167 - Desaparecido

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- Alícia on-

Ainda dava pra sentir as picadas da chuva na minha pele, o frio desolador que tomava meu corpo enquanto eu olhava para os coveiros jogando a terra sobre o caixão da minha mãe.
O tempo parecia passar tão devagar, se limitando as pás pegando a terra e jogando em cima do caixão que meu pai comprou com tanta tristeza. As pessoas ao redor murmuravam tantas coisas que eu não conseguia compreender, e eu não conseguia distinguir se aquela sensação de estar debaixo d'água era por causa da chuva ou pelo meu pânico interno. Meus pés queriam falhar para que eu me entregasse de uma vez ao choro, e começasse a implorar que não tirassem minha mãe de mim, que não a enterrassem, por que assim eu nunca mais a veria de novo. E eu queria ficar com ela.
Era um terror incapacitante que deixava o meu corpo todo em estado de febre, os gritos na minha cabeça me faziam arrepiar de tanto desespero. Implorando para que não enterrassem o corpo dela dentro daquele caixão tão solitário. Chegava a ser cruel aquele vínculo se rompendo tão dolorosamente enquanto enterravam ela.
Meu corpo ardia em desespero para que eu caísse de joelhos naquela lama formada pela chuva e me arrastasse até o caixão para abraçar o corpo gelado da minha mãe, sem me importar de me sujar, ou de que meu pai tentaria me impedir, eu só queria ela de volta, ela que um dia fora tão cheia de vida, e agora estava pálida e imóvel. Porém, o simples ato de andar nunca pareceu tão doloroso quanto foi naquele momento.

Acordei com um nó na garganta que me fez soluçar, eu estava chorando, sentia meus olhos úmidos e lágrimas quentes descendo pelas maças do meu rosto enquanto lábios gelados com sabor de vinho desciam pelos meus, e uma boca se encaixava na minha buscando um beijo afomentado de paixão.
Demorei uma fração de segundos para reconhecer que era o Mark quem havia me acordado, com um beijo gelado e embebido de álcool. Ele estava com roupas frias, sedento enquanto passeava suas mãos espertas pelo meu corpo, cheirava a noite e seus cabelos estavam molhados, reparei que era por causa da chuva quando escutei os pingos na janela do quarto.
Mark nem me deu tempo de perguntar o que estava acontecendo, ele estava no meio das minhas pernas me pegando pela cintura e puxando contra o seu corpo, enquanto eu estava começando a reagir ao beijo. Me senti tão frágil naquele momento, enquanto ele parecia faminto com seu corpo forte e gelado pela noite contra o meu que estava coberto por roupas de tecido mole e suaves, e meu corpo estava quente, não sei nem onde foi parar meu cobertor ou o gatinho. A cama apenas mantinha nós dois. E Mark realmente parecia desesperado pelo meu contato.
Quando faltou ar, Mark desceu seus lábios famintos pelo meu queixo, sem parar ou se afastar em momento algum, e depois foi para o meu pescoço, distribuindo mordidas por onde passava, meu corpo estava todo arrepiado, eu estava começando a despertar, as mãos no rosto dele e indo pra nuca, sentindo os fios molhados de seus cabelos entre os meus dedos. Não resisti gemer quando ele se encaixou melhor entre as minhas pernas e mordeu meu pescoço, já dava pra sentir a eletricidade e o desejo começar a me invadir, o coração disparando, Mark não disse nada, dava pra sentir o coração dele martelando contra o peito, ele estava se perdendo no próprio desejo. Querendo me consumir também.
- Mark você enlouqueceu? - Perguntei arfando quando ele se levantou sobre mim e vi um sorriso se manifestar em seu rosto, mesmo com a pouca claridade que havia no quarto ainda conseguia enxerga-lo com nitidez - O BamBam pode acordar. - Tentei alertar e Mark alargou seu sorriso.
- Seu irmão não está em casa, - Arfou - E eu não estou louco, estou insano! - E então rasgou minha camiseta nas mãos, de uma vez me fazendo arquejar. Quando voltou pra minha boca, me puxando pra cima, pra perto dele, avançando sem pudor ou vergonha alguma, enquanto seus lábios brigavam para dominar os meus eu passeava minhas mãos por seus cabelos, o incentivando a continuar. Descendo meus beijos pelo seu queixo e pescoço, arranhando sua pele enquanto tirava sua blusa. Seus dedos gelados estavam descendo pelas minhas costelas, até chegar no meu quadril. Foi então que eu senti o cheiro de sangue em suas roupas.

- Mallya on-

- Vai continuar... Me torturando...? - Arfei contra têmpora de Taehyung enquanto ele deslizava suas mãos pelas minhas coxas e eu descia minhas mãos por seu peito nu. Seus lábios estavam sussurrando no meu ouvido tantas coisas por sua voz rouca que eu não sabia mais se estava arrepiando por desejo ou prazer. E ele estava sendo cruel, me torturando enquanto pouco a pouco me tomava em seus braços. Pouco a pouco me agarrava e me despia. Queria me ver cada vez mais cheia de desejo, e eu já estava perdendo a cabeça com suas carícias.
- Você é tão especial, - Sussurrou subindo os lábios pela minha maça do rosto - Não devo ir direto a melhor parte... Tenho que começar devagar, te deixar preparada pra... - Ele parou quando seus lábios estavam sobre os meus e eu avançei roubando um beijo de sua boca e quando me afastei mordi seu lábio e começei a puxar bem devagarinho.

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