Capitulo 102

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Helion

Ontem, pouco depois de Kendra chegar a corte, eu a levei para passear na cidade, tudo ja estava reconstruido depois da destruição causada por Amarantha e almoçamos num restaurante a beira do Lago Annecy.

Ela pareceu encantada com tudo, comentava das cores alegres da cidade, dos montes de flores que haviam nascido na primavera, sorria olhando as crianças, interagia com os moradores locais, como se aqui ja fosse sua casa, na verdade, como se conhecesse todos em minha corte desde que nasceu e todos sorriam para ela, davam presentes, pequenas bugigangas para que ela levasse de lembrança da cidade.

Eles a olhavam com esperança, com amor.

Hoje, assim que os primeiros raios de sol adentraram a janela, dezlizei meus dedos pelos seu rosto num carinho suave, tirando uma mecha do seu lindo cabelo castanho de sua bochecha e a observei, literalmente, a admirando, seu rosto, o jeito que ela dormia tão silenciosamente, em completa calma, plenitude pairava em seu rosto a cada respiração.

Acordei Kendra com a maior calma que pude, acariciando seu cabelo, seu rosto, com todo o cuidado, aproveitando a sensação de tê-la sonolenta em meus braços, de tê-la deitada em meu peito, de vê-la se aconchegar nos lençóis, na minha cama, de senti-la apertar o braço que apoiava em meu abdômen como se pedisse para que eu não saisse de perto dela.

- Bom dia -sussurrei para ela que ronronou se agarrando a mim quando fiz carinho em seu cabelo - Quero te levar a outro lugar hoje

- Tem que ser agora? - sua voz rouca devido ao sono adentrou meus ouvidos.

- Quanto antes melhor -respondi em tom suave e deixei um beijo em sua testa - prometo que você vai gostar.

Ela murmurou alguma reclamação sobre o calor que ela achava fazer longe do vento gelado do mar que adentrava as janelas do quarto.

Era por volta das sete da manhã quando sai com Kendra da propriedade da praia, ela estava num lindo vestido de cetim em cor de lavanda que se ajustava perfeitamente a cada curva de seu corpo e o comprimento mal chegava as suas canelas.

Foi dificil não olhar demais para ela, principalmente quando estava andando um pouco mais a minha frente, quando eu podia notar como o tecido fino e maleável de seu vestido deixava sua bunda deliciosamente desenhada.

Atravessei com ela até os campos de girassois localizados a mais ou menos 102 quilômetros da fronteira com a Corte Crepuscular, venho até aqui porque é longe de tudo, não a cidades ou aldeias ao redor por causa da "proximidade" com a fronteira.

– Você vem aqui sempre? -ela perguntou ao ver a mesa de piquenique  em meio ao campo.

Havia um circulo em volta da mesa, a vegetação era apenas uma grama baixo ali, como se os girassois dessem espaço a ela.

– Normalmente venho para pensar ou fugir das minhas obrigações, essa última é mais comum do que deveria. -respondi a fazendo rir

– Pensei que gostasse disso, de ser grão-senhor -ela se aproximou da mesa se sentando sobre ela e ignorando o banco ao lado.

– Eu gosto de quase todas as partes mas as vezes é cansativo fazer isso sozinho e as coisas que não faço sozinho, é com "ajuda" dos conselheiros, as reuniões com eles são chatas e estressantes, um monte de velhos falando baboseiras antiquadas - dei de ombros.

– Deveria subtitui-los, por pessoas que pelo menos não te incomodem -ela disse me rir

– Eu com certeza adoraria fazer isso -me sentei ao lado dela

– Então por que não faz? -ela se virou para mim, esperando, prestando atenção.

Ela prestava atenção. Realmente prestava atenção, no que eu tinha a dizer, a pensar, nas minhas idéias, ela me ouvia, não como os malditos conselheiros empregados por meu pai que ouviam apenas para descartar a coisa toda e me depois chamarem de tolo revolucionário, eu odiava aquilo, estar preso a eles e seus ideais  ultrapassados por causa de meu pai.

Corte de chamas e pesadelosOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz