— Ou talvez seja um Detetive querendo se vingar por seu irmãozinho ter movido montanhas para você não depor — Zayn falou com deboche, apoiando o queixo no polegar enquanto tocava o próprio rosto com o indicador.

— Cala a boca, Malik — Liam o encarou com raiva.

— Vou ligar para o Wilden, não irei permitir que ele faça isso com a família de Niall — estendi minha mão para pegar o telefone sem fio sobre a mesa, mas meu irmão a segurou.

— Skyler me deixe pensar, por favor — esbravejou.

— Payne pare de palhaçada, não tem nada demais em deixar a garota dar um depoimento.

Encarei Zayn enquanto arqueava uma sobrancelha, "Garota"? Sério?

— Ligue para Louis e vá com ele até a delegacia, tudo bem? — Liam se voltou para mim, seu olhar era de preocupação.

[...]

— Eu sabia que funcionaria — Wilden cruzou os braços e abriu um sorriso irônico ao me ver adentrar a delegacia ao lado de Louis.

Por pouco não precisei levar Tomlinson acorrentado. Pelo que parecia, meu melhor amigo e advogado, conhecia Wilden de outros casos e o odiava profundamente.

— Realmente está se gabando por provocar sofrimento à uma família? — levantei minhas sobrancelhas enquanto encarava o homem em minha frente.

Wilden era do mesmo tamanho que Liam e eu, magro e aparentava ser forte, pelo que pude notar ao ver sua camisa social um pouco justa, com as mangas enroladas até os cotovelos.

Seus olhos eram azuis e seus cabelos loiros eram cortados em um topete baixo.

— Seu irmão não me deu escolha — o detetive deu de ombros — Quando se mata uma vaca, precisa fazer um hambúrguer.

— Você é podre — Louis rosnou.

Wilden Sorriu e colocou as mãos nos bolsos da calça.

— Me acompanhem, por favor. Sinto que a decoração de nossa sala não seja tão... Fina, como a senhorita deve estar acostumada — o homem falou sarcasticamente, me fazendo revirar os olhos.

Wilden era completamente desprezível.

Adentrei a sala com Louis e me sentei em uma das cadeiras, decidindo não responder o comentário do detetive.

— Irei fazer uma entrevista cognitiva...

— Ela veio dar um depoimento, não responder à um interrogatório — Louis respondeu antes que eu pudesse me manifestar.

— Sou eu quem decido isso, senhor Tomlinson. Você não sabe o que encontramos na cena do crime.

— Vai dizer que encontrou um fio de cabelo meu? — arqueei uma sobrancelha, sorrindo debochadamente — Algo surpreendente para se encontrar no meu quarto.

— Vamos começar, senhorita Payne. Não irei realizar a cognitiva, mas isso realmente será um interrogatório — Wilden apoiou as mãos sobre à mesa — Me conte tudo de que se lembra desde o início da festa.

— Cheguei às nove horas...

— Até onde eu sei, a senhorita fez sua entrada as onze e meia — o loiro me cortou.

— Deixe minha cliente falar, detetive.

— Como eu estava dizendo, cheguei às nove horas, estava com outra máscara e outro vestido, não estava em clima para festa e queria andar pelos convidados sem ser reconhecida para me habituar um pouco.

— Porquê tamanha descrição? O quê te retirou o famoso "ânimo festeiro" de Skyler Astrid Payne?

Respirei fundo. Estava tentando ser forte, mas era quase impossível.

— Problemas pessoais — engoli seco.

— Problemas pessoais... — Wilden repetiu como se isso o ajudasse à absorver as palavras — Continue.

— Sei que meu irmão já providenciou as gravações das câmeras de segurança, então poderá me ver no bar por volta das nove e quarenta, vestindo um Alex Perry azul marinho, feito sob medida, usando uma máscara "Dama" e bebendo um Manhattan com canela — sorri sem mostrar meus dentes.

— O quanto a senhorita bebeu naquela noite?

— Não fiquei bêbada — me inclinei um pouco sobre a mesa, apoiando meus cotovelos sobre a mesma.

— Mas o quanto bebeu? — Wilden fez o mesmo.

— Duas taças de Manhattan, quatro doses de tequila, duas taças de Sex On The Beach, e cinco taças de champanhe, uma de Armand de Brignac Brut Gold, outra de Armand de Brignac Brut Blanc e três de Armand de Brignac Brut Rosé, o meu favorito.

Levando em conta que todas essas bebidas foram ingeridas em um total de sete horas, além das doses de tequila, nenhuma era forte, era claro que eu não fiquei bêbada.

— Francês... Um ótimo gosto para champanhe, cada garrafa chega a dois mil e trezentos dólares, não? — o detetive sorriu — Você possuía algum tipo de relação com Niall Horan?

— Não precisa responder — Louis interviu.

— Que tipo de relação sugere? — me fiz de desentendida.

— Talvez o tipo de relação que por uma ação infiel da vítima, te fizesse perder o controle — o oficial sorriu.

— Você está conduzindo minha cliente a uma resposta do seu agrado.

[...]

Wilden me manteve naquela sala por duas horas e meia, nenhuma pergunta dele realmente estava voltada para ajudar na investigação, mas sim para arranjar uma maneira de me acusar.

Louis e eu tivemos de atravessar um mar de fotógrafos e jornalistas até chegar no carro que nos esperava.

Ao adentrar a Mercedes "C 300" Coupé Esporte, e finalmente conseguir fechar a porta, respirei fundo enquanto as frases recentemente berradas pelos repórteres ecoavam em minha mente.

"Skyler, é verdade que Zayn Malik matou Niall Horan por ciúmes do caso de vocês?"

"Assassina!"

" De quantos dólares precisou para se livrar de uma acusação?"

Entertainer • Zayn MalikWhere stories live. Discover now