13 - Os Lábios da Morte

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  Assim que pisei meu pés fora da cozinha a porta bateu com força atrás de mim. Escutei a voz de Mallya chamar meu nome do outro lado. Mas eu não conseguia tirar os olhos daquela luzinha brilhante que estava perto da janela, do outro lado da sala, no mesmo lugar onde a silhueta masculina estava antes de sumir. O que era aquilo?
  Dei um passo a diante, minhas pernas estavam bambas e um frio se espalhou pela minha barriga. Dei mais um passo e a luz brilhante serpenteou no ar, passando perto de mim e indo para um corredor mal iluminado. Sem nem pensar muito sobre o assunto eu tirei a arma da cintura novamente e segui a luzinha. Mesmo ouvindo Mallya e Taehyung gritando para que eu voltasse, algo me cativou naquela luzinha, e eu preciso vê-la de perto, saber o que ela é.

- Mallya on -

  Essa não! Essa não! Por que a Alícia se afastaria assim do nada? Ela jamais sairia de perto de mim durante a noite e numa casa como essas, será que alguém chamou ela????!
  - Se afasta Mallya. - Pediu Taehyung, ele fazia menção de abrir a porta no chute, mas eu me adiantei e simplismente girei a maçaneta, e magicamente a porta se abriu, fazendo aquele barulho horroroso. E isso significava que a Alícia não estava tão perto, se a força sobrenatural que trancou a porta, só destrancou agora é porque já está conseguindo o que queria.
  - Alícia! - Chamei saindo da cozinha, Taehyung veio logo atrás de mim.
  - Vocês já estiveram aqui antes? Tem alguma noção de para que cômodo ela possa ter ido?? - Indagou Taehyung ansioso e eu neguei.
  - É a primeira vez que entramos aqui, ela nem mesmo conhece a casa pra ter ido até algum cômodo específico. - Expliquei girando sobre os pés e analisando em volta. Eu não faço ideia de pra onde ela foi, haviam quatro saídas da sala de estar, uma que pelo que parecia levaria para um banheiro, outra pra um corredor mal iluminado e as outras duas saídas estavam trancadas. Pro banheiro ela não iria, e para os cômodos que as portas estão trancadas, provávelmente não, o mais certeiro seria o corredor mal iluminado. É pra onde a protagonista de um filme de terror iria, então deve ser pra lá que a Alícia foi. Sem avisar Taehyung eu já comecei a caminhar até o corredor, que era bem longo e tinha mais de dez portas.

- Alícia on -

  Fechei levemente a porta atrás de mim, essa não fazia barulho que nem as outras, e o lugar onde eu havia entrado também não. Era um quarto escuro, cheio de sombras. Pela decoração estranha deduzi que era o quarto da menina que era torturada, no lado esquerdo do quarto estava com mais sombras, e do lado direito havia uma cama antiga, bem suja pelo que aparentava.
  Tinha uma pequena estante cheia de livros ao lado da cama, e um abajur ao lado da estante. Haviam diversos pedaços de madeira e entulhos pelo chão, e tudo indicava que naquele quarto não havia janela alguma.

  Andei até a metade do quarto, passando por cima de pedaços quebrados de madeira e caibros, eu podia sentir que não estava sozinha

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  Andei até a metade do quarto, passando por cima de pedaços quebrados de madeira e caibros, eu podia sentir que não estava sozinha. Tinha mais alguém dentro do quarto além de mim e da luzinha brilhante que me trouxe, e não era a presença da fantasma da menina que foi torturada. Era outra pessoa. Alguém mais frio.
  - Por que você está me perseguindo? - Perguntei com a voz trêmula, tanto quanto eu sentia que minhas pernas estavam bambas. Arquejei assim que senti um toque frio tocar meus ombros, subindo lentamente até meu queixo, ele estava atrás de mim. Seja quem for ele, está atrás de mim.
  Suas mãos macias subiram até meu cabelo e então ele puxou as mechas que estavam caídas nos ombros, pra trás. E então se aproximou, e eu pude sentir o corpo forte dele atrás de mim. Ele era bem alto pelo que parecia. E eu queria virar para ver seu rosto. Mas eu não conseguia me virar, meus joelhos estavam travados. Senti a respiração dele rebater na minha nuca. Meu coração batia tão forte que por um momento eu pensei que ele também pudesse ouvir o som.
  - V-você vai m-me matar? - Perguntei gaguejando de medo e senti ele se afastar, uma lágrima escorreu do meu olho e desceu até a minha maçã do rosto, os batimentos do meu coração aumentaram ainda mais. Era agora. Era agora que eu ia me virar e ver o rosto dele. Respirei fundo e tentei virar meu pé pra poder virar na direção dele, pra ficar de frente com ele, mas eu não estava conseguindo. Eu estava com muito medo.
  Eu quero ver o rosto dele, mas...
  Não me dei mais tempo pra pensar e me virei de uma vez, olhando pra silhueta dele na porta, estava mal iluminado o cômodo, mas mesmo assim eu consegui ver, meu coração falhou uma batida e eu prendi a respiração recuando dois passos pra trás.
  Eu vi os lábios dele... Os lábios da morte.

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