PRISON I

59 - Maior que Peixe

  Tae estendeu a mão pra mim e me ajudou a levantar do chão, eu estava toda molhada, mas não estava me importando muito, Tae também estava. A única diferença é que eu estava morrendo do coração enquanto assistia ele passar a língua no lábio, preciso comentar que que ele estava com o peito nu e água estava pingando dos seus cabelos cinza e escorrendo pelo seu peito e abdômen trincado?
  Ele pegou a camisa que havia caído no chão e se voltou pra mim.
  - Se quiser pode tocar na minha barriga. - Provocou Tae e abriu os braços me dando permissão, mas eu joguei água nele.
  - Quanto fogo você tem. - Caçoei e me virei para ir embora, comecei a caminhar em direção a tenda com as bochechas queimando. Ele só pode estar querendo me matar.
  Quando eu estava chegando perto do colchão senti Taehyung me abraçar por trás, muito mais molhado que eu, sua pele estava gelada quando ele me envolveu em seus braços.
  - Eu ainda quero te beijar de novo. - Disse ele com a voz rouca contra o meu pescoço, eu senti meu corpo todo arrepiar. Tae realmente está querendo me matar.
  Me virei pra ele, sem sair do aconchego de seus braços e olhei em seus olhos.
  - E o que está esperando? - Provoquei me aproximando, quase tocando nossos lábios, foi o suficiente pra ele passar a língua pelos meus lábios e me agarrar, puxando meu corpo contra o seu, coloquei minhas mãos no peito dele e então ele me beijou. Seus lábios dominaram os meus, cheios de desejo e eu desci meus dedos, arranhando o abdômen do rapaz.
  Sem nem mesmo me avisar, Tae já estava me pegando no colo e me levando até o colchão, sem sair dos meus lábios ele me deitou, e assim que minhas costas tocaram o colchão uma brisa noturna nos atingiu e atravessou o tecido do vestido molhado, arrepiando a minha pele.

  Agora de volta à tenda, eu e Tae voltamos a comer, ele continuou sem a camisa durante todo tempo me dando visão muito boa de seus músculos, e volta e meia ele me dava comida na boca, e ficava me roubando beijos calmos.
  Quando acabamos eu estava morrendo de sono, já passavam das duas da manhã, eu já não estava muito molhada, boa parte do meu vestido secou da cintura pra baixo, só da cintura pra cima que o tecido permaneceu um pouco úmido. A calça de Taehyung havia secado também e quando ele vestiu a camisa vermelha novamente eu percebi que ele estava completamente seco.
  Tae me levou até a beira da praia, eu já havia calçado os meus saltos novamente e então ele abriu suas asas negras, elas pareciam enormes quando eram abertas, e então me envolveu num abraço. Me fazendo segurar firme, e então meus pés sairam do chão.
  - O que vai acontecer com a tenda e as coisas que ficaram na ilha? - Perguntei curiosa depois de atingirmos uma boa altura pra voar e Tae me apertou mais em seu abraço.
  - Alguns amigos meus que são donos da ilha vão arrumar tudo não se preocupe. - Respondeu ele e continuamos voando.
  O vento gelado confrontava meu rosto de maneira suave, eu poderia me acostumar com isso, com o vento bagunçando o meu cabelo, com o barulho das ondas ficando cada vez mais alto, era reconfortante, parecia uma música que você mesmo depois de escutar 300 vezes você ainda não enjoa. Eu não me enjoaria de ficar assim com o Tae por um bom tempo.
  Depois de passar um tempo admirando as estrelas no céu, as nuvens começaram a cobri-las e começou a chuviscar, eu resolvi olhar pro mar então, entretida com o balanço das águas, com a força das ondas. Até algo tomar a minha atenção, alguma coisa pulava na água. Primeiramente pensei que fosse um peixe, mas era grande de mais pra ser um, e golfinho também não era, parecia ser algo maior e que estava nos seguindo. O que será que era aquilo? Pisquei os olhos pra ver se enxergava melhor e avistei cores muito bonitas se destacando na água.
  - Tae não tem como a gente descer mais um pouco? - Pedi, eu estava curiosa agora, os pingos de chuva agora estavam engrossando, mas eu precisava saber o que era aquilo na água, estava chamando minha atenção de uma maneira extraordinária.
  - Vou descer, mas você não pode me soltar em hipótese alguma, ok? - Alertou Tae e eu assenti, mas meus olhos não desgrudavam das cores na água. Parecia ter alguma coisa arroxeada na água, eu não via direito o que era, a chuva bloqueava o meu foco, mas o que estava lá era bonito demais pra ser apenas um peixe. Tae abaixou um pouco, diminuindo a velocidade, até ficarmos apenas a quatro metros acima da água, agora eu conseguia ver mais ou menos o que era aquilo, não era um peixe, parecia algo maior, o rabo era bem maior do que de um peixe. Será que é uma...? Antes que eu pudesse terminar de pensar eu escutei Tae gritar alguma coisa. Algo muito agressivo nos atingiu, minhas mãos escorregaram das dele. De repente eu me senti caindo, Tae não estava mais comigo. Meu sangue gelou de medo. E logo depois eu estava me chocando contra água.

- Alícia on-

  - O que você quer pedir? - Indaguei e Mark me encarou apreensivo.
  - Eu quero dormir com você.