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O som de batidas na porta adentraram novamente os meus ouvidos, então eu abri os olhos e percebi que estava deitada no chão do banheiro.

Senti algo úmido no meu braço e quando olhei vi que era vômito.

Me deu  vontade de vomitar de novo, mas dessa vez eu consegui me segurar.

Senti também uma forte dor de cabeça e no estômago.

Só quando me impulsionei para levantar do chão que eu senti a consequências de não ter me alimentado direito.

Eu estava fraca.

—– Filha?

—– Agora ela vem, onde ela estava quando eu chamei — Murmurei

Não sei por que ainda me surpreendo, de todas as vezes que a chamei, ela nunca veio.

—– Eu estou bem, mãe, não se preocupe, só vou tomar um banho.

Vi que ela ficou um tempo na porta não convencida, então eu abri o chuveiro e cantarolei uma música.

Até que ouvi os seus passos se distanciando.

Fingir estar bem sempre foi uma das minhas especialidades.

Mas eu realmente precisava de um banho, tinha vômito até no meu cabelo.

Assim que a água esquentou, eu me enfiei debaixo do chuveiro pra senti-la  escorrer pelo meu corpo me dando uma sensação agradável.

Se a água também pudesse lavar as impurezas da alma, essa sensação seria dez vezes melhor.

Fechei os olhos e me concentrei na água que caia deliberadamente pelo meu corpo, como uma forma de acalmar meu corpo agitado.

Até que a porta do boxer se abriu sozinha, me assustando completamente, abri os olhos subitamente e tranquei o chuveiro, ficando em estado de alerta.

—– Quem está aí? — Perguntei apavorada.

Me lembro perfeitamente de ter trancado a porta.

Dei dois passos pra frente e me inclinei para olhar pela porta do boxer, mas não vi nada.

Mas havia algo estranho no chão.

Era lama.

Não me lembro de ter entrado com o pés tão sujos assim. As marcas eram grandes e seguiam até o boxer que era aonde eu estava.

Resolvi voltar para o banho.

Ao fechar a porta do boxer notei que algo havia caído atrás, provavelmente o sabonete, mas quando me virei para pega-lo notei que ele já estava na mão de alguém.

Meu corpo gelou.

Meus olhos foram para o seus pés que estavam cobertos de lama até os tornozelos.

Subi lentamente o olhar até me deparar com uma pessoa que pensei que jamais veria.

Meu deus! agora são mais de três.

Meus olhos se encheram.

—– Ed — Sussurrei.

—– Se lembra de quando tomávamos banho juntos? — Sua voz soou aveludada, provocou arrepios em meu corpo — Era algo muito prazeroso.

Eu devo estar mesmo louca, pra está vendo um homem nu no meu banheiro, e pior, morto.

—– Você adorava — Ele continuou.

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