65 - Café da manhã

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- Alícia on-

  Depositei a xícara de café sobre a mesa enquanto olhava uma folha com o depoimento da irmã da última vítima do Gap Dong. Era um depoimento bem simples. Dizia que a vítima não nem inimizades, assim como a irmã e os pais. Tudo indicava que era uma família perfeitinha, que perdeu sua filha exemplar e blá, blá, blá. Mas teve uma parte do depoimento que me chamou a atenção. Na folha constava que a vítima havia passado tempo demais no computador na última semana antes de sua morte. Também diz que a irmã da vítima vasculhou o computador na noite em que a irmã sumiu pra ver se encontrava algo que ajudasse a encontrar a irmã, que não tinha costume de sumir, mas não achou nada.
  Isso é suspeito...
  Peguei a xícara laranjada e tomei um gole de café, estava ótimo e eu amava sentir aquele cheirinho gostoso de café se espalhando pela cozinha logo pelo início da manhã.
  Coloquei a xícara novamente na mesa e pesquei meu celular no bolso. Foi questão de que eu tocasse nele e a tela acendeu me revelando o horário.
06:40
  Ótimo, está na hora de pegar minha mochila. Suspirei pesadamente, eu não queria ir pra escola hoje, queria ficar em casa e dormir mais um pouco, minha noite havia sido boa, e eu queria que tivesse durado mais, faziam anos que eu não conseguia dormir e não ter nenhum pesadelo.
  Dobrei a folha meio do depoimento no meio e coloquei dentro da pasta de depoimentos que eu guardava comigo. Por um instante parei pra pensar em como eu havia conseguido aquelas folhas e um sorriso surgiu no meu rosto. Foi tão fácil usar o pen drive do meu pai no meu computador pra fazer cópias dos depoimentos pra mim que chegava a ser engraçado. Não que eu goste de fazer essas coisas, eu realmente não gosto de mecher nas coisas do meu pai sem permissão. Mas ele não me deixou escolhas, me tirar do caso e colocar uma psiquiatra pra ajudar na delegacia foi uma afronta.
  Coloquei a pasta debaixo do braço, peguei minha xícara da mesa e me levantei da cadeira olhando pra tela do meu celular enquanto me direcionava pra escada. Pelos meus horário no celular hoje as aulas serão chatas e se eu quiser da pra ignorar as duas primeiras pra mim conseguir tempo pra investigar mais. E logo depois da escola tem academia. Vai ser bem relaxante ver o oficial Wonho malhando... Ele sempre tira a camisa.
  Guardei celular de volta no bolso e subi as escadas correndo. Quando cheguei no andar de cima olhei pros lados, Mark ainda não tinha saído do banheiro.
  Bebi mais um pouco de café e fui pro meu quarto, joguei a pasta dentro da minha mochila, joguei meus fones de ouvido e o carregador do celular e quando ia fechar a mochila escutei o clique da tranca da porta do banheiro.
  - Alícia. - Escutei Mark chamar, e larguei a mochila, indo pro corredor ver o que ele queria. Quando cheguei lá...
  Mark estava na porta do banheiro, vestido com uma calça jeans e sem camisa, assim que me viu ele veio na minha direção. Os cabelos agora pretos estavam molhados e pingando, e havia uma toalha branca pendurada no pescoço dele. Será que ele está tentando me matar?
  Não resisti e olhei pro abdômen dele, ai meu Santo Kook! Eu não to bem.
  Quando ele parou na minha frente, sentindo minhas bochechas queimarem eu virei o rosto. A camiseta preta estava na mão dele por que ele não a vestiu?? Talvez pra me matar quem sabe, quando Mark me encurralou na parede eu pensei que ele fosse me beijar, droga! Oh mente que eu tenho! Por que eu fui imaginar que ele faria isso? Na verdade eu nem sei o que ele vai fazer.
  - O que você...? - Comecei a pergunta e Mark colocou seu dedo indicador sobre os meus lábios, fazendo "shii". Meu coração acelerou.
  - Eu quero te agradecer pela ótima noite que me deu. - Sussurrou ele de volta e eu respirei fundo, deu uma vontade louca de gritar, mas eu me limitei em morder meu lábio com força. Esse cara é lindo, e eu não to bem!!

- Mallya on-

  Por sorte eu consegui me livrar do Tae pra ele ir pra escola sem mim que depois eu o encontraria, não quero o mal dele, mas não o queria no lugar a onde estou indo. Ele pode acabar o assustando e eu não quero disperdiçar minha chance de encontrar o lobo trazendo alguém comigo. Outro golpe de sorte foi eu ter convencido Jaebum a tirar o G Dragon de casa e o levar pra escola antes que meu pai descobrisse da existência dele. Hoje não é um bom dia pra me desentender com meu pai.
  Me esquivei de um galho pontiagudo e me afundei mais nas árvores da floresta, eu já estava acostumada a andar por ali, por esse caminho. Por muitos anos eu creci por essa mata. É o lugar onde eu nasci. Mas a minha casa é onde eu sei que vou encontra-lo.
  Andei por mais alguns minutos até chegar numa toca de lobo, por causa do cobertor peludo no fundo da toca eu reconheci que era a dele. Entrei sem hesitar. Passando por rochas até atingir o fundo da toca, foi quando escutei ele na entrada.

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