Cada dia ficava mais difícil de controlar.
Me voltei pra ele e o encarei furiosa.
—– E o que você tem haver com isso - Soltei aborrecida — Você só é a porra do vizinho, nem deveria estar aqui — Gritei sentindo meu corpo inteiro tremer — Portanto, não se mete onde não foi chamado.
—– Ella, calma — Retrucou calmo apesar de tudo — Eu só quero te ajudar
—– Só que eu não preciso da sua ajuda, vai embora — Suspirei sentindo as lágrimas prestes a encher meus olhos e uma dor de cabeça terrível.
Ele tentou agarrar a minha mão, mas eu me afastei dele.
—– Por favor, sai daqui — Falei sem encara-lo.
—– Ella, não faz isso.
Impaciente avancei em sua direção, mas ele me agarrou e me puxou para o seu peito e por um momento eu me senti acolhida e incapaz de fugir, então sem muito o que fazer deixei as lágrimas caírem como um profundo desabafo, fazendo dos seus braços um refúgio para o meu coração aflito e amargurado.
—– Você merece ser tratada como uma princesa — Ele disse passando a mão em meus cabelos, quase que me hipnotizando com o seu toque suave.
Me afastei rapidamente e prendi o cabelo atrás da orelha, depois o encarei envergonhada com os olhos marejados e os ombros caídos.
Não queria que ele tivesse me visto tão vulnerável, mas foi impossível segurar as lágrimas, e confesso que ter soltado elas, foi a melhor coisa que eu poderia ter feito. Pois me sinto mais leve e tranquila.
É difícil conter tantas emoções ruins dentro de si.
–— Te vi dançando outro dia e gostei muito — Ele revelou empolgado.
—– Ah, aquilo? foi besteira —Funguei, em seguida deixei escapar um sorriso que parece tê-lo impressionado.
–— Quero que dance pra mim — Pediu
Me afastei e senti um sorriso incrédulo crescer em meus lábios.
—– O que? Não.
Ele passou por mim e foi até a estante onde estava o aparelho de som.
—– Vicent, não — Repreendi rindo de nervoso, ao vê-lo com a mão estendida prestes a apertar o botão principal do som, com um olhar atrevido.
—– E-eu não sei dançar —Resmunguei e logo depois uma música lenta começou a tocar.
Ele caminhou lentamente até o balcão enquanto eu o seguia com os olhos, pegou uma garrafa de vinho na adega e uma taça, depois trouxe para a mesa de centro.
Encheu a taça e se recostou na poltrona de Caleb. Senti uma mistura de medo e excitação ao vê-lo sentado ali, e o impacto do seu olhar sedutor no meu corpo foi eletrizante.
—– Vamos, vi que você sabe dominar muito bem essa arte — Incentivou tomando o gole do vinho.
Eu estava sorrindo à toa, parecia que toda a tensão do meu corpo havia se dissipado fazendo com que eu me sentisse confiante pra fazer qualquer coisa.
Olhei para o seus lábios umedecidos pelo vinho e senti um prazer delirante consumir o meu corpo.
—– Vamos, eu estou esperando - Insistiu ele.
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O vizinho
RomantizmElla Watson vive uma vida triste e monótona ao lado do marido abusivo que parece querer fazer da sua vida um inferno.Mas quando um homem misterioso passa a morar ao lado da sua casa, ela fica tentada a observa-lo, tornando isso uma distração, o que...