Capítulo 32: Um momento de trégua II

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A conversa estava tão boa que mal perceberam quando chegaram em frente ao prédio de Claudia. Por um momento, ela abaixou suas defesas e fez o que desejava: o convidou para subir e conhecer sua casa, até porque, não estava muito tarde e por que não? Ele estava sendo uma companhia agradável e educada.

Seth aceita o convite.

— Ta-dah – e ela deu um risinho empolgado e engraçado enquanto Seth entrava, e ela fechava a porta atrás deles – Desculpe, tô toda boba com minha casinha.

Seth respirou fundo para segurar a vontade que teve de agarrar ela e apertar-lhe a bochecha. Ele por vezes se surpreendia com esse lado "fofo" daquele mulherão com cara de diva de cinema, e quando ela fazia essas coisas, ele realmente tinha muita vontade de pegar nela, não necessariamente de uma forma sexual.

— Ela é... totalmente a sua cara – Seth olhava ao redor – estou impressionado!

— Não é? Não é? O Ian é incrível! – levou as mãos ao peito e respirou fundo – estou apaixonada pelo meu cantinho! Vem cá ver mais...

— Ah, você trouxe mesmo o quadro daquele dia... – Seth reparou , rindo – E a Cristina disse que você iria detestar...

— Oh, não, adorei. Alias eu fico imaginando que pelo nosso gosto, sua casa pode ser parecida com a minha, não?

— Há há há – Seth gargalhou alto – incrivelmente, não... nada a ver. Ela é mais futurista, mais linhas retas... cores sóbrias...

— Bem masculina!

— Verdade... até demais – riu saudoso – acho que até seria bom um toque feminino por lá...

— É só chamar uma decoradora – ironizou.

— Ah, não... mesmo sendo uma mulher ainda iria seguir meus gostos... diferente de uma mulher do convívio, sabe? – ele a olhou, e ela fazia uma cara desconfiada – ah, mas que cara é essa, você sabe do que estou falando sim! Toda vez que temos uma mulher na nossa vida, nossa casa ganha alguma coisa que nunca teríamos se estivéssemos sozinhos... pode ser um sofá, uma estante, um enfeite... e depois tudo muda de lugar porque do jeito que estava era meio, sei lá, justificam qualquer coisa que faça sentido, sabe?

— Namora uma decoradora, então!

— Não precisa, todas vocês são decoradoras...

— Isso é meio machista, não?

— Não acho... é normal interferirmos em alguma coisa na vida da outra pessoa oras, de outra forma, pra que estar juntos?... agora pense você, honestamente... quantas coisas você mudou na casa dos seu namorados ou eles na sua?

— Olha só... não estou gostando desse tom de intimidade! – fez uma careta ironizando.

Seth deu de ombros enquanto fazia uma expressão de vitorioso. Tudo bem, ele tinha razão nisso. De alguma forma, era comum a interferência feminina do espaço. Mas não se ativeram ao assunto. Claudia logo após demonstrar a desaprovação dela, só pra não concordar com ele (o que ela deixou claro que tinha tom de brincadeira), foi até sua pequena adega e de lá tirou uma garrafa do vinho que tinham ganhado na festa do barco.

— Agora que todo aquele chocolate nos livrou do sake, podemos tomar vinho – brincou.

Servidos de vinho, e querendo aproveitar ao máximo, Seth pediu para ela mostrar a casa para ele. Claudia o fez, satisfeita. Ele era o primeiro a ver a casa totalmente terminada, pois nem a Rebecca pode ir lá ainda.

Scrupulo - Vale Quanto Pesa [COMPLETO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora