Capitulo 85

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Hoje cedo acordei com uma enorme dor de cabeça e me questionei porque diabos de ter bebido nove barris de vinho sozinha e eu nem sabia de onde a casa tinha tirado tudo aquilo mas talvez não me importasse o suficiente para perguntar a Mor ou Rhys.

Azriel partiu logo depois do almoço, foi ele quem treinou comigo aqui essa manhã. Treinamos resistência fisica e combate, bem na montanha que continuava coberta de neve mesmo que a primavera tenha chego.

Mor me encontrou no chalé e nós duas viemos para a cidade escavada um pouco antes dos outros, ver se tudo estava perfeitamente em ordem para a visita do Grão-senhor.
Ela estampava um vermelho intenso, os tecidos de organza e gaze do vestido sem mangas se ajustavam aos seios e aos quadris de Mor, enquanto fendas cuidadosamente localizadas deixavam muito da barriga e das costas expostas.
Os cabelos de Mor estavam soltos em uma cascata de ondas, e pulseiras de ouro sólido reluziam em seus pulsos.

Uma rainha, Mor era uma rainha que exibia puro poder, sobre si mesma e sobre qualquer outro que pisasse em seu caminho.

Eu mostrava tanta pele quanto ela, o decote do meu vestido deixava boa parte dos meus seios exposta e haviam fendas enormes dos dois lados do meu quadril os delineando ainda mais, a parte da frente e de trás do vestido eram unidas por tiras trançadas de tecido que impediam que as partes se movessem com o vento e mostrassem demais.

Meus cabelos estavam soltos, ondas largas davam um pouco mais de volume a eles, Rhys sugeriu que eu usasse um diadema, ou uma tiara, mesmo que eu não tivesse titulo nenhum oficial, além de ser uma senhora da corte noturna, nomeada por ele mesmo assim que me juntei a sua corte.

Preferi não usar tiara ou diadema algum, não levantar sequer nenhuma suspeita sobre meu real titulo mas joias pesadas de ouro sólido deixavam claro que eu não era uma qualquer, principalmente pelo bracelete dourado em meu braço esquerdo.

Confesso, eu não via problema nas máscaras que tinhamos que vestir aqui, eu até gostava delas até certo ponto, na verdade, a única coisa que eu não gostava era ter que reverênciar Rhys quando ele chegasse.

"Encoste o joelho no chão" foi oque Mor instruiu que fizesse, essa parte, apenas essa, me ajoelhar diante de alguém me dava gastura mas... ossos do ofício.

Todos que importam sabem que a submissão que temos de mostrar aqui não é real, o coitado mal pode mandar na própria corte, quem dirá nos exigir submissão, tenho quase certeza de que Cassian lhe daria um pescotapa se ele se quer sugerisse que fossemos de fato submissos.

– Eles estão demorando -disse Mor a mim em tom baixo

Ainda não tinhamos entrado na cidade, estavamos em frente daquele imenso conjunto de portas entalhados na montanha.

– Eles não se atrasariam sem motivo, deveriamos encontra-los. -eu disse a Mor.

Estava certa. Quando nos encontramos, eles explicaram a nós sobre o ataque a Rhysand e Feyre, flechas de freixo haviam sido disparadas na direção dos dois enquanto voavam e nem mesmo as sombras de Azriel sabiam lhe informar que foi o agressor.

Imagino, que com o poder do Caldeirão, o rei poderia se esconder das sombras também, ele era a maior suspeita, não apenas minha mas de todos nós, tanto que Rhys disse a Cassian para que organizasse patrulhas aéreas nas fronteiras marítimas.

Eles procuraram enquanto Mor e eu conversamos com a familia dela, "explicando" o motivo do atraso de Rhys para não levantar suspeitas, não foi de fato uma explicação mas nenhum deles ousou contestar uma ordem de seu grão-senhor.

Havia sentinelas aos portões de pedra, vestidos de cinza e branco para se camuflar com a face da montanha.
Mor e eu sequer olhamos para eles quando levamos Feyre silenciosamente para dentro da cidade na montanha.

Corte de chamas e pesadelosWhere stories live. Discover now