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Nessa festa eu tive a oportunidade de mostrar as minhas habilidades com a dança pra todos os presentes. Só precisei de uns goles a mais e uma companhia contagiante como a de Mia para me soltar.

Enquanto isso, Caleb se remexia na cadeira, vermelho de raiva.

Nesse meio tempo, eu conheci a sua mãe, ela tinha uma beleza difícil de não ser notada. Uma aparência absurdamente jovial e um corpo bem conservado para a sua idade, além de ser muito simpática, diferente da mulher com quem Caleb falava ao telefone.

E eu não sabia dizer se era porque eu tinha exagerado nos drinques ou porque de fato amei conhecê-la. Ela lembrava um pouco a minha mãe com os seus cabelos finos e loiros. O seu pai por outro lado era mais sério, e seus traços não demonstravam muita emoção. Mas apesar disso, ele me recebeu muito bem.

Depois de conversar um pouco com eles, eu voltei para a pista de dança e  arrastei a Mia comigo. A gente dançou bastante, e eu tomei todos os drinques que estavam ao meu alcance sem me importar com o que Caleb iria achar.

Eu estava completamente desorientada, e teve uma hora que eu acabei me perdendo.

Na verdade eu sempre estive perdida, só não sabia se um dia eu seria encontrada.

Vasculhei todos os cantos daquela festa em busca de algum sentido para a minha vida.

Eu estou casada com um homem que não me ama, vivendo em uma casa que mais parece uma prisão, e em paralelo a isso estou apaixonada por um cara que está em coma induzido no hospital e não faço ideia de como vai ser quando ele acordar.

Sem contar que Caleb deve estar atrás de mim nessa festa soltando fogo pelas ventas de tanta raiva. Esse será definitivamente o meu fim.

Passei a mão pelo cabelo, atordoada, sentindo o peito subir e descer.

—– Está perdida meu anjo?

Uma voz soou atrás de mim.

Girei o corpo um pouco cambaleante e avistei um homem sentado no pé da escada com uma garrafa em uma das mãos.

Ele era forte, bonito e elegante. Um moreno alto de olhos negros e brilhantes. Que chamou totalmente a minha atenção.

—– Não, o meu marido está em algum lugar por aí — Falei não muito confiante

Ele sorriu malicioso, em seguida levantou, pôs a garrafa vazia em algum lugar e me encarou.

—– Como ele deixa uma mulher como você andar por aí sozinha, deveria ser um crime  — Disse com a voz um pouco alterada.

Encolhi os ombros e depois sorri abertamente me sentindo fora de órbita.

—– Será que ele se importaria se eu a convidasse para dançar? — Disse despretensiosamente.

—– Acho que sim, ele inclusive arrancaria esse sorrisinho do seu rosto facilmente — Provoquei.

—– Será?

Ele chegou mais perto, me pegou pela cintura e me puxou pra si. Prendi a respiração celando os lábios.

—– Duvido muito — Ele sussurrou no meu ouvido me fazendo arrepiar.

—– Mas é verdade — Falei olhando dentro dos seus olhos.

Eu não sei dizer se era o efeito da bebida, mas eu estava achando aquele cara muito atraente, inclusive eu estava louca para devorar os seus lábios umedecidos e enfiar as minhas mãos em seu cabelo que tinha um brilho surreal.

Sem aviso prévio, ele enfiou as suas mãos grandes em meu cabelo, fazendo a presilha cair no chão e o mesmo se soltar do coque.

Ele segurou meu rosto com as duas mãos e quando seus lábios estavam prestes a tocar os meus, ele foi atingido em cheio no rosto por um soco.

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