170 - Inimigos Declarados

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- Alícia on-

  - Como você fez isso? E por que? - Perguntei pisando fundo no acelerador e Mark pegou na minha mão quando fui mudar a marcha do civic.
  - Você tem idade ou pelo menos carta pra dirigir esse carro? - Perguntou ele preocupado e eu revirei os olhos bufando.
  - Meu pai é o delegado dessa cidade, eu não preciso de carta. - Falei e pisei mais fundo no acelerador o que levou Mark a ir pra trás e bater as costas no banco soltando a minha mão, e logo em seguida ele já estava tomando a atitude de colocar o cinto.
  - Você ainda não respondeu minha pergunta Mark Tuan. - Retomei impaciente puxando a gola da minha blusa com força, eu tinha pego a primeira coisa que achei no guarda roupas quando saí de casa, e infelizmente peguei uma que tinha gola alta, isso me irritava ao extremo, odeio coisas que me enforcam. Além de me deixar desconfortável me agonia. E eu estava tão brava que já estava pensando em cojitar a idéia de rasgar aquela gola. A blusa era minha mesmo, ninguém ia reclamar.
  - Pra que quer saber, eram só dois betas, eu mato o alpha também e termino com o problema. - Disse Mark com desinteresse pro assunto e eu dei um soco na buzina quando virei uma esquina e um carro entrou na minha frente. Ele não tinha tanta culpa já que eu tinha furado o sinal vermelho, pelo menos eu consegui desviar as pressas antes que batesse.
  - Eu não to nem aí pra sua capacidade Mark, você tem noção do que fez??! - Esbravejei irritada apertando o volante entre meus dedos - Existem três alcatéias em Helltown, uma que é neutra e pacífica com relação a todos e quaisquer assuntos da cidade, a do meu pai que é a maior de todas e que eu descobri recentemente que ele é o alpha, e por último a dos Fenrir que são violentos demais, não se importam com ninguém e amam sangue, - Falei dando uma olhada de relance pra ele, que ainda não compreendia meu nervosismo - Isso quer dizer que eles não vão descartar o motivo pra atacar alguém por vingança, e você já foi visto comigo e com a minha família publicamente, boa parte da cidade já te conhece, incluindo o pessoal da escola, então assim que eles souberem que você matou os lobos, vão atrás do meu pai. Isso vai gerar uma guerra entre as Alcatéias que supostamente já tem richa. Você entende o que fez? Deu motivo pra eles brigarem! - Bufei outra vez e Mark se inclinou pro lado e puxou meu cinto de segurança.
  - Eu sei o que eu fiz, mas não haviam testemunhas e muito menos provas, não há como eles saberem quem foi. - Ponderou Mark irritado e eu bufei de novo quando o sinal ficou vermelho, isso não quer dizer que eu parei. Continuei observando o gps e pro local onde o rastreador do meu pai me levava, tudo indicava que era um bar, talvez até mesmo o perto da floresta e o cemitério onde a minha mãe está enterrada.
  Senti um aperto no peito, era minha mãe quem dirigia aquele carro, me buscava na escola com ele.
  - Me desculpe Jagi, eu não quis te deixar assim. - Disse Mark quando se afastou de mim após por o cinto em mim, e eu engoli o choro, não ia chorar agora, não com um problema gigante pra resolver.
  - Não é você. - Consegui dizer e senti a mão dele no meu rosto, me acariciando, o que me distraiu por alguns segundos e me fez passar pela entrada da rua que levava ao bar, quando percebi o erro, Mark se afastou e eu não esperei a oportunidade de fazer o retorno e virei o volante com tudo, derrapando no asfalto até entrar na contra mão e enfim retomar a entrada.

- Mallya on-

  - Por que o Mark matou dois betas? Bebeu demais? Isso não faz sentido. - Falou Taehyung confuso e eu olhei na tela do celular, nenhuma mensagem da Alícia me informando sobre mais alguma coisa, mas pelo menos eu conseguia rastrear o celular dela pra saber que ela estava perto do bar, eu também estava, Taehyung era bom com a moto.
  Guardei o celular de volta no bolso e abraçei a cintura dele, me aproveitando da posição privilegiada de ficar inalando seu perfume enquanto ele dirigia a moto. Me lamentei e fiquei um pouco zangada quando ele parou a moto, mas então eu vi os lobos, o pai da Alícia e uma aglomeração de pessoas, uma alcatéia pra cada lado, e eles não pareciam muito bem humorados. Meu pai também estava no meio, o que me levou a me indagar o que ele estava fazendo aqui? Não me lembro de ter visto ele sair de casa.
  Desci da moto e Tae também e quando eu estava tirando o capacete escutei uma freada brusca de carro, nem precisei olhar pra saber quem era, dirigindo desse jeito só podia ser a Alícia.
  Procurei pelo carro, e quando finalmente localizei o civic no meio da multidão, vi que a Alícia quem realmente estava no volante, Mark ao seu lado no banco do passageiro e que tinha um lobo preto, o alpha dos Fenrir, rosnando com caninos afiados na frente do carro. Acho que já entendi o motivo da freada brusca.

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