49 - Jantar

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  Meu pés sairam do chão, as asas de Taehyung começaram a bater, tomando impulso, e meu coração disparou de ansiedade.
  - Espero que não tenha medo de altura. - Falou Taehyung e eu o abraçei mais apertado, negando com a cabeça.
  - Só um poquinho. - Admiti depois que saimos da sacada da minha casa, eu teria ficado com medo, mas eu me sentia tão bem abraçado com Taehyung que esqueci que abaixo dos meus pés, a queda poderia ser mortal.
  - Agora ao invés de dash Run estamos tendo um pouco de Fly... - Brincou Taehyung e eu cai na risada, rindo levemente de nervosismo. Não dava pra acreditar que eu estava voando.
  A brisa noturna ficou mais gelada quando sobrevoamos o mar, eu queria ter uma visão mais ampla do local e Taehyung me virou, me abraçando por trás para que eu não caísse, e eu fiquei admirando a paisagem.
  As ondas estavam cada vez mais agressivas no mar, elas puxavam a água e depois se chocavam contra rochedos na beira da areia, em meio ao percurso a água respingava nos meus pés, mas eu estava encantada demais para me importar com isso.
  - Estamos chegando. - Avisou Taehyung depois de uns cinco minutos e ao longe eu consegui avistar um pedaço de terra em meio ao mar, tinham árvores pra todo lado também, e luzes. Parecia ter uma barraca na areia, e lá onde estavam essas coisas era uma ilha.
  - O que está aprontando? - Indaguei para Taehyung e ele depositou um beijo no meu pescoço como resposta, eu arrepiei inteira. E quando chegamos na ilha eu entendi o que era.
  Um jantar, à luz de velas, na praia.
  Tinha uma tenda branca montada na areia, em cada perna da tenda tinham velas que iluminavam o local. Já no chão havia uma lona escura, e sobre a lona um colchão de casal bem grande e espaçoso, que estava cheio de pratos de comida, frutas de todo tipo, doces de várias cores e vinho. Muita coisa tudo sobre a cama.
  Quando Tae desceu na areia eu estava um pouco sem reação, eu não esperava que ele me levasse pra jantar numa ilha.
  Me virei para ele, ainda tentando assimilar tudo aquilo, um sorriso surpreso não saia dos meus lábios, e então Tae me pegou pela mão e me levou até a tenda, logo em seguida me derrubando na cama.
  - Posso servi-la? - Indagou ele arqueando uma sobrancelha com seriedade, ele estava muito atraente sob a luz das velas. Eu nem tive tempo de responder e Tae já estava se deitando ao meu lado e pegando um prato com morangos e chantilly.

- Alícia on-

  Me deitei na cama, puxei as cobertas pra cima do corpo e me entreguei ao sono. Estava exausta demais pra pensar no que tinha acontecido, só queria dormir e esquecer, o único problema é que eu não conseguia simplesmente esquecer, o toque daqueles lábios desconhecidos nos meus estava me virando a cabeça, eu estava intrigada çra saber quem tinha sido o pervertido que entrou no meu banheiro e sumiu do nada, queria puni-lo ou fazê-lo entender que não se deve beijar ninguém sem permissão que isso é assédio, mas lá no fundo meu peito ardia com um desejo que eu não conseguia entender, eu queria mais... Aquele simples toque de lábios... Eu queria mais daquilo, queria poder senti-lo completamente. Queria saber quem ele era.
  Me virei de lado na cama e abraçei meu travesseiro bufando impaciente. Que droga! Quem será que apareceu no meu banheiro sem nem dar a entender que existe??
  Por impulso eu quase me levantei da cama, queria investigar até ver se descobria algo, mesmo que minha intuição negasse que eu conseguiria. Me segurei na minha ansiedade e me remexi na cama me virando aoar o outro lado. Eu estava cansada, amanhã eu teria que acordar cedo pra ir pra escola, e o melhor que eu poderia fazer pra não diminuir a média na escola era dormir e deixar pra investigar amanhã. Não que eu não esteja indo bem na escola, eu estou, só que qualquer deslize pode comprometer minhas notas. Bufei de novo e então me virei de barriga pra cima, quase derrubei meu travesseiro no trajeto, mas o abraçei para não cair.
  Eu estava ficando mais ansiosa por ficar parada na cama, me segurando pra não sair da cama. Inquieta eu me virei mais uma vez, de barriga pra baixo, com a mente aos poucos se acalmando. Eu estava morrendo de sono, meu único problema era a curiosidade. Pelo menos até eu cair no sono.

  - Olá...? - Chamei, eu estava no corredor do hospital onde minha mãe trabalhava, tinha acabado de sair de um quarto, e não fazia ideia de como havia ido parar ali, e nem porque o hospital parecia tão vazio.
  Mesmo com receio eu sai da soleira da porta e resolvi me aventurar pelo corredor, minha mãe tinha vindo trabalhar hoje, então ela devia estar em algum lugar né. Mesmo com meu instinto negando, eu continuei a andar pelo corredor.
  Andei até a metade do corredor, parando na frente de uma janela, através dela pude ver que estava de noite, as ruas lá fora estavam escuras, as casas estavam sem luz e os postes apagados. Parecia até que a cidade tinha sido abandonada.
  De repente as luzes do corredor começaram a piscar, e lá no final do corredor eu vi uma silhueta.

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