Capitulo 121

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Rhys, Feyre e os outros foram para a cidade escavada a poucos minutos, até Nestha foi com eles, decidi que seria melhor ficar, mesmo que Cassian tivesse ficado para guardar a cidade, ja que ainda não falava com os três que me pediram para manipular o entalhador, também não falava com Nestha e tinha um clima estranho com Amren.

Dormi ao lado de Mor hoje, pelo visto não era só eu quem estava com o temperatamento instável por sentir a proximidade com a guerra, Mor também estava com os nervos a flor da pele, também por causa da ida na Cidade Escavada, oque a fez ter uma discussão com Iran ontem a noite, não perguntei o motivo, mas Iran parecia querer esquartejar alguém e Mor parecia querer pular de uma janela.

Encontrei com Elain de manhã, e decidimos -eu decidi- que levaria ela para o lado humano, ver Graysen uma ultima vez, mesmo que fosse de longe, mesmo que fosse as escondidas.

Recitei o feitiço que usava no lado humano para parecer ter rostos diferentes mas dessa vez o usei para que Elain aparentasse ser humana outra vez, mesmo que Graysen não fosse vê-la, outras pessoas nos veriam.

- Devemos estar em casa antes que eles voltem -disse após Elain entrelaçar seu braço ao meu. - Está pronta?

- Estou -ela respondeu secando as mãos suadas em seu vestido - mas não pergunte muitas vezes.

Atravessei com Elain até a muralha e passei com ela a pé, rápido o suficiente para que Tamlin não soubesse da nossa presença, ou pelo menos que não percebesse a tempo de conseguir nos encontrar, depois, atravessei com ela para uma das estradas que davam a nossa antiga aldeia, não muito longe, é claro, mas não podiamos simplesmente surgir lá no meio.

- Não vejo nenhum pássaro aqui -ela disse em tom baixo enquanto seguiamos em passos lentos pela estrada.

"Passáro?" pensei comigo mesma

- É normal seus poderes ficarem adormecidos desse lado da muralha, os sentidos também ficam mais fracos e a magia é estranha de se usar -respondi casualmente - Mas... me fale sobre o pássaro

- Você não vai acreditar -ela negou com a cabeça - ninguém acredita, ninguém vê -seu tom pareceu triste na ultima parte - Feyre e Nestha acham que fiquei doida, posso ver a pena em seus rostos.

- Não sou Feyre nem Nestha -garanti a ela - Já vi e vivi muitas coisas estranhas na vida, se me contar talvez eu possa ajudar a descobrir oque é, ou não, mas pelo menos compartilharemos uma história engraçada.

Elain suspirou dando passos calmos pela rua de terra que lhe sujava a barra do vestido.

- Vejo dois pássaros, um deles se parece com uma águia mas é bem mais esbelto e elegante, perigoso e mortal. Ele pousa numa árvore próxima e está sempre me vigiando atentamente mas não parece querer me fazer mal, na verdade parece estar monitorando, preocupado. Me tocou uma vez, em um sonho, mas suas chamas jamais me queimaram, pareciam acolhedoras.

"O segundo eu vejo apenas durante o dia, ele não perigoso como o outro e também não me observa, acho que sequer sabe quem sou eu, ele está mais ocupado com a própria agonia, grita desde a manhã até o anoitecer e então, quando a noite cai, ele desaparece e junto dele, seus gritos."

Prestei atenção em cada palavra de Elain, as coisas que ela via pareciam enigmáticas mas ainda sim eram semelhantes as imagens da guerra que me foram mostradas pelo caldeirão.

Talvez o poder que Elain herdou do caldeirão seja algum tipo de visão, que, por não ser desenvolvida, ou por ser muito recente, lhe mostre apenas coisas enigmáticas.

- Ouço vozes -disse dando de ombros e Elain se virou para mim, prestando atenção - Rhys disse que é meu poder daemati, também acontece com ele, quando tem poder acumulado, mas comigo é sempre, fica mais forte e tenta me enlouquecer, tomar minha mente, quando está muito concentrado e fica mais fraco quando está em nivel normal mas jamais se cala, esta sempre aqui, falando e falando.

Corte de chamas e pesadelosOnde histórias criam vida. Descubra agora