Capitulo 15

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Me arrastei para fora do quarto de Lucien ao amanhecer, não tínhamos dormido por mais de meia hora e minhas pernas doiam e minha cabeça também, me afoguei em vinho por três dias seguidos a ressaca e o cansaço agora me engoliam.
Cai na minha cama implorando ao caldeirão, a mãe, aos deuses ou ao oque fosse, por algumas horas de sono mas não minhas preces não foram atendidas, quando tinha acabado de pegar no sono alguem se esgueirou porta adentro.

– Cai fora. -digo sem me dar ao trabalho de virar, ja sabia que era lucy apenas pelo cheiro adocicado de seu perfume.

–Tem uma nova aprendiz entre as criadas, a trouxe comigo hoje. -ouço Lucy se proximar.

Estava deitada de bruços, com o vestido da festa, o coloquei para não sair pelada do quarto de Lucien e não tive coragem o suficiente para tira-lo antes de cair na minha cama. Viro a cabeça para elas.

– Caiam fora as duas.

– Lucien não deixou você dormir? -rosno para ela enfiando a cara no travesseiro outra vez. –Ora não finja que eu disse alguma mentira, todos na propriedade ouviram vocês dois durante toda a madrugada.

– A corte inteira ouviu. -a aprendiz baixo

Estiquei a mão para baixo alcançando meu sapato no chão.

– Então caiam fora as duas. -jogo o sapato nelas que desviam o fazendo se chocar contra a parede com um barulho alto.

– Ela é sempre assim? -a aprendiz sussurrou para Lucy.

– Apenas quando trepa noite toda com o filho de um grão-senhor -reviro os olhos no travesseiro. –Essa é a primeira vez.

Jogo o outro sapato nelas.

–A culpa não é nossa se treparam a madrugada toda como cães no cio. -Lucy provocou. –Eu trouxe iogurte, sente-se para toma-lo e pare de tentar nos agredir.

Bufo com irritação mas faço oque ela diz, me sentando na cama e ela me entrega uma tigela com o iogurte.

– Francamente Kendra, está fedendo a sexo.

– Vou jogar o iogurte dessa vez. -ameaço

– Jogue que eu quero ver. -Lucy cruza os braços na minha frente e bate um dos pés repetidas vezes no chão, apenas tomo o iogurte. –Como eu imaginei

Eu não tinha reparado o quanto estava faminta até que aquela tigela estivesse minhas mãos, eu não a desperdiçaria apenas para joga-la em Lucy.

– Tome isso também. -ela me entrega um potinho e se senta na minha cama.

– Oque é isso? -pergunto olhando o liquido com aparência nada convidativa e ele fedia.

– Mistura contraceptiva, aprendi com minha familia. -ela explica. –Feéricos e grão-feéricos tem dificuldade para conceber crianças mas humanos não e não temos como saber o quanto sua metade humana pode influenciar nisso.

Quando ela termina eu simplesmente tomo todo o liquido num único gole, fazendo uma careta com o gosto amargo do líquido e controlo a ansia de vômito.

– Metade humana? -a aprendiz pergunta curiosa.

– Tenho uma mãe humana e um pai grão-feérico. -explico e ela parece ficar mais confusa. –Não o conheço, ele deixou minha mãe, não teve coragem de matar sua parceira então foi embora.

– Parceira? -os olhos da aprendiz se arregalaram, apenas confirmei com a cabeça.

– Ok, kendra é legal apesar da carranca... -Lucy diz para a aprendiz me fazendo rir baixo – Mas nunca faça perguntas a nenhum outro grão-feérico, muitos menos perguntas pessoais como essas, qualquer um nessa corte, além de Kendra e Feyre, a noiva de Tamlin, cortariam sua lingua por isso.

Corte de chamas e pesadelosOnde histórias criam vida. Descubra agora