de você... – a garota se referia à Rebecca, enquanto fazia uma expressão de quem tentava puxar algo da memória.

Scrupulo - Vale Quanto Pesa [COMPLETO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora