Capitulo 90

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Helion

Ela veio.

Estava ali, na minha corte, andando em minha direção, e, não sei se foi pelo efeito do vinho, do laço ou do simples fato dela ser em disparado a mulher, mais linda que eu ja vi na vida mas quando ela apareceu na festa, quando surgiu como um sopro de ar, vestida daquele jeito, andando daquele jeito, a postura completamente reta e o queixo erguido, os cabelos e o vestido dançando com a brisa fresca da primavera, o céu atrás dela se mesclava em tons de azul e laranja devido ao amanhecer iminente, eu poderia tê-la confundido com a imagem de uma deusa ou da própria Mãe personificada.

Não foi só eu que pensei isso, não foi só eu quem precisou de alguns segundos para perceber que aquela não era uma deusa viva entre nós, notei, que todas as pessoas presentes pararam para olha-la, para observar e admirar cada passo que ela dava, eu até poderia sentir ciúmes de todos aquelas machos e fêmeas boquiabertos a seguindo com o olhar, se eu não tivesse fazendo o mesmo, se não estivesse tão hipnotizado quanto todo o restante da corte.

Alguns, provavelmente aqueles que ja tinham fareijado o laço, que ja sabiam oque ela era e oque seria, abaixaram a cabeça quando ela passou por eles, outras até se curvaram. Não me importei, na verdade eu gostei, eu mesmo poderia ter me curvado para ela a frente de todos se ela quisesse, se ousasse pedir.

Eu ainda estava sentado a mesa quando ela chegou até mim, quando parou a minha frente e me ofereceu um sorriso e disse em tom descontraido:

– Se soubesse que iria vir para desfilar para sua corte teria vindo mais arrumada

Dei risada de sua fala e me levantei para cumprimenta-la. Um abraço, era disso que eu precisava e ela não negou aquilo, não negou que eu a tocasse, não se afastou quando eu q puxei para os meus braços, talvez precisasse daquilo tanto quanto eu, talvez precisasse do meu toque tanto quanto eu precisava do dela.

Meus braços circularam sua cintura pequena, quase a erguendo do chão, não seria dificil de fato faze-lo.

– Senti saudades -sussurrei para que apenas ela ouvisse.

Pude ver um arrepio correr pela sua espinha quando sussurrei em seu ouvido.

– Eu também -ela disse com a voz baixa, tão embreagada quanto eu.

Não contive um sorriso malicioso quando ela suspirou, dessa vez porque grunhi para as pessoas que ainda observavam fazendo elas voltarem a tomar conta de suas proprias vidas e pararem de prestar atenção no meu passarinho.

– Cuidado passarinho -ronronei em seu ouvido, ela mal respirava. – eles podem sentir seu cheiro, oque pensariam ao notar que fica excitada com qualquer demonstração de poder vinda de mim?

Meus braços apertaram mais em sua cintura. Eu agora a segurava com força, a impedindo de sair mas ela ao menos tentou fazer tal coisa, apenas deitou a cabeça eu meu ombro, deixando que eu continuasse com aquilo.

As provocações em público, os toques que pareciam causais quando olhados de fora mas que para nós eram tão provocativos quanto toques intimos.

Ela gostava daquilo, gostava do perigo de poder ser pega, gostava de como meus toques a outra vista pareciam inocentes e de como esses mesmos toques supostamente inocentes podiam incendiar seu corpo por inteiro.

Talvez, fosse pelo álcool mas não houve protesto da parte de Kendra quando eu me sentei na mesa outra vez mas não a soltei, não afrouxei o braço em sua cintura e a sentei no meu colo servindo uma taça de vinho a ela.

Eu convencia a mim mesmo, que era apenas pelo efeito do álcool, não queria criar esperanças tão cedo.

– Será assim agora? Vai me obrigar sentar no seu colo diante da corte? -ela perguntou me olhando enquanto bebia um gole do vinho.

Corte de chamas e pesadelosOnde histórias criam vida. Descubra agora