Capitulo 17

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Eu não deveria ter ficado surpresa. Não quando Rhysand gostava de tornar tudo um espetáculo e achava que irritar Tamlin era um tipo de arte, bem, eu concordava.

E ali estava ele.

Rhysand, Grão-Senhor da Corte Noturna, agora estava ao lado de Feyre , e escuridão escorria dele como água.
Rhysand inclinou a cabeça, os cabelos preto-azulados oscilaram ao movimento, seus olhos violeta brilharam à luz dourada do local conforme se fixaram em Tamlin.

Rhysand estendia a mão para onde Tamlin e Lucien e as sentinelas deles estavam sacando as espadas, avaliando como tirar Feyre do caminho, como derrotar-lo mas quando sua mão se ergueu, todos congelaram.

Ianthe, no entanto, estava recuando devagar, o rosto ainda mais palido que o comum.

- Que casamento bonitinho - disse Rhysand, enfiando as mãos nos bolsos
enquanto aquelas muitas espadas permaneceram embainhadas.

A multidão que restou no jardim recuava, alguns subiam em cadeiras numa patética tentativa de fugir.
Rhys olhou Feyre de cima a baixo devagar e emitiu um estalo com a língua quando viu as luvas de seda que usava e então se virou para mim.

- Finalmente pude conhece-la pessoalmente. - entendi oque quis dizer, ele sabia quem eu era, ja tinha me visto muitas vezes antes, pelo olho gravado na mão de Feyre.

Enfim percebi, na noite da banheira o olho não examinava a mim e sim ao local, a procura de Tamlin, ele era o inimigo para Rhysand, não eu.

Eu não nutria medo por Rhysand, como minha irmã, como seu parceiro ele jamais poderia machuca-la de fato mas ela ao menos sabia que ele era tal coisa e não seria eu a contar, isso com certeza não era da minha conta.

- Dê o fora daqui -grunhiu Tamlin, caminhando em nossa direção. Garras
dispararam dos nós de seus dedos.

Não me contive ao revirar os olhos para as garras, Rhysand emitiu outro estalo com a língua.

- Ah, acho que não. Não quando preciso cobrar meu acordo com a querida Feyre, se tentar quebrar o acordo, saberá o que vai acontecer -disse Rhysand, rindo da multidão que ainda tropeçava sobre si mesma para fugir.

O Grão-Senhor indicou minha irmã com o queixo.

- Dei três meses de liberdade a você. Poderia ao menos parecer feliz em me ver.

Ela tremia demais para dizer qualquer coisa e a segurei com força. Os olhos de Rhys brilharam com desprezo.
A expressão sumiu quando ele olhou para Tamlin de novo.

- Vou levá-la agora.

- Não ouse -rosnou Tamlin, contive a risada.

Céus era tão dificil manter a expressão neutra quando Tamlin fazia questão de rosnar a cada duas palavras como um cão enjaulado.

Atrás dele, o altar estava vazio, Ianthe tinha sumido covardemente, junto à maioria dos convidados ao casamento.

- Interrompi? Achei que tivesse acabado. -Rhysand deu um sorriso a Feyre que escorria veneno. Ele sabia,
sabia por aquela ligação que ela estava prestes a dizer não. -Pelo menos Feyre parecia pensar que sim.

Tamlin grunhiu.

- Deixe terminarmos a cerimônia...

- Sua Grã-Sacerdotisa parece achar que já acabou também. -falou Rhysand

Tamlin enrijeceu o corpo quando olhou por cima do ombro e viu o altar vazio.
Quando ele encarou a todos nós de novo, suas garras já estavam um pouco retraídas.

Corte de chamas e pesadelosWhere stories live. Discover now