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No dia seguinte, depois que Caleb foi trabalhar, eu levantei da cama apressadamente, fui até o banheiro e tomei banho.

Optei por vestir uma roupa de caminhada, assim não pareceria tão estranho se alguém me visse andando pela rua sozinha, pois o hospital não ficava muito longe de casa, o que significava que eu poderia ir a pé.


Abri a gaveta de meias, e acabei encontrando o celular de Vicent que eu mesmo havia escondido ali, enrolado em uma toalha de rosto. Eu estava tão preocupada com a vida do meu marido psicopata que simplesmente tinha me esquecido dele.

Peguei o aparelho e me sentei na cama para fuçar o histórico de ligações e a caixa de mensagens, e não encontrei nada suspeito. Mas me surpreendi ao ver que Vicent levava uma vida secreta, ele era garoto de programa. Isso explica porque ele saia toda a noite em determinado horário. Eu sabia que suas saídas noturnas, significava isso, mas  achei que ele ficava apenas com mulheres, mas tinha várias mensagens de homens também, inclusive na noite que ele desapareceu ele tinha justamente um programa marcado, e os dias que se sucederam a esse, se tornaram um grande mistério até o fatídico dia que ele apareceu gravemente ferido na porta da sua casa.

Na mensagem que o cliente enviou para ele naquela noite, estava escrito:

[ Está pronto? Passo às sete pra te buscar...

Isso explica o  porquê ele não foi com o  carro dele.

Eu pensei em ligar para o tal homem da mensagem, mas mudei de ideia, visto que pode ter sido ele quem sequestrou Vicent e provavelmente o torturou.

Até que no mesmo instante o celular começou a vibrar e com o susto eu o joguei em cima da cama.

Na tela estava a foto de um homem moreno com traços maduros e origem Indiana.

Deixei o celular tocar muitas vezes para depois pegá-lo novamente com as mãos trêmulas e o coração disparado.

E logo após encontrei a seguinte mensagem.

[ Vamos te achar...

Nesse mesmo instante uma sensação horripilante me tomou, como se aquela mensagem tivesse sido direcionada a mim.

Coloquei o celular dentro da bolsa. Por que eu não estava com bom pressentimento de deixa-lo em casa. Ali continha informações que poderiam ser úteis, e poderiam me  levar até o deliquente que fez isso com Vicent. Mas só a polícia quem poderia investigar. Afinal de contas, não foi por acaso que Vicent me confiou essa missão.

Desci as escadas apressada e me deparei com um café da manhã recheado de coisas que eu gosto, além de um bilhete com um provável pedido de desculpas. Essa era forma que Caleb usava para demonstrar os seus sentimentos, porque se depender dele abrir a boca para falar.

Derramei o café na pia e rasguei o bilhete em mil pedaços sem nem mesmo ler o que estava escrito. E joguei tudo no lixo. Depois segui até a porta.

Se ele acha que vai brincar comigo assim, está muito enganado.

Parei no meio do caminho.

Eu estava ofegante, dominada por uma adrenalina sem fim. Vicent estava correndo perigo e eu precisava protegê-lo.

Tomei uma decisão, eu vou ajudá-lo a fugir.

Voltei no quarto e peguei uma bolsa grande para colocar algumas roupas dele, o suficiente para ele se virar.

Não sei se era uma boa ideia, mas ele não podia mais voltar pra casa, pois esse assassino pode estar em qualquer lugar, só esperando a hora pra agir.

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