Capítulo 51

999 67 6
                                    

4 dias depois...

 É até engraçada a forma como Harry consegue estar perto de mim, mesmo longe. É realmente surpreendente a forma que eu sinto não conseguir parar de pensar nele, mesmo querendo. O efeito de seus beijos, o efeito de seu toque, são sensações que me fazem ir além do que acreditava conseguir.

Tem exatos 4 dias

4 dias

4 dia

4 di

4 d

4.

4 dias que não o vejo, que não retorno suas mensagens, 4 dias que o evito mesmo sem querer. 4 dias que me sinto incompleta, mesmo querendo admitir que não estou. 4 dias que decidi tira-lo um pouco da minha vida, por que para mim, ele é como uma droga.Uma droga, pois me tornei completamente dependente dele. Mesmo achando que ele havia me traído, tinha quase certeza que me deixaria levar, e eu estava quase lá. Me prendi por dentro, me corroía para não toca-lo e assim que ele disse que a tal Débby era sua prima, um alívio percorreu minha alma e eu percebi que precisava senti-lo novamente.

Há partes de mim que querem deixar tudo isso pra trás e seguir com o futuro, vivendo o presente. No entanto, há outras partes que me fazem acreditar que do mesmo jeito que ele não lembrou ter ou não me traído, ele pode de uma hora pra outra, precisar ser lembrado de que ele está em um relacionamento e que a garota sou eu. 

Tudo isso faria com que o nosso namoro se tornasse uma espécie de súplica, ou até mesmo de obrigação, e isso realmente seria brusco.  Então, decidi deixar as coisas seguirem seu rumo, seguirem seu próprio caminho e que talvez eu realmente devesse dar um tempo pra mim. Um tempo para que eu voltasse a ser autônoma, um tempo para que eu pudesse me amar mais, que amar Harry.

Deixar de ama-lo nunca foi e nem será minha tentativa, por que sei que seria em vão. É impossivel sentir algo por ele que não seja amor. Por que eu amo completamente e absolutamente tudo nele, todos os defeitos fazem dele, perfeito. Perfeito pra mim, com imperfeições... é assim que eu consigo definir o nome Harry. 

Tem 4 dias que eu sou dura o suficiente para pedir a minha mãe pra avisa-lo que não estou em casa, quando na verdade só saio de casa pra ir no jardim, e nada mais. E eu sei que essas tentativas são falhas por que eu tento esquecer que Harry me conhece mais que ninguem, e sabe que estou ali e não quero vê-lo. O que mais me deixa curiosa e ao mesmo tempo aliviada, é que mesmo sabendo isso, ele vem todos os dias.

Não basta receber um simples 'não' da minha mãe. Ele tem que dar a volta pela casa, e jogar algumas pedrinhas na janela para se certificar de que eu estou ali. Mas mais uma vez, sem querer vê-lo. O que mais me doí é que eu quero, mas sinto que não posso.

Harry consegue me deixar confusa. Completamente e desesperadamente, confusa.

Queria poder beija-lo agora, pois já sinto meus lábios sedentos para encontrar os dele. Porém, não posso fazer isso. Para que toda essa confusão na minha mente tivesse fim, acabei tomando uma decisão que julgariam como precipitada. Porém, a julgo como coerente.

Me inscrevi para a Escola de Fotografia e Artes de Seattle. EFAS. Do outro lado do mundo. Seattle. Segundo a Wikipédia " É a cidade mais populosa e mais densamente povoada do estado de Washington, sendo a vigésima terceira mais populosa do país." E é pra lá que eu apostei todas as fichas. Se eu for, será uma dolorosa e silenciosa ida. 

Fico imaginando se eu conseguiria ficar tanto tempo longe dele. 96 horas 5760 minutos 345600 segundos, foi máximo que dei conta até hoje. Porém, percebo que vou ter que me esforçar mais. Me esforçar pra olhar nossas fotos juntos e não chorar, me esforçar para ver os vídeos idiotas que ele mandava e não desabar, me esforçar para que as simples lembranças parem de doer tanto.

Segundo a minha mãe, todo esse sofrimento é escolha minha. De uma certa forma é. Tem mais a ver comigo que com nosso relacionamento, tem mais a ver com Anna Monroe, que com Anna Monroe e Harry Styles. Preciso abrir meus olhos, preciso me amar mais, me valorizar. E mesmo quando Harry me faz sentir viva, quem precisa mefazer sentir viva sou eu mesma. Eu preciso me fazer sentir. Não posso depender de alguém para faze-lo. E é com essa dor que decidi que teria que dar um tempo.

tempo.

tempo.

tempo.

tempo pra mim.

tempo pra Harry.

tempo.

Dizem que o tempo é o melhor remédio, e é com esse pensamento que prefiro apagar o contato, do garoto que me faz amar todo o tempo, do meu celular. Preciso guardar nossas fotos, esconder nossas cartas e apagar as melodias que fizemos juntos nos gravadores de voz espalhados pela imensidão da minha alma.

Ou eu fazia isso, ou todo meu propósito se desmancharia ao ver o sorriso dele.

Essa é a frase que mostra como eu estou completamente submissa ao que ele me faz sentir. Aí vem novamente aquela onda de sentimentos,  todo o vazio e todas as afirmações que eu tento repetir pra mim mesma, que é o certo a se fazer.

Tempo.

Tempo.

Tempo.


   



Meu Doce Melhor AmigoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora