Capítulo 24: Quando Scaffa identifica o inimigo: Isso não ficará barato

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Acabaram de sair do prédio e ganhavam o pátio externo rapidamente, estavam com fome e toda vez que saiam juntos, acabavam levando mais tempo. Ninguém achava ruim, o papo era divertido, mas por conta disso precisavam correr para chegar logo na lanchonete e poder aproveitar melhor a comida e a companhia.

Vinham pelo elevador e corredores decidindo onde comeriam. Estavam de acordo que, apesar de estarem curiosos sobre a nova sanduichería self service, era bem mais garantido ir a lanchonete de tacos da esquina. Porém assim que saiu do prédio, Claudia procurou por Rebecca e viu algo que não gostaria: Scaffa. Precisava tirar aquele homem do lado da amiga, mas também não queria fazer uma cena. Teve uma ideia.

— Pessoal, esqueçam os tacos, vamos lá tentar algo novo!

— Ah, Cazarotto, vamos perder tempo montando o sanduiche!

— Vamos fazer um desafio; quem demorar mais pra montar paga o sanduiche dos colegas!

— Estimulando a competição entre colegas, chefa? Tsc tsc tsc

— Há há há, ta certo então! Mas a Rebecca já foi pra lá, não vamos deixar a colega comer sozinha, hoje é dia de comer em grupo...

— hum, é mesmo, vê se não é a Stein ali...

— Está esperando a gente. Nah, vamos logo lá, assim conhecemos o tal lugar...

Felizmente a manobra deu certo. Assim, Claudia acompanhada dos quatro colegas seguem em direção à tal sanduichería e por consequência, à direção de Rebecca, pois ficava no mesmo caminho.

Rebecca percebeu a aproximação dos colegas e sentiu um certo alivio. Ela sabia que nada de mal aconteceria assim em publico. Os colegas se aproximam e a cumprimentam.

— Não precisa mais esperar, chegamos.

Claudia comentou, entre os cumprimentos. Rebecca entendeu o recado.

— Finalmente! Ahn, com licença, eu tenho que ir...

E assim, a pequena cavalaria resgatou a mocinha.

Ao passar por Scaffa, ele reparava nas pessoas e seu olhar cruzou com o olhar de Claudia; triunfante e desconfiado. Ele a olhou de forma dura e com tamanha fúria, que a fez desviar o olhar. Realmente aquele homem dava medo.

— Tudo bem?

— Sim. Estava muito tranquilo, queria apenas pedir desculpas.

— Rebecca – a segurou por uns instantes, deixando que os colegas seguissem um pouco à frente, e manteve o tom baixo – nunca fique sozinha com ele. Esqueça isso de educação, você não deve esse tipo de coisa à um crápula desse. Corte qualquer contato amiga, é o melhor.

Rebecca concordou. E elas voltaram a se juntar ao grupo.

***

A primavera era um dos climas mais agradáveis para a cidade. Não era absurdamente quente, nem tão frio, as pessoas se animavam para andar pelas ruas, então, elas ficavam sempre cheias, mesmo nos finais de semana.

Foi pensando nisso que ela cedeu aos insistentes convites. Em uma noite dessas ao chegar em casa, se deparou com um ramalhete de rosas brancas e o pedido para apenas tomarem um café em um lugar público, numa tarde de domingo. Talvez fosse o necessário para finalmente acertar tudo.

Ela chegou na hora marcada, seria um almoço em uma das trattorias preferidas deles. Ela sabia que Scaffa a tinha convidado para lá propositalmente, pois foi o primeiro lugar que saíram juntos para um jantar romântico. Quando chegou ao lugar, ele já estava lá, como sempre. Era o perfeito cavalheiro, chegava pelo menos meia hora antes, se levantava para puxar a cadeira, abrir a porta do carro, dentre outras gentilezas típicas do cavalheirismo; fazia de tudo por sua dama. Ela poderia fazer tudo aquilo sozinha, mas como achava charmoso essa dedicação por parte dos homens; muitos deles haviam perdido essas características. Antonio Scaffa as mantinha, como bom italiano que era.

Scrupulo - Vale Quanto Pesa [COMPLETO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora