Capitulo 25

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Hoje era o dia do Tributo, obviamente eu não havia prestado atenção em nenhuma das trinta e sete explicações que Ianthe dirigiu a mim e a Feyre, acho que os suditos teriam que pagar impostos a Tamlin e Feyre deveria ficar sentada, calada e bonitinha, eu a mesma coisa, só que em pé.

Feyre estava sentada ao lado de Tamlin sobre um altar no salão principal de mármore e ouro da mansão e eu estava parada ao lado de minha irmã, com a postura ereta e os ombros e braços para trá, também fiz questão de esbanjar um nariz empinado e expressão séria, cortante e intimidante, nada casual nem neutra como custumava ser.

Alguns minutos atrás, quando Tamlin se sentou em seu trono e todos, até minha irmã, se curvaram e ajoelharam perante ele, continuei imóvel, ereta como uma rainha e um nariz tão empinado que poderia ter alcançado o teto, como se o povo estivesse, na verdade, se curvando para mim.

Notei que a maioria dos criados ali presentes, misturados ao resto da corte, olhavam para mim enquanto se curvavam e seus joelhos encostavam o chão, despercebidos aos olhos de Tamlin mas nunca dos meus.

Tinham fileiras intermináveis de olhares, lágrimas, gratidão e bênçãos dirigidos a Feyre, alguns súditos mais fervorosos até se ajoelharam para ela, outros chegaram a beijar seus pés, a cara dela para esses me fez gargalhar internamente.

Ianthe estava perto das portas, oferecendo bênçãos aos que partiam, palavras de conforto aos que perderam  a compostura na presença de minha irmã e promessas de que o mundo estava melhor agora, de que o bem prevalecera sobre o mal, gargalhei internamente disso também, a guerra se aproximava, batia a nossa porta, ria em nossa cara e ela dizia aos desinformados súditos de Tamlin que tudo estava bem agora.

Depois de quatro horas eu estava pensando em tudo, menos no que acontecia naquele salão, mas mantive a mesma expressão de quando pisei neste maldito altar.

Que o caldeirão me ferva de tanto tédio.

Os emissários continuavam a vir, representando cada cidade e povo na corte, eles traziam pagamentos na forma de ouro, joias, galinhas, colheitas oou qualquer coisa desde que equivalesse ao que devem.

Lucien ficou ao pé do altar e contabilizava cada quantia, armado até os dentes como os dez outros sentinelas posicionadas pelo salão. Ele chamou aquela lugar de "sala de recepção" embora para mim fosse simplesmente um salão de trono.

Quando voltei minha atenção para oque acontecia ali, uma a feérica esguia e de pele cinzenta avançava da frente da fila interminável cheia de feéricos inferiores e Grão-Feéricos.
Ela estava completamente nua. Os cabelos escuros e longos se estendiam sobre os seus seios empinados e firmes e seus olhos eram completamente negros e enormes.

"Será que meus seios eram tão bonitos quanto os dela?" pensei comigo mesma, eu com certeza passaria um tempo nua na frente do espelho quando voltasse a meu quarto para descobrir aquilo.

Feyre deu uma cotovelada sutil em minha perna então percebi que tinha ficado tempo demais encarando os seios da feérica e imaginando se os meus eram tão bonitos quanto.

O rosto de Lucien se contraiu em reprovação a feérica nua, mas ele não fez comentários quando ela abaixou o rosto delicado e de feições pontiagudas e cobriu os seios com a palma das mãos.

– Em nome dos espectros da água, eu o cumprimento, Grão-Senhor, e a sua familia ‐disse a feérica, ela tinha a voz estranha, sibilante, revelando dentes
afiados e irregulares.

Enrijeci o corpo com a menção de "sua familia"

Então se deu inicio a uma "conversa", a espectro d'água dizia não haver peixes em seu lago e a resposta de Tamlin foi, em resumo:

Corte de chamas e pesadelosWhere stories live. Discover now