—– Ah, essa é a Annabelle, a filha do Diego — Apresentei, fazendo um sinal pra Anna vir cumprimenta-la

Annabelle se aproximou um pouco retraída e estendeu a mão.

Ninguém acredita quando falo que Diego tem uma filha quase adolescente.

Que parece que come fermento, porque ela já está do meu tamanho.

—– Clarice, muito prazer — Ela apertou a mão de Anna com firmeza, e a fez sorrir.

—– Você gosta de bolo, Clarice? — Ela perguntou sorridente —  O meu pai comeu metade, mas eu posso fazer mais.

—– Gosto sim — Clarice assentiu com um meio sorriso sem tirar os olhos dela.

—– Então vou fazer um pra você — Ela deu de ombros empolgada

—– Não filha — Diego a parou — A detetive não veio comer não, veio pra tirar o nosso apetite mesmo

Annabelle fez uma cara confusa, e eu fechei os olhos, impaciente,  e eu me controlei para não arrancar a língua de Diego.

Quando ele ficou tão irritante?

—– Anna, leva o seu irmão lá pra dentro, que a gente precisa conversar sobre um assunto sério.

Ela assentiu e veio até mim, animada. Entreguei o bebê em seus braços com cuidado e sorri pra ela.

Ela o levou como se estivesse com a minha vida em suas mãos.

E ela estava.

Descobri recentemente que nem vida eu tenho mais, passei a viver em função do meu filho.

Mas Annabelle leva jeito para cuidar de criança, é ela que quebra o galho da Joy quando ela precisa deixar a Amber com a alguém.

E quando volta pra casa, encontra a filha vestida como uma boneca, além de bem alimentada.

—– Sua filha é muito bonita - Clarice falou pra Diego, mas ele a ignorou — É incrível a semelhança que ela tem com a Mia e as duas nem são parentes de sangue.

—– Também tinha notado a mesma coisa, as duas têm a mesma doçura —  Falei sorrindo entre as lágrimas — Onde conheceu a Mia? Tem notícias dela?

Ela ficou séria de repente e automaticamente o sorriso deixou o meu rosto porque eu sabia que isso não poderia significar boa coisa.

Lembro de Mateo dizer que as coisas não estavam bem na sua casa e que a Mia tinha se revoltado contra o mundo, depois da morte de Caleb.

Imagino que com a morte de Mateo as coisas ficaram piores.

—– Amor, quem é Mia? — Diego perguntou

—– A irmã de Caleb, da família adotiva — Olhei pra Clarice ao invés dele.

—– Ella, eu nem sei como te contar isso...

—– Fala logo.

—– Depois que Mateo morreu, a família Miller deixou de existir, o pai nunca foi encontrado, e a mãe dele não suportou perder mais um filho e se matou ingerindo uma grande quantidade de remédio pra dormir, e a Mia... - Ela fez uma pausa e suspirou —– Ficou sozinha... ninguém queria adotar uma garota como ela, rebelde, problemática, eu fiz o possível pra ajudá-la, acredite eu tentei, mas ela sempre fugia, se metia em confusões, não pude salva-la de si mesma...

—– E onde ela está agora? — Perguntei tremendo a sua resposta

—– Espero que em bom lugar.

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