146 - Controle Paternal

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  Me remexi na cadeira impaciente, já fazia meia hora que meu pai estava falando o quão errado e perigoso tinha sido incendiar uma casa e isso estava me tirando do sério. Tínhamos explicado o que houve para termos conseguido o Dragão, e também acabamos contando que Mark é um cavaleiro do apocalipse, e de onde tiramos o GDragon, o que deixou tanto Wonho quando meu pai muito perplexos e preocupados, a ponto de ficarem reclamando a um bom tempo, e durante isso o Jung Kook apareceu na sala pra ouvir também e enquanto eu, a Mallya, o Mark, GDragon e Tailer ficávamos obrigatoriamente sentados na frente da mesa do meu pai, Wonho e Jung Kook ficavam de pé como se estivessem guardando a porta.
  E os sermões ainda estavam no começo, levando em consideração que Tailer e GDragon também tinham contado que se envolveram numa briga com os lobos mais agressivos de uma alcateia que estava na floresta, e a briga foi tão feia que eles ficaram dias regenerando, e ainda não melhoraram de todos os ferimentos.
  - Pai. - Interrompi ele me segurando ao máximo pra não perder a paciência de uma vez, eu estava irritada e sentindo meu tempo se esvaindo das minhas mãos como se fosse água, eu precisava investigar e estava perdendo tempo aqui, tempo que o Tae está pagando numa cela mesmo sendo inocente. Meu pai finalmente parou de falar pra perguntar por que eu estava interrompendo.
  - O que foi agora Alícia? Vai fazer mais uma revelação do que vocês duas aprontaram?? - Indagou furioso e eu respirei fundo, contendo minha explosão de raiva o máximo possível.
  - Pai, vamos fazer o seguinte, eu finjo que sou uma boa filha e não apronto mais, e vou sair daqui, por que eu tenho um caso pra resolver e você está ocupando meu tempo com sermões desnecessários. - Comuniquei me levantando da cadeira e meu pai ficou vermelho de raiva, mas eu o ignorei e olhei pra Mallya, que estava com um potinho de carne crua na mão, dando pedacinhos pro Dragão comer.
  - Ele fugiu por que estava com fome. - Disse ela como se tivesse lido a minha mente, eu realmente pretendia perguntar isso. Mas já que ela respondeu, então está na hora de ir embora.
  - Alícia volta pra cadeira que eu não terminei. - Ordenou meu pai e eu continuei olhando pra Mallya.
  - Vamos? - Perguntei a ela e ela tirou os olhos do Dragão para me fitar, mas segundos depois olhou pra trás de mim. Nem precisei virar pra saber que Jung Kook estava atrás de mim.
  - Ninguém vai a lugar nenhum, senta nessa cadeira e escuta. - Ordenou ele, e eu respirei fundo permanecendo de pé, quando vão aprender que eu não obedeço ordens de homens? Principalmente quando eles acham que tem alguma autoridade sendo que não têm!
  Quando senti Jung Kook me pegar pelo braço pra me obrigar a retornar a cadeira eu me virei e torci o braço dele, com força quase pra quebrar.
  - Não encosta em mim. - Bradei ao escutar Jung Kook grunir e foi questão de segundos pro Mark se levantar e querer pegar Jung Kook pelos colarinhos, porém um som alto e estrondoso rugiu pela sala, fazendo todos pararem e alguns até que eram lobisomens baixarem a cabeça em submissão, parecia um rosnado, porém alto e agressivo. E não tinha sido nem o Tailer, o Wonho ou o GDragon. O som veio do meu pai.
  Estremecendo eu me virei com os olhos arregalados para ele, perplexa.
  - Você... - Comecei a dizer soltando o braço de Jung Kook e vi os olhos do meu pai, vermelhos. Cor dos olhos de um alpha. A Mallya ao meu lado parecia incrédula com o que estava vendo, o dragão tinha começado a grasnar. E eu estava sem reação, a minha vida toda eu pensei que meu pai fosse um humano normal, e de repente descubro isso...
  - Sentem-se. - Ordenou meu pai e eu senti meu coração começar a disparar, totalmente sem reação, Mark continuou de pé, ao meu lado, mas eu não olhei pra ele. Eu estava tentando entender como eu passei minha vida toda sem nem desconfiar disso, eu e a Mallya afinal. Nós duas sempre fomos grudadas e tínhamos conhecimento dos seres sobrenaturais, mas isso? Eu não esperava... Nunca nem mesmo desconfiei disso.
  - Como...? - Consegui dizer ainda perplexa depois de um tempo que a sala inteira ficou em silêncio e os olhos do meu pai começaram a voltar a cor normal, agora dava pra ver o cansaço nos seus olhos, os dias não dormidos pelo luto, e a mentira sendo desmascarada.
  - Sua mãe... - Ele começou a dizer mas fez uma pausa - Tem muita coisa que vocês duas precisam saber. - Anunciou meu pai e apontou pra cadeira, e desta vez eu e Mark voltamos pras cadeiras sem relutar. - As mães de vocês duas eram irmãs, você e a Mallya são primas. - Contou e eu arregalei os olhos de novo, mas não disse nada, ainda tentando assimilar - A mãe da Mallya não foi sequestrada, foi assassinada por ter participado de um antigo ritual do Ciclo, onde coisas proibidas foram feitas. Mas não é só isso, - Meu pai disse e minha cabeça começou a disparar com informações - Não foi só a mãe da Mallya que participou do Ciclo, a mãe do Mark e a sua mãe também Alícia, na verdade, elas eram o Ciclo.

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