—– Não, obrigada.

—– Sou a detetive Morgan...os outros membros da equipe saíram todos para uma missão..estou aqui com o Will...

Quando ela disse esse nome, senti náuseas, e esfreguei o braço que estava um pouco dolorido.

—– E o Maicon, que é quem está cuidando do nosso prisioneiro.

Então eles foram buscar o Vicent no hospital.

—– Então você disse que está com algo que nos pertence? —  Ela perguntou franzindo as sobrancelhas.

—– Sim, é um chip.

—– Hum, e você sabe o que tem nele? Chegou a ver?

Senti um calafrio ao me lembrar das imagens.

—– Tem...crianças...e...

Não consegui continuar, uma lágrima  rolou pelo meu rosto.

—– Entendo, pode me entregar o chip, por favor.

—– Sim, claro.

Imediatamente enfiei a mão na bolsa, mas o meu nervosismo me atrapalhava um pouco.

A detetive estendeu a mão na minha direção, e pelo seu olhar compreensivo eu entendi que tinha que entregar a bolsa pra ela procurar, mas lembrei que tinha um revólver dentro dela.

—– Achei — Soltei nervosa, tirando o chip que eu havia cuidadosamente embalado em um plástico. Tinha receio dele arranhar ou coisa do tipo.

Ela o pegou e conectou em seu computador. Logo os gritos foram tomando conta dos meus ouvidos.

Eu não estava vendo, porque o monitor estava virado pra ela. Mas isso não me impedia de ficar angustiada. E as imagens associadas ao som, se agruparam na minha cabeça me fazendo tremer e chorar.

Ela tirou o chip e pôs de volta no plástico, depois suspirou olhando pra mim.

Era impressionante como ela não se abalava com aquilo, eram imagens extremamente fortes e sensíveis, principalmente por envolver crianças.

—– Lamento que tenha visto isso

—– Vocês prenderam um homem inocente, Vicent não tem culpa de nada disso, ele foi uma vítima desses marginais.

—– Por que está tão convencida de que ele é inocente? —  Ela perguntou serenamente.

—– Porque eu o conheço, e sei que ele é uma boa pessoa, apesar das coisas horríveis pelas quais ele  passou.

—– Certo, e como vocês se conheceram?

Sua pergunta me pegou de surpresa.

—– Isso não vem ao caso  — Me exaltei— Vocês tem o chip , agora precisa soltar ele...

Eu não sabia muito bem como isso funcionava. Na minha cabeça eu só precisava entregar o chip, que eles o soltariam.

Mas a mulher olhou para o chip como se ele não fosse tão importante.

Parece algo tão inútil.

Em seguida, ela se levantou e começou a andar pela pequena sala.

Acompanhei ela com os olhos, completamente atordoada com o seu silêncio.

Eu já entreguei o que ela queria. Por que ela não parece satisfeita com isso?

O que mais eu preciso fazer.

O vizinho Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin