Entertainer • Zayn Malik

Often

Skyler Payne P.O.V

Com o que mais a excitação pode se parecer, se não a curiosidade?

Ao menos cinco vezes por dia, ouvia meu irmão dizer que eu nunca deveria me aproximar daquele homem, porém, neste exato momento, eu estava fazendo completamente o oposto e indo em direção ao próprio com meu melhor sorriso.

Não havia um resquício de dúvida em meu corpo, minha curiosidade anulava qualquer tipo de hesitação a todo o mistério que o tal moreno exalava, sempre calado e com os olhos fixos nos empresários, herdeiros, milionários e bilionários que iam e vinham com o tempo.

Eram poucas as pessoas que ouviam a voz dele. Sempre que falava com um dos amigos, era em um tom baixo e próximo aos ouvidos.

Ele era indecifrável e isso me incomodava, pois normalmente eu lia qualquer um como uma revista, tal coisa que justificava o fato de que não pude evitar a ser a primeira a ir até ele de maneira tão descarada em meio de um dos cassinos mais famosos de Vegas.

Aguardei por alguns segundos o homem que o acompanhava se levantar, deixando a poltrona aveludada ao seu lado desocupada, e assim que o encantador de olhos verdes passou por mim, andei até o assento e me sentei com a mesma intimidade e despreocupação que tinha quando ia até o escritório de meu irmão.

— Oi.

— Olá.

Ele deu de ombros e nem ao menos se virou para me olhar, tal falta de atitude feriu meu ego, porém eu não iria desistir com facilidade, queria saber o que ele tinha de tão excepcional para agir como se nada valesse seu precioso tempo.

Por um segundo me deixei levar por seu perfume extasiante, mas logo me recompus, o encarando e cruzando minhas pernas enquanto arrumava o vestido preto que contornava perfeitamente meu corpo.

— Tudo bem?

— Tudo, e com você? — ele termina o whisky, finalmente se virando para mim após colocar o copo sobre a mesa de apoio em nossa frente.

— Tudo ótimo, me interessei em você.

— Se interessou em qual sentido?

— Todos.

— Entendi.

— É verdade os boatos sobre as mulheres?

Ele soltou um riso nasal, deslizando o indicador de maneira horizontal pela barba em seu queixo, formando um "L" com seus dedos compridos.

— Você é direta, gostei disso. Qual o motivo de tal pergunta?

— Sim eu sou. Curiosidade, como poderia ser um criminoso e andar livremente? — respondo, dando a mesma pausa inicial que ele.

— Curiosidade? Continue.

— Como não ficar curiosa sobre o homem misterioso, no qual ninguém sabe de algo que seja realmente verdade? Tudo que se sabe sobre você não se passam de boatos.

— Você já cortou alguém? — ele dá uma risada baixa, praticamente ignorando o que eu falava.

— Claro que não..?

— Pois eu já.

— Você não mata para...

— Eu não sou um assassino — ele soltou uma risada aveludada — Gosto apenas de torturar, testar todos os limites de quem está comigo, com o consentimento, é óbvio.

Eu estava assustada com o rumo deste assunto, mas não iria mexer um dedo para me afastar, permanecia intrigada e determinada a descobrir tudo que estivesse ao meu alcance sobre o homem ao meu lado.