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A realidade costuma ser diferente da fantasia. O que você cria nunca será igual ao que você vivencia. E a distância que eu havia estabelecido entre o vizinho e eu, estava boa, até o momento que invadi a sua casa e coloquei tudo a perder. Eu não deveria ter feito isso porque complicou a minha situação. A minha realidade é um tanto deprimente e exacerbada ,onde o vizinho provavelmente não deveria nem existir. Já que eu, apesar de tudo, ainda estou nutrindo sentimentos pelo meu marido abusivo e desconsidero totalmente a idéia me relacionar com outra pessoa a não ser ele.

Por outro lado, foi prazeroso sentir os seus lábios sobre o meus. Embora tenha sido rápido. Eu senti o quão doce era seu beijo, e tão quente o seu corpo. E descobri o quanto eu estava precisando de um toque e de um olhar. Eu estava louca pra sentir de novo tais emoções.

Mas eu não posso me deixar levar pelo instinto.

Não dessa vez.

Tudo o que me resta é fazer e fechar a janela e voltar para a triste monotonia da minha vida e fingir que nada disso aconteceu.

Mas o vizinho pareceu não gostar muito da ideia, e no dia seguinte ele apareceu na minha porta. E eu não tive outra escolha a não ser atendê-lo, já que fui eu, a principal culpada nessa história toda.

E assim como comecei, eu  precisava terminar.

—– Olá, eu trouxe uma torta de maçã como uma forma de me redimir de ontem — Ele disse com um tom de voz suave e uma expressão serena — Acho que começamos com o pé esquerdo —  Completou com um meio sorriso que abalou as estruturas do meu corpo.

Eu com certeza estava muito carente pra sentir atração assim por outro homem que não fosse meu marido.

E também se não fosse pela fome que estava me devorando por dentro, eu nem iria aceitar o seu pedido de desculpas.

Agarrei a torta com as duas mãos e senti uma eletricidade percorrer todo o meu corpo assim que os nossos dedos se tocaram.

Me afastei rapidamente.

Ele sorriu ao perceber que toda a sua sensualidade masculina tinha impacto direto sobre minhas emoções.

—– Me desculpa por ter invadido a sua casa — Falei enrusbecida.

—– Que isso, você só foi levar a minha correspondência e como não me encontrou, resolveu me esperar...foi muito gentil da sua parte — Ele provocou com um tom irônico e com os olhos em chamas.

Ele deve pensar que eu sou louca ou algo do tipo. Uma pobre mulher sofrida e manipulável.

—– Nem tivemos a chance de nos apresentar porque você saiu correndo.

—– Você me assustou.

Ele sorriu abertamente.

—– Eu sou o Vicent, mas você já deve saber já que leu a minha correspondência.

—– Ella — Apertei a sua mão, ignorando o seu comentário fútil.

Seu rosto visivelmente se iluminou.

—– Um nome tão lindo quanto a dona —  Elogiou me deixando ainda mais desconfortável.

Só sua presença fazia meu corpo vibrar. E não só isso, mas era estranho falar com ele depois de tê-lo visto nu. Era como se já existisse uma intimidade entre a gente.

Seus lindos olhos pararam em um canto específico do meu rosto e sua sombrancelha franziu confusamente.

—– O que foi isso no seu rosto? — Perguntou intrigado

O vizinho Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum