135 - Caindo na Escuridão

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  - Como assim Tae? Você não me contou por que não se lembrava? - Perguntei confusa e Tae assentiu, limpando as minhas lágrimas. Meus braços por cima de seus ombros ainda o mantinham perto de mim.
  - Mas agora eu me lembro de algumas coisas, eu sei o que aconteceu naquela noite, e vou te contar. - Disse Tae e eu me sentei na mesa, esperando ele começar, enquanto acariciava minha maça do rosto com seu polegar, olhando diretamente nos meus olhos.
  - Então por que você caiu? - Perguntei, fugindo de seus olhos enquanto analisava suas vestimentas, meu coração ainda estava martelando no meu peito. Passei os olhos por sua camiseta branca, e mais embaixo a calça jeans que vestia na noite anterior, e então Tae colocou a mão no meu queixo e me fez olhar pra ele.
  - Porque eu cometi o ato mais pecaminoso que poderia ter feito, eu... - Tae respirou fundo, seus olhos estavam se enchendo de lágrimas novamente, o que apertou meu coração com angústia, era grave pelo visto.
  - Tá tudo bem Tae, eu não vou julgar você. - O encorajei acariciando seu rosto com meus dedos e ele umideceu os lábios inspirando profundamente.
  - Eu percorri as veredas do pecado da luxúria, eu não me lembro ao certo como ocorreu só me lembro de ter minha mente perdida ao álcool e de que estava implorando para que parasse, eu acho que gostava da mulher, mas não daquele jeito, não até aquele ponto que ela me embebedou pra ir. - Ele fungou, com as lágrimas escorrendo dos olhos em torrentes - Quando me dei conta já sentia a dor de minhas penas brancas caindo das minhas costas aos lençóis da cama em inumeros avisos de que minha alma já não pertencia mais ao céu. - Tae soluçou e eu acabei soluçando também, mal tinha percebido que também estava chorando, corromperam ele, abusaram do meu anjo... - Mallya... - Tae soluçou - Eu a cada ato luxúrioso que acontecia naquele quarto eu sentia os ossos de minhas asas se quebrar e deixar uma cicatriz incurável nas minhas costas. Hoje de manhã, quando eu acordei no chão da sala e vi minhas asas me lembrei do quão tolo eu fui ao acreditar nas palavras de uma mulher que apenas buscava por sua própria ganância. Eu não consigo me lembrar do que ela queria, nem do rosto dela, só que foi esse o motivo pra minhas asas serem assim... - Tae soluçou de novo e eu respirei fundo tentando conter meu choro. - Mallya... - Tae fungou - Você pode me perdoar?
  Meu coração terminou de se partir, meu anjo inocente...
  - Tae você não tem que ser perdoado, você não tem culpa do que aconteceu. - Falei e então me aproximei dele, selando nossos lábios, a princípio com calma para conforta-lo, nos confortar já que os dois estavam com o coração machucado e o Tae muito mais. Mas conforme nossos lábios se movimentavam o desejo foi ascendendo dentro de nós, disparando meu coração.
  Ele era forte, e não foram as algemas que o impediram de poder me abraçar, ele arrebentou as pulseiras de prata que mantinham seus pulsos juntos, e então me abraçou, me deixando completamente arrepiada e reconfortada por poder sentir seu aperto tão aconchegante me envolver. Não nos separamos por nenhum instante, trocando beijos e carícias, ele explorando o meu corpo e eu acariciando o dele que estava machucado.
  Sua língua invadiu a minha boca e ele se encaixou entre as minhas pernas, me pegando pela cintura e me puxando contra o seu corpo para que não houvesse nenhum espaço entre nós.
  Toquei minha língua na dele e Tae gemeu na minha boca, e foi suficiente para que toda minha pele arrepiasse de desejo novamente. Intensifiquei mais o beijo, colocando uma mão minha em sua nuca, bagunçando seus cabelos cinza enquanto a outra descia por seu braço definido, arranhando de leve seus músculos. E Tae mordeu meu lábio, arfando contra minha pele.
  - Eu achei que você ia me abandonar... - Tae comentou, e eu senti fragilidade na voz dele enquanto descia seus lábios até minha garganta, para depois me morder levemente.
  - Foi por isso que você bebeu ontem? - Perguntei e logo em seguida gemi ao sentir Tae me puxar contra o seu corpo com força, enlaçei minhas pernas na cintura dele e coloquei uma de minha mãos dentro de sua camiseta, explorando seus músculos, enquanto ele me deitava na mesa.
   - Foi. - Tae concordou passando a língua pelo meu pescoço - Eu estava feliz porque descobri o motivo de ter caído após tantos anos, mas eu também estava triste porque achei que te perderia se contasse. - Tae falou e eu segurei seu queixo e o fiz olhar pra mim.
  - Eu jamais te abandonaria Tae, eu sei que você tem um coração bom, diferente de muita gente nesse mundo. - Falei e ele abriu um sorriso alegre que me aqueceu totalmente, de tão lindo que era. E então voltou pra minha boca, me beijando com ferocidade, vontade, desejo. Eu levantei a cabeça da mesa investindo em seus lábios. Até alguém bater na porta e intertomper.
  - Já deram os dez minutos. - Disse a Alícia na porta e eu me afastei um pouco do Tae deitando a cabeça na mesa, mas não o soltei, queria ficar perto dele. - Vamos começar o interrogatório? - Perguntou Alícia levantando uma sobrancelha curiosa e eu assenti, enquanto Tae acenava pra Alícia a cumprimentando com um pulso liberto e com a pulsera de prata balançando livremente.

Obrigada Jeni pelas ideias e ajuda que foram maravilhosas💜 e leitores, votem e comentem, amo quando interagem comigo. Bjs.

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