Capitulo 117

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O Rio Sidra se estendia a frente, as águas calmas e suaves como se até ele contemplasse o retorno de sua Grã-senhora para casa.

Amren, com muito custo e apenas depois de eu prometer lhe dar joias e rubis de presente, deixou que eu trouxesse Lucien a seu apartamento, onde Cassian e Azriel não ousariam colocar os pés sem permissão, para que pudessemos conversar.

A conversa foi uma idéia dele que a sugeriu assim que saimos da casa da cidade, depois de sermos todos educadamente expulsos por Rhys.

Não sei se a sugestão que conversamos a sós era realmente por causa importância da conversa ou se ele simplesmente queria fugir dos olhares tortos de meus amigos.

Aceitei de qualquer forma, sei que meus amigos estavam apenas sendo cuidadosos sobre seus grão-senhores e a cidade que ajudaram a proteger por séculos, mas os olhares e juras de morte silênciosas dirigidos a Lucien também estavam me incomodando, e muito.

– Então, diga, oque de tão importante quer conversar que não pode ser dito na frente dos outros? -disse deixando que ele entrasse no apartamento

– A última vez que nos vimos, em hybern. -ele disse simples

– O dia em que nos traiu? -perguntei em tom casual. – Certamente não foi um encontro agradável

– Espero -ele fez um pausa – que não hajam ressentimentos sobre isso.

– Sem ressentimentos, é claro -dei de ombros –como eu poderia esperar que você tivesse sequer alguma consideração por minha irmã e eu, não é? Afinal, pelo visto nunca fomos amigos nem nada do tipo.

– Com ressentimentos então, entendi -ele resmungou chutando um sapato da sua frente e se sentou em um dos puffs que compunham o local.

– É obvio que há ressentimentos -disparei para ele

– Pode sentar por favor? -ele indicou o lugar ao seu lado.

– Apenas vá direto ao ponto Lucien.

– Certo -ele curvou os lábios para baixo dando de ombros. – Você descobriu que era minha irmã antes ou depois de trepar comigo?

Podia jurar que meu sangue havia parado de circular pelo meu corpo, minha respiração tão pouco conseguia prosseguir.

– Eu seria mais sutil mas ja que você está tão desesperada para me chutar para longe outra vez e voltar para os seus amigos, que por acaso me ameaçam a cada respiração, o mais rápido possível, não encontrei outra maneira de dizer isso.

De repente, o peso dos ultimos meses pareceu recair sobre minhas costas quando me sentei ao lado de Lucien e era perturbador o fato de eu sequer ter pensado em nele o suficiente para ter feito a ligação de que somos irmãos.

– Então, antes ou depois? -ele disse com certo nojo reprimido em sua voz, como se tentasse muito não imaginar que eu sabia de tudo quando dividi a cama com ele por quase um mês.

– Depois -foi apenas oque eu disse

– De todas as vezes ou só da primeira? -seu tom ainda era firme mas havia algum alivio pela minha resposta, e pela sinceridade que ela carregava.

– De todas.

Era a verdade, completa e simples, nós não transamos depois do casamento fracassado de Tamlin e Feyre, nunca mais o provoquei depois que voltei da Corte Noturna, não havia vontade da minha parte em transar com ele e mesmo que ainda seja estranho beijar um irmão, não fizemos nada além disso, como se meu corpo tivesse feito a ligação antes de mim e não tivesse me permitido ir além.

Corte de chamas e pesadelosWhere stories live. Discover now