Corte de chamas e pesadelos

Capitulo 42

O jantar em que Feyre decidiria se queria trabalhar conosco ou não, se estendeu por quase toda a noite, os Illyrianos explicaram a ela como se conheceram e suas histórias individuais, Cassian tagarelou a historia de Azriel também e Feyre contou a sua, eles ja sabiam parte dela, pelo menos a parte que eu estava presente, sobre nossa mãe, a perda da furtuna, -nosso- seu pai.

– Já ouviu falar de humanos que podem ver através de encantamentos? -perguntei a Amren

Nós duas estavamos numa espécie de pátio onde eu, Cassian e os outros custumavamos treinar,  Amren estava largada sobre a espreguiçadeira desde que cheguei, como o de custume, aquele era seu lugar marcado.

– Alguns, poucos, tem muros mentais tão fortes e impenetráveis que não podem ser enfeitiçados nem mesmo por alguem como você, Rhysand e Feyre.

– Mas isso é quando o feitiço é sobre eles e suas mentes, estou dizendo sobre poder ver através de encantamentos de outras pessoas, por exemplo, na época de Amarantha, Rhys colocou um sobre Velaris, para que ninguém pudesse vê-la se a sobrevoasse, certo? -ela concorda com a cabeça –Ja ouviu falar de algum humano que pode ver através desse tipo de encantamento?

– Não, é impossivel esse tipo de coisa -ela disse franzindo o cenho – ainda mais para um humano.

Eu sabia que não era, talvez fosse tão raro a ponto de nunca ter sido descoberto, principalmente por causa da muralha que nos separa, humanos tinham acesso a feitiços e encantamentos tão raramente para que essa habilidade, já rara, ficasse ainda mais dificil de se detectar mas eu conhecia uma humana com essa habilidade, Iran podia ver minhas cicatrizes no quartel e eu estava enfeitiçada da cabeça aos pés.

– Porque essa pergunta agora? -perguntou sem desviar a atenção de suas unhas

– Só curiosidade, me veio a cabeça de repente. -dei de ombros

Preferi deixar o assunto de lado ja que nem Amren, um ser de 15mil anos, sabia a respeito do assunto e conversarmos sobre isso seria irrelevante agora, não iamos chegar a lugar nenhum.

– Oque você fez mais cedo para convencer Feyre a entrar naquela montanha? -perguntei a ela

Foi decidido durante o jantar que Feyre e Rhys iriam até a cela do entalhador perguntar se era possível o Rei de Hybern reviver Jurian com o olho e o dedo que Amarantha carregava consigo, os dois sumiram de sob a montanha enquanto os grão-senhores estavam distraido revivendo Feyre.

Rhys e Fey tinham ido até a prisão ontem mas minha irmã entrou em panico com a ideia de entrar sob outra montanha, sob outra escuridão, outra vez, então voltaram para casa e ela não saiu mais do quarto, fiquei com ela enquanto vomitava as tripas no vaso sanitário a noite toda, segurei seu cabelo, tentei acalmar sua respiração e o poder da corte outonal que queimava em seu corpo quando ela perdia o controle de si mesma mas tive que sair com Cassian ao amanhecer.

– Dei um colar a ela, disse que era um amuleto que me tirou da prisão e que se ela o usasse jamais poderiam prendê-la -ela explicou

– Não era amuleto algum né? -perguntei rindo

– É claro que não, apenas um colar que Rhysand deu a mim a alguns séculos, ela só precisava de um pouco de coragem e um empurrão, dei isso a ela -disse ela dando de ombros

– Tão sentimental hoje Amren, oque aconteceu com você? -debochei e seu grunhido ecoou pelo local. -Não não, é sério, acho lindo.

– Eu aconselharia que você calasse a boca antes que eu chute sua bunda daqui -ameaçou em tom cortante

Me inclinei sobre a espreguiçadeira com um braço de cada lado do corpo de Amren, perto o suficiente para que ela voltasse sua atenção completa a mim, seus olhos prateados queimando aos meus.