99 - Gostar de Teatro

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  - O que tanto te perturba? - Perguntou Mark preocupado, colocando um prato de comida na minha frente, já era intervalo, e eu estava sem fome, e com raiva do Gap Dong, o tempo fica passando depressa, e mesmo investigando na sala de aula, em casa e em qualquer lugar que eu consigo pra refletir sobre o caso, o caso parece não andar pra frente. Fica impacado no Tae e nas provas contra ele.
  - O Gap Dong. - Respondi e peguei o garfo, usando-o para cutucar os grãos de arroz que estavam perdidos na borda do prato - A data da próxima morte está prevista pra daqui a três dias. - Comentei distraída, enquanto fazia os grãos de arroz voltarem para dentro do prato, que estava cheio de comida. Suspirei cansada e soltei o garfo. Percebi que Mark ia dizer alguma coisa, mas a Mallya interrompeu ele vindo pra mesa, junto com o Tae. Só de olhar pra ela dava pra perceber que eu não era a única que não estava conseguindo dormir direito nos últimos dias. Ela estava cansada, e desde aquela confusão que rolou na casa dela com o pai, ela anda abatida, eu não sei mais o que fazer, parece que estou perdendo o controle de tudo. As ameaças à minha mãe, a investigação do Tae, a Mallya triste e cada vez mais abatida. Eu não sei mais o que fazer, estou de mãos atadas.
  - Mark, fica a dica, quando a Alícia não consegue comer porque está ansiosa por algum caso, ela só consegue comer chocolate. - Explicou Mallya e se sentou à mesa junto com Tae, ela me deu uma barra de chocolate e então puxou meu prato de comida até ela.
  - Bom saber disso. - Comentou Mark, e então eu abri a embalagem da barra, começando a comer.
  - A gente tem um trabalho de Química pra entregar amanhã, não tem? - Perguntei a Mallya e ela assentiu, enquanto Mark franzia o cenho.
  - Eu tinha me esquecido disso. - Declarou e Taehyung pareceu ter pensado em algo, era estranho olhar pra ele, pensar em todas as provas, mesmo sabendo que ele é inocente. Tenho certeza que a Mallya quer esganar, tanto quanto eu quero, o verme engraçadinho que está incriminando ele.
  - Poderíamos ir na lan house perto da minha casa pra pesquisar as coisas e imprimir tudo. - Ofereceu Taehyung e a Mallya pareceu assentir, mas a expressão enrijeceu um pouco, a fazendo ficar pensativa. Eu sabia no que ela estava pensando, em outra prova circunstancial. Da última semana de vida da terceira vítima do Gap Dong, ela se comunicou muito com alguém através de um computador, a Mallya rastreou o perfil falso até a lan house, a mesma lan house que fica perto da casa do Tae, e por incrível que pareça quando tivemos um fio de esperança de encontrar alguma pista sobre o Gap Dong, a gente descobre que o Tae era a pessoa que usava aquele computador, o mesmo computador usado pelo Gap Dong por uma semana inteira para conversar com a terceira vítima antes dela morrer.
  Voltei a comer meu chocolate, pensando, e me lembrando das pistas, até sentir meu celular vibrar no bolso. Pesquei ele no bolso da jaqueta e desbloqueei a tela, vendo uma mensagem do Wonho.

_ O resultado do exame que foi feito na pétala da flor com sangue e do elemento coletado no tênis deu positivo. Bate com o DNA da vítima, a terceira vítima do Gap Dong.

  Quando li aquelas pelavras eu engoli em seco o pedaço de chocolate que estava entalado na garganta, e depois engaguei. Me lembrando automaticamente de que eu e a Mallya tínhamos convencido o Wonho depois que ela começou a morar na casa dele semana passada, que ele deveria fazer um exame pra ver de quem era o sangue na pétala da flor que encontramos no armário do Tae, e de quem era o sangue com lama que estava na sola do tênis dele. E agora eu vou até me engasgar de novo, eu não acredito que o sangue era da terceira vítima. Mark veio me acudir vendo que eu estava tocindo sem parar e Taehyung parecia preocupado comigo, não deu dois segundos e a Mallya que também estava com o celular na mão, lendo a mensagem de Wonho, também se engasgou e o Tae foi acudir ela.

  - E agora? Depois dessa bomba a gente faz o que? - Indaguei perplexa para a Mallya e ela colocou as mãos na testa, bagunçando as mechas nervosa.
  - Eu ainda acredito na inocência dele. - Declarou ela e eu coçei os olhos nervosamente.
  - Eu também acredito, mas agora com essa prova, se meu pai descobrir que isso existe vai prender o Tae. - Falei exasperada, e então olhei pra porta, as letras douradas me davam desespero só de ler: Teatro Estudantil.
  - Vamos destruir as provas. - Falou Mallya determinada e quando foi sair do corredor eu segurei o braço dela.
  - Somos detetives, se fizermos isso poderemos queimar algo que ainda não vimos. - Alertei e ela parou de andar e me fitou pensativa por alguns instantes.
  - Quer dizer que talvez quem incriminou o Tae pode ter deixado algo no tênis? Uma digital ou qualquer coisa do tipo? - Indagou ela frustrada e eu assenti apreensiva.
  - Vamos entregar pro Wonho, mas não vamos dizer de quem é o tênis. Ele não vai trair a gente, está do nosso lado. - Expliquei e soltei o braço dela, logo em seguida Mallya concordou.

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