1 - Profundezas dos Medos

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- Alícia on-

  Levantei num sobressalto, quase caindo da cama e sentindo uma forte vontade de vomitar. A melodia macabra do pesadelo ainda estava na minha mente, as pontas das minhas orelhas estavam formigando, eu não consegui ver o rosto dele, mais uma vez eu não tive tempo suficiente pra ver o rosto dele! Suspirei levando as mãos aos olhos e esfregando-os num impulso nervoso, odeio ter pesadelos. Ainda estava de madrugada. Eu estava toda suada e com o coração disparado de medo. Isso não acontecia com frequência. Eu podia acordar no susto, mas o medo não vinha, quase nunca depois dos pesadelos vinha o pacote completo. E hoje veio.
  Impulsionei meus pés pra fora da cama e desci do beliche num pulo, quase torci o pé na queda, mas sufoquei meu gritinho de dor na boca, eu não queria acordar meu irmão, temos que acordar cedo quando der o horário de ir pra aula, e pra ser acordado no susto já basta eu. Preguiçosamente fui até o banheiro sem nem mesmo me dar o trabalho de acender a luz do quarto. Só acendi a luz do banheiro mesmo. Fiz xixi e depois fui pra pia lavar as mãos. Olhei pro meu reflexo no espelho, olhando dentro dos meus olhos castanho, tinham certos momentos que parecia que a minha pupila mudava de cor, como se aquele castanho claro dos meus olhos ficasse mais claro e mais intenso e parecesse sangue. Uma cor vermelha que me lembrava sangue. Mas isso não era nada demais, era só uma impressão. Fechei os olhos e joguei um pouco de água no rosto, a melodia que estava sendo tocada no meu pesadelo ainda estava na minha cabeça, como se estivesse rondando ao redor dela, beijando meus ouvidos suavemente. Por mais que aquilo me deixasse arrepiada.
  Coçei os olhos mais uma vez encarando meu reflexo e em seguida olhei o banheiro ao redor, as paredes brancas estavam me enjoando. E mesmo com a claridade eu sentia que havia algo escuro dentro do cômodo, mesmo que eu não soubesse o que era.
  Olhei pro vitro do banheiro e vi uma silhueta masculina, mas o vidro era fosco e eu não conseguia ver o rosto dele com nitidez, eu poderia gritar e sair correndo que nem naqueles filmes de terror, mas será que valeria a pena fugir? Meu coração disparou, eu queria abrir a janela, mesmo que ele me matasse, mas eu queria ver seu rosto. Odeio a minha curiosidade, ela realmente me dá nos nervos em certas horas.
  - Quem é você? - Sussurrei me aproximando da janela, eu não podia falar mais alto se não ia acordar meus pais, a parede do quarto deles era do lado do banheiro, e eu quero evitar que a minha possível morte seja um show de horrores pros meus pais, por mais que talvez eu não acabe sendo morta e fique de castigo por estar agindo feito louca no meio da madrugada. Fazer o que, são os pais que eu tenho.
  O homem do outro lado da janela não respondeu minha pergunta, ele apenas arfou contra o vidro, embaçando a janela, e então saiu. Ele simplismente saiu dali e foi embora. Será mesmo que foi? Aliás que horas são? E cadê meu celular?
  Sai do banheiro e esbarrei em um corpo, eu quase gritei, mas pus a mão na boca no mesmo instante que pulei de susto. Eu literalmente senti minha alma desgrudar do meu corpo e depois voltar em choque. Era minha mãe que estava na porta.
  - Que se tá fazendo aqui menina? - Perguntou ela e eu baixei a mão da boca e a pousei sobre meu peito tentando inutilmente acalmar meu coração disparado.
  - Eu vim usar o banheiro mãe eu já vou voltar pra cama. - Expliquei tentando conter minha raiva por ter tomado um susto tão grande só por causa da minha mãe.
  - Você está pálida Alícia, você está bem? - Perguntou ela e eu assenti já me prontificando para ir pro quarto.
  - To bem sim mãe, eu só... Só tomei um susto, mas to bem. - Falei me sentindo mais calma e minha mãe fez uma careta de reprovação.
  - Isso é culpa daqueles filmes de demônio que você fica assistindo, viu no que dá.
  - Ah mãe, aquilo é tudo cenográfico, até parece que vai aparecer um capiroto e vai me matar dentro da minha própria casa. - Retruquei educadamente e então fui pro quarto tentar voltar a dormir.

Meia hora depois

  Eu podia sentir o sono me abraçando e me embalando num estado de moleza, eu estava com os olhos fechados e quase dormindo, quando senti alguém, ou algo, ser depositado nos pés da minha cama, parecia uma pessoa, como se alguém tivesse se sentado nos pés da minha cama, mas isso não tem como, né? Eu durmo num beliche.
  Meu coração disparou e eu começei a sentir um calor terrível, eu queria tirar o cobertor da cabeça, e queria deixar meu corpo tomar um pouco de ar do lado de fora, mas será que isso é seguro? Quem será que tá aqui? Será que é o homem do meu pesadelo? Ou será que é o capiroto de uma vez? Ou pior, será que é o Rake? Aquela aberração estranha que parece um cachorro sem pelo, todo deformado que é gigantesco, e tem garras literalmente afiadas pra rasgar gargantas?
  Engoli em seco e lentamente passei meu braço por baixo do travesseiro com o coração na garganta, mas pro meu azar, o travesseiro caiu do beliche, direto pro chão ao invés de ficar quietinho embaixo da minha cabeça.

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Uma história apaixonante da querida jeniferfang

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Uma história apaixonante da querida jeniferfang. Para aqueles que gostam de ficção policial e serial killers, esta é um prato cheio!

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