Don't Blame Me

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Skyler Payne P.O.V

— Então pretende ligar o celular quando estivermos voando para não terem um rastro exato caso estejam tentando rastreá-lo? — Tom questionou enquanto segurava a porta do elevador para que eu passasse.

— Sim, mas se eu não encontrar nada importante no celular, ao menos vi você — sorri, encolhendo meus ombros.

— Me perdoe por ter ido embora sem me despedir, tive um imprevisto...

— Não precisa se explicar — o cortei enquanto negava levemente com a cabeça, podia sentir meus cabelos se umedecerem com os flocos de neve que caíam quando saí do avião — Se tem algo que eu entendo é de imprevistos e você é um homem ocupado.

— Sua visita é sempre bem-vinda — Hiddleston sorriu e me acompanhou pelo heliporto quando as portas do elevador se abriram.

Estávamos no prédio onde Tom mora, e a vista ainda no solo já era de se tirar o fôlego. Tão linda quanto Las Vegas, mas ainda mais envolvente, Seattle era um mar de luzes coberto por um fino lençol elegante de neve.

— Verificações externas realizadas. Está autorizado a decolar, senhor Hiddleston— uma senhora se aproximou.

— Obrigado, Dottie.

Abracei meu corpo devido ao frio que a altitude fazia questão de enfatizar e deixei que Thomas abrisse a porta do helicóptero para mim.

Me sentei enquanto retirava o celular de Niall do bolso traseiro de minha calça jeans e fechei o cinto de quatro pontos, apertando-o de modo que se ajustasse em meu corpo enquanto Tom dava a volta na aeronave para entrar em seu devido lugar.

Seu cinto foi fechado com rapidez e logo ele se pôs a checar todos os aparelhos, interruptores e botões que estavam a nossa disposição com naturalidade, o que me afirmava que Tom fazia esse processo com frequência, sua prática era impressionante.

— Coloque os fones de ouvido.

Após eu ter colocado os fones e a hélice ter começado a girar de modo que ganhava velocidade a cada segundo, o som ensurdecedor foi abafado e em grande parte tudo o que eu ouvia era a respiração do homem ao meu lado que era realçada pelo microfone.

Aguardei pacientemente a autorização de voo da torre ecoar por nossos ouvidos e encarei o iPhone 12 em minhas mãos, com certeza eu iria dar um jeito de me livrar desse celular agora que minhas digitais estavam nele.

— Com qual frequência você voa? — me virei de modo que pudesse observar o perfil do empresário.

— Uma ou duas vezes por mês, é bem menos do que eu gostaria — deu de ombros — E você? Tem algum hobby?

— Não mais — respondi enquanto encarava o mar de luzes que era a cidade abaixo de nós.

— Porquê não?

— De tudo o que já fiz, minha maior paixão era tocar piano, mas meu pai odiava me ver tocando. Minha mãe tocava, e talvez seja por isso que eu quis tanto aprender a tocar também, para me sentir próxima dela, mas Anthony dizia que eu era horrível e que nunca tocaria com a mesma graça, então me impediu de chegar perto do piano que temos em casa. Ele também me impediu de continuar minhas aulas de ballet, violino, patinação no gelo e hipismo — falava com naturalidade quando me virei para Tom, que me encarava com um semblante triste estampado em seu rosto.

— Conheci Anthony, ele realmente era uma pessoa difícil, só não imaginava que era ainda pior com a própria filha.

A fala de Hiddleston me fez soltar um riso desdenhoso.

Entertainer • Zayn MalikOnde as histórias ganham vida. Descobre agora