***
"Eu sei que você está aí, então escute aqui uma coisa; você não pode fazer o que quiser e achar que não vai ser descoberto! E quando você deslizar, eu vou pegar você! Quero que saiba que não vai se aproveitar do fato dela ser imigrante e sozinha na cidade pra esconder qualquer merda que você esteja fazendo. Eu vou procurar a Claudia, e até achar essa garota eu vou fazer um escarcéu. Eu sei que tem dedo seu no sumiço dela. Você não perde por esperar!"
O sinal apita e o homem desliga o telefone.
Seth está sentado em sua mesa com os cotovelos em cima e suas mãos unidas por dedos entrelaçados. Assim que a mensagem acaba, ele levanta o olhar para os outros dois homens sentados no sofá da sala da presidência. Drake tinha o rosto apoiado em uma das mãos, sentado de forma quase desleixada. Encarou Seth, mas logo desviou o olhar para o chão, enquanto fazia um bico. West permaneceu em sua mesma pose desde que sentara; braços abertos apoiados no sofá, pernas cruzadas no típico estilo masculino: calcanhar apoiado no joelho.
— Ainda bem que os outros caras saíram antes... – resmungou Drake propositalmente baixo, sendo ouvido apenas por West, e em seguida, sua voz foi quase que indelicadamente alta — Bem, já que estamos combinados, vou nessa, Chefe!
Drake deu uma piscadela enquanto apontava para Seth, imitando um revolver enquanto fazia uma onomatopeia que lembrava um disparo. Seth curvou a boca com desprezo. Drake sorriu e saiu.
Um breve silêncio se fez na sala.
Depois de alguns segundos da saída de Drake, ouviu-se a voz rouca de West:
— Essa mulher é problema.
Enquanto se levantava, Seth gargalhou.
— Por causa desse detetivezinho idiota? Ora, por favor — e fez cara de pouco caso enquanto ia para a janela, para olhar o pátio. Chegou a ver lá embaixo o que seria a inconfundível silhueta do detetive com seu casaco bege surrado, caminhando em direção ao seu carro velho, e fechou a cara. Por que esse maldito simplesmente não some do meu caminho?
***
— Eu tô no trânsito, parceiro, mas já quase aí. Vou só parar pra pegar um café pra gente! Até!
Maguire desligou o telefone.
Enquanto dirigia ele atendeu o telefonema de Batista, com o qual conversou boa parte do caminho sobre o sumiço de Big Maze desde a manhã do domingo. Agora, ele tinha acabado de estacionar novamente em fila dupla, prometendo a si mesmo que era só pelo tempo de pegar um café. Quando está caminhando para a cafeteria, ele mal pode acreditar no que vê: Claudia estava neste exato momento quase entrando na cafeteria.
Maguire apressou o passo e logo a alcançou.
— Claudia! – disse ele, segurando em seu braço e a olhando espantado. E para sua estranheza, ela fica tão ou mais espantada que ele.
— Ma-Maguire! – gagueja, surpresa. Claudia olha à volta, enquanto puxa Maguire para entrar na cafeteria, buscando sair da fácil observação de Mr. Blue.
— O que aconteceu com você, onde estava?
Maguire parecia surpreso e preocupado.
Claudia não entende essa reação dele (será que havia algum compromisso marcado e, dadas as circunstâncias obviamente se esqueceu?), mas se lembrando das instruções dadas pela chefia e segurança, faz uma expressão de tranquilidade. E até certo ponto, ela consegue transpassar certa calma.
ESTÁ A LER
Scrupulo - Vale Quanto Pesa [COMPLETO]
General FictionROMANCE + THRILLER DE CONSPIRAÇÃO Claudia Cazarotto é uma contadora brasileira que decide esquecer o turbulento passado em São Paulo e busca em Nova Iorque uma nova chance de recomeçar sua vida. Depois de dois anos sem um bom emprego, ela é...
Capítulo 13: Quando se está próximo à pessoa errada
Começar do início