Corte de chamas e pesadelos

Capitulo 58

Ja havia se passado quatro dias desde  que Iran decidiu fazer seu teste em Velaris, Mor cedeu uma propriedade sua para que ela morasse durante o teste, um apartamento a duas ruas de distância do centro comercial de Velaris, ela disse que adquiriu a propriedade depois da ultima briga com Amren para evitar encontros na casa do vento. Amren também tinha o próprio apartamento mas o dela é ao lado do Rio Sidra, ela prefere o silêncio pelo oque parece.

Também faz quatro dias desde que Feyre queimou as mãos de Cassian durante o treinamento mas eles continuaram com a rotina, toda tarde ele a treinava e pelo fato do treino com ela ter que ser mais leve ja que ainda estava aprendendo, nós dois treinavamos juntos de manhã.

Tinham dias que eu mal parava em casa, nenhum de nós, mas tinha outros, como hoje, que todos nós ficavamos aqui praticamente o dia todo, fazendo absolutamente nada.

Ainda não tinham chegado notícias da Corte Estival. Ou da Corte Primaveril, com relação a carta de Feyre. Eu não sabia se aquilo era bom, nenhum de nós sabia.

Azriel continuou com sua tentativa de se infiltrar nas cortes das rainhas humanas, a rede de espiões dele agora buscava uma posição para entrar. O fato de ele ainda não ter conseguido o deixara mais silencioso que o normal em relação ao restante do grupo, mais frio, talvez por algum tipo de frustração mas eu entendia, de verdade, como era se sentir impotente em relação a algo, dá raiva quando isso acontece, raiva de nós mesmos, Azriel se fecha provavelmente por não querer descontar suas frustrações em nós, no fim do dia, normalmente, era em mim, em meu corpo, que ele descontava toda a descarga de frustrações e não era em forma de briga.

Adquiri o hábito de passar a tarde morna obervando Feyre e Cassian no ringue de treino quando não tenho nenhum trabalho a fazer.

Amren riu com escárnio enquanto limpava as unhas sentada em uma
espreguiçadeira ao meu lado.

– Ela ouviu das primeiras dez vezes que você falou, Cassian. -disse Amren se referindo a insistência do illyriano em dizer que os movimentos desajeitados de minha irmã a teriam matado se fossem feitos num campo de batalha real.

Era verdade, por algum motivo que eu realmente não entendia o qual, Feyre quase sempre desviava os olhos de Cassian quando ia ataca-lo.

– Continue falando, Amren, e vou arrastá-la para o ringue e ver o quanto realmente tem praticado.

Amren apenas continuou limpando as unhas, com um osso minúsculo que encontrou em algum lugar, talvez de uma das gatilhas do almoço, talvez de um cordeiro, eles tinham o sangue com o melhor gosto ou pelo menos era oque ela preferia, nunca provei, quem sabe um dia eu fique bebada o suficiente para experimentar.

– Me toque, Cassian, e vou arrancar sua parte preferida -ameaçou Amren –Por menor que seja.

Não contive o riso com a ultima parte.

– Coitado, oque seria de um illyriano sem sua parte preferida? -provoquei jogada na outra espreguiçadeira.

Ele soltou uma risada grave que preencheu o ringue, eu gostava de ouvi-la, provavelmente todos nós gostavamos, até Amren. Cassian apesar de ser um safado obsceno, conseguia alegrar os ambientes, as vezes suas provocações a Amren os faziam quase entrar numa briga onde Rhys ou Mor tinham que intervir sutilmente mudando o assunto da conversa, mas em geral todos nós, incluindo Amren, levava suas provocações em nada mais que brincadeiras.

Os olhos prateados de Amren se ergueram das unhas.

– Que bom. Pode brincar com ela.

Eu não sabia de quem Amren estava falando, não até ver uma figura loira saindo das sombras do vão das escadas.