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Rebeca 🎀

Enchi demais o saco da Eduarda pra vim aqui, a única colega que eu tenho no morro, mas de início nem ganhei nisso, ela negou muito e eu não entendi sério mesmo! Ela perguntou várias vezes quem tava aqui e só quando eu disse que o marido da minha mãe não tava ela aceitou vim rapidinho, o que me fez achar que eles tiveram alguma briga e ela tava evitando.

Eduarda: Eu só vim pra você parar de encher o saco.- Fechei a cara pra ela.- que foi? Daqui vinte minutinhos eu tô indo embora.

Beca: Minha mãe sempre disse que você não saía daqui, Duda. Por que do nada essa implicância, aconteceu alguma coisa que eu não estou sabendo?

Eduarda: Nada ué, eu só tava ocupada demais atrás de um emprego.- Desviou o olhar de mim.- se quiser pode perguntar pro Lobão, ele sabe que é a verdade.

Beca: Conseguiu alguma coisa? - Ela negou.- depois que toda essa confusão passar eu também preciso ir atrás de um trabalho.

Eduarda: Imagino que não tá sendo fácil pra você, estudou por anos, fazia o que gostava e agora perdeu tudo por nada.- Concordei com ela, torcendo o bico.- mas não fica assim, cara. Eu tô sabendo de algumas coisas, quem sabe não foi o melhor.

Beca: Eu sei que foi, todo mundo diz isso também, mas dói demais, saber que eu fui tão suja! - Ela negou.- eu fui sim, Eduarda. Sei lá, podia ter feito de um jeito diferente, ou até ter pedido pro Magrinho dar essa missão pra outra pessoa, já que quem o Bruno queria era um homem.

Eduarda: Puro machismo, mana! Tu tirou ele de lá e isso nem veio ao caso.

Respirei fundo tentando me conformar mas ainda era chato pra mim toda essa situação.

Um tempo depois o Magrinho chegou e com ele a filha, e a mãe da menina. Os dois são separados a uns anos, mas ainda vivem brigando, só que a Amanda é bem gente boa, apesar de qualquer coisa já superou demais o término e os dois são até bem amigos.

Ela sorriu pra mim vindo cumprimentar, comentando do tempo que a gente não se via, e eu sentei ali pra comer e conversar com ela.

Perdi a noção do tempo conversando com eles, e quando olhei a Eduarda não tava mais. Acabei bufando e lembrando que meu celular tava lá em baixo, então resolvi descer pra mandar mensagem pra ela. Felipe veio me chamando pra ir ver alguma coisa todo animado, mas eu dispensei ele descendo as escadas.

Chegando no último degrau escutei barulho de alguma coisa quebrando mas ignorei achando que tivesse vindo da parte de cima, andei até a mesa tirando meu celular do carregador e quando ia desbloquear escutei um choro de alguém vindo do banheiro.

Fiquei quieta pra ver se conseguia escutar novamente, e consegui. Bati na porta várias vezes não ouvindo mais nada, franzi a testa achando que fosse doidera minha, mas a voz da Duda surgiu abafada.

Beca: Duda, tá bem? Quero conversar com você, abre a porta!

Duda: Não posso, agora não dá.- A voz dela saiu bem fraca.- pode subir, eu falo contigo antes de sair.

Em cima da porta tinha uma brecha e eu acreditei que dava pra ver perfeitamente, puxei uma cadeira e subi tendo a visão do meu padrasto tapando a boca da Eduarda que tentava se mexer mas era impedida por ele.

Atração PerigosaWhere stories live. Discover now