14

786 60 15
                                    

....

—– Está novinha em folha — Disse o marceneiro abrindo e fechando a porta do armário para se certificar — Quem quebrou ela, parecia estar com muita raiva.

—– Foi a minha mulher, ela às vezes surta do nada, sabe, e acaba descontando nos móveis da casa —Caleb Ironizou — Estou pensando seriamente em interná-la em um hospício  — Caleb completou com um sorriso sarcástico, fazendo eu me sentir constrangida

O homem olhou pra mim como se eu fosse mesmo a maluca da história. E eu abri um sorriso sem graça pra ele.

—– Bom, espero que tenha sido apenas um momento de raiva, e que ela esteja bem — Ele disse olhando pra mim

O que deixou Caleb um tanto surpreso.

Segurei a risada.

—– Certo — Caleb disse irritado ao ver a forma como o homem me olhava. E sacou de imediato a carteira, tirando de dentro o dinheiro  e entregando para o ele afim de dispensa-lo rápido.

O homem assentiu balançando a cabeça e depois pegou sua maleta e se retirou.

Assim que ele saiu. Caleb se voltou pra mim e sua expressão endureceu. Tratei logo de tirar o sorriso do rosto.

Afastei dois passos pra trás e engoli a seco, vendo ele se aproximar, com sua beleza fatal e intimidadora, além do seu olhar implacável de sempre.

—– Então, você quebrou a porta do armário?

—– Eu estava com raiva, você me deixou com fome então eu...

—– Shh! — Ele me Interrompeu cobrindo os meus lábios com o dedo, enquanto meu coração batia acelerado e as lágrimas escorriam pelos meus olhos.

—– Pois bem..

Ele foi calmamente até o balcão da cozinha, pegou uma sacola e tirou de dentro um dos meus salgadinhos prediletos.

Por um momento eu sorri ingênua, pensando que ao invés de ser castigada eu seria recompensada.

—– Como você me pegou com um bom humor hoje, vou te dar duas opções.

Ele abriu o pacote de salgadinhos e despejou tudo no chão. Enquanto me olhava diretamente.

—– Não, eu não vou fazer isso —  Antecipei incrédula.

Ele sorriu ironicamente e ameaçou tirar o cinto da calça, e quando ele ia  abrir a boca para dar a minha sentença, eu não aguentei.

—– Está bem, eu faço.

Me ajoelhei no chão diante dos seus  olhos, enquanto que os meus se encheram de lágrimas.

Antes de iniciar a tortura, eu levantei os olhos e o encarei, afim de que meu desespero pudesse convence-lo do contrário, mas eu sabia que estava perdendo meu tempo fazendo isso.

Sendo que tudo o que eu vi, foi um olhar frio e um sorriso assustador, se formar em seu rosto.

Peguei um salgadinho, e senti logo uma ânsia de vômito.

—– Se vomitar, vai comer o vômito também — Avisou.

Sua voz grossa e ameaçadora, fez o meu corpo inteiro tremer.

Mas eu preferiria levar uma surra ao ter que me submeter a essa humilhação, embora eu estivesse morrendo de vontade de comer aquele salgadinho, não poderia permitir que Caleb saísse ganhando desta vez.

O vizinho Where stories live. Discover now